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SÁBADO, DIA 06 DE ABRIL DE 2024

OITAVA DA PÁSCOA
Cor Litúrgica branca

Primeira leitura
At 4,13-21
– Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, os chefes dos sacerdotes, os anciãos e os escribas 13ficaram admirados ao ver a segurança com que Pedro e João falavam, pois eram pessoas simples e sem instrução. Reconheciam que eles tinham estado com Jesus. 14No entanto viam, de pé, junto a eles, o homem que tinha sido curado. E não podiam dizer nada em contrário. 15Mandaram que saíssem do Sinédrio, e começaram a discutir entre si: 16“Que vamos fazer com esses homens? Eles realizaram um milagre claríssimo, e o fato tornou-se de tal modo conhecido por todos os habitantes de Jerusalém, que não podemos negá-lo. 17Contudo, a fim de que a coisa não se espalhe ainda mais entre o povo, vamos ameaçá-los, para que não falem mais a ninguém a respeito do nome de Jesus”. 18Chamaram de novo Pedro e João e ordenaram-lhes que, de modo algum, falassem ou ensinassem em nome de Jesus. 19Pedro e João responderam: “Julgai vós mesmos, se é justo diante de Deus que obedeçamos a vós e não a Deus! 20Quanto a nós, não nos podemos calar sobre o que vimos e ouvimos”. 21Então, insistindo em suas ameaças, deixaram Pedro e João em liberdade, já que não tinham meio de castigá-los, por causa do povo. Pois todos glorificavam a Deus pelo que havia acontecido.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 118,1.14-15.16ab-18.19-21 (R: 21a)
– Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes.
R: Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes.

– Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!” O Senhor é minha força e o meu canto, e tornou-se para mim o Salvador. “Clamores de alegria e de vitória ressoem pelas tendas dos fiéis”.
R: Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes.

– A mão direita do Senhor fez maravilhas, a mão direita do Senhor me levantou, a mão direita do Senhor fez maravilhas! O Senhor severamente me provou, mas não me abandonou às mãos da morte.
R: Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes.

– Abri-me vós, abri-me as portas da justiça: quero entrar para dar graças ao Senhor! “Sim, esta é a porta do Senhor, por ela só os justos entrarão!” Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ou­vis­tes e vos tornastes para mim o Salvador!
R: Dou-vos graças, ó Senhor, porque me ouvistes.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!
(Sl 117, 24).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 16,9-15

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
– Glória a vós, Senhor!
– 9Depois de ressuscitar, na madrugada do primeiro dia após o sábado, Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena, da qual havia expulsado sete demônios. 10Ela foi anunciar isso aos seguidores de Jesus, que estavam de luto e chorando. 11Quando ouviram que ele estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram nela. 12Em seguida, Jesus apareceu a dois deles, com outra aparência, enquanto estavam indo para o campo. 13Eles também voltaram e anunciaram isso aos outros. Também a estes não deram crédito. 14Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos enquanto estavam comendo, repreendeu-os por causa da falta de fé e pela dureza de coração, porque não tinham acreditado naqueles que o tinham visto ressuscitado. 15E disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura!”
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Beato Miguel Rua, o primeiro salesiano e sucessor de Dom Bosco

Beato-Miguel-Rua-o-primeiro
Beato salesiano
Para a Comunidade Canção Nova, que faz parte da Família Salesiana, fundada por Dom Bosco, vale a pena destacar a vida do Beato Miguel Rua, o sucessor de Dom Bosco. Sua memória é celebrada pela Família Salesiana em 29 de outubro, dia de sua canonização. Dia 6 de abril foi sua morte, que é quando a Igreja, de modo geral, celebra a memória daqueles que ela reconhece como alguém que esteja na glória de Deus.
Particularidades de Miguel Rua
A vida do Beato Miguel Rua está totalmente atrelada à história de Dom Bosco. Sendo assim, neste texto, o santo fundador dos salesianos será muito citado, pois trata-se do grande motivador da via de santidade para Miguel Rua.
Na escola
Na época de Miguel Rua, o terceiro ano na escola era a última classe obrigatória. Quando Dom Bosco questionou Miguel sobre o que ele iria fazer no ano seguinte, Miguel respondeu que, por ser órfão, na fábrica já tinham prometido à sua mãe dar-lhe emprego. Para Dom Bosco, que também tinha perdido o seu pai muito cedo, convencer a mãe de Miguel Rua a deixá-lo continuar a estudar foi fácil, assim, Miguel entrou como interno em Valdocco, o oratório festivo de Dom Bosco, onde já estavam outros 500 rapazes.
Beato Miguel Rua e o chamado à vida religiosa
Religioso
• Dia 3 de outubro de 1852, aos 15 anos, Miguel recebeu o santo hábito clerical nos Becchi de Castelnuovo;
• A 26 de janeiro de 1854, Dom Bosco reuniu quatro jovens no seu quarto e deu assim início à Congregação Salesiana;
• A 25 de março de 1855, no quarto de Dom Bosco, Miguel professou, nas mãos do fundador, os votos de pobreza, castidade e obediência.
O primeiro salesiano
Miguel Rua foi o primeiro salesiano. Trabalhava ensinando matemática e religião, auxiliava no refeitório, no pátio e na capela. À noite, copiava os escritos, cartas e publicações de Dom Bosco, além disso, estudava para se tornar sacerdote, isso tudo quando tinha apenas 17 anos. Ficou também responsável pela direção do oratório festivo San Luigi.
Beato Miguel Rua e Dom Bosco
Morte da mãe de Dom Bosco
Em novembro de 1856, morre mamãe Margarida, a mãe de Dom Bosco. Miguel apoia-se na sua mãe, Gioanna Maria Ferrero, que já ajudava nas lides domésticas do Oratório de S. Francisco de Sales. Mais uma vez, a família Rua completa a família Bosco.
Braço direito de Dom Bosco
Em 1858, Miguel Rua acompanhou Dom Bosco na visita ao Papa Pio IX, para aprovar as Regras dos Salesianos. No regresso é confiada a ele a direção do primeiro oratório de Valdocco.
Profecia e seu comprimento
A 28 de julho de 1860, Miguel Rua foi ordenado sacerdote. Dom Bosco escreveu-lhe um bilhete: “Tu verás melhor que eu a obra salesiana atravessar as fronteiras de Itália e a estabelecer-se no mundo”. Dom Rua abre a primeira casa salesiana fora de Turim em Mirabello. Poucos anos mais tarde, regressa à Valdocco, substitui e assiste Dom Bosco em tudo. Em novembro de 1884, o Papa Leão XIII nomeia Dom Rua Vigário e sucessor de Dom Bosco, que morrerá nos seus braços quatro anos mais tarde. Com ele, a Sociedade São Francisco de Sales (Salesianos) passou de 773 a quatro mil salesianos, de 57 a 345 casas, de seis a 64 inspetorias em 33 países.
A regra viva
Dom Rua, que era considerado a regra salesiana viva, mostra-se um pai amoroso como Dom Bosco. Enfrenta e supera inúmeras dificuldades no governo da Congregação. Consolida a missão e o espírito salesiano.
Páscoa
Morreu a 6 de abril de 1910, aos 73 anos. Paulo VI beatificou-o dizendo: “Fez da fonte um rio”.
Minha oração
“Jesus, quando tudo parece estar perdido, há no seio da sua Igreja homens e mulheres que te seguem. Que eu e minha família sejamos os sucessores daqueles que, como Dom Bosco e o Beato Miguel Rua, fizeram a vontade de Deus. Guia-nos, Senhor Jesus.”
Beato Miguel Rua, rogai por nós!

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SEXTA-FEIRA, DIA 05 DE ABRIL DE 2024

OITAVA DA PÁSCOA
Cor Litúrgica branca

Primeira leitura
At 4,1-12
– Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, depois que o paralítico fora curado, 1Pedro e João ainda estavam falando ao povo, quando chegaram os sacerdotes, o chefe da guarda do Templo e os saduceus. 2Estavam irritados porque os apóstolos ensinavam o povo e anunciavam a ressurreição dos mortos na pessoa de Jesus. 3Eles prenderam Pedro e João e os colocaram na prisão até o dia seguinte, porque já estava anoitecendo. 4Todavia, muitos daqueles que tinham ouvido a pregação acreditaram. E o número dos homens chegou a uns cinco mil. 5No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém os chefes, os an­ciãos e os mestres da Lei. 6Estavam presentes o sumo Sacerdote Anás, e também Caifás, João, Alexandre, e todos os que pertenciam às famílias dos sumos sacerdotes. 7Fizeram Pedro e João comparecer diante deles e os interrogavam: “Com que poder ou em nome de quem vós fizestes isso?” 8Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: “Chefes do povo e anciãos: 9hoje estamos sendo interrogados por termos feito o bem a um enfermo e pelo modo como foi curado. 10Ficai, pois, sabendo todos vós e todo o povo de Israel: é pelo nome de Jesus Cristo, de Nazaré, aquele que vós crucificastes e que Deus ressuscitou dos mortos — que este homem está curado, diante de vós. 11Jesus é a pedra, que vós, os construtores, desprezastes, e que se tornou a pedra angular. 12Em nenhum outro há salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual possamos ser salvos”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 118,1-2.4.22-24.25-27a (R: 22)
A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular.
R: A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular.
– Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!” A casa de Israel agora o diga: “Eterna é a sua misericórdia!” Os que temem o Senhor agora o digam: “Eterna é a sua misericórdia!”
R: A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular.
– “A pedra que os pedreiros rejeitaram, tornou-se agora a pedra angular”. Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: Que maravilhas ele fez a nossos olhos! Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!
R: A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular.
– Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação, ó Senhor, dai-nos também prosperidade!” Bendito seja, em nome do Senhor, aquele que em seus átrios vai entrando! Desta casa do Senhor vos bendizemos. Que o Senhor e nosso Deus nos ilumine!
R: A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!
(Sl 117, 24).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 21,1-14

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
 – Naquele tempo, 1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e outros discípulos de Jesus.  3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”. 6Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca, e acha­reis”. Lançaram, pois, a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu uma roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. 11Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e, apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. 12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor.
13Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
São Vicente Ferrer, dominicano, maior pregador do século XIV

Origens
Nasceu em Valência, na Espanha, em 1350. Seu pai era um tabelião que se chamava Guilherme Ferrer, e sua mãe se chamava Constância Miguel. Veio de um berço nobre na sua época, porém passou sua infância e juventude muito próximo aos Padres Dominicanos, que tinham um convento muito perto de sua casa.
Sonho profético da mãe
Ainda antes de nascer, sua mãe teve um sonho, onde ela via a grandeza do futuro de seu filho. Por ter muita proximidade com os padres Dominicanos, logo percebeu sua vocação. Aos 17 anos, pediu ingresso na Ordem dos Pregadores (Dominicanos).
Vida Religiosa
Ingressou na vida religiosa assim bem jovem e professou os votos com 18 anos. Após a sua ordenação, por ser um pregador com um dom muito especial, começou a peregrinar por toda a Europa. 
São Vicente Ferrer: “anjo do Apocalipse”
Vivendo em tempos difíceis
Viveu em um período difícil da história da Igreja, quando ocorreu a Guerra dos Cem Anos, quando forças políticas eram capazes de intervir fortemente nas eleições papais. Chegando até o Grande Cisma da Igreja do Ocidente, que durou quase 40 anos.
Um grande pregador
Recebeu do Senhor, em sonho, o chamado para pregar durante 20 anos por boa parte da Europa. Andou pela Espanha, França, Itália, Suíça, Bélgica, Inglaterra e Irlanda e muitas outras regiões. Fazendo tudo isso de modo muito simples, andando por todas essas cidades montado num burro. Contudo, sempre com a revelação de um Dom extraordinário que era o da pregação. Isso fazia ter com ele sempre homens, mulheres e crianças, clérigos, teólogos que o acompanhavam pelo caminho. Pregava com muita paixão fervor. Além disso, mortificava-se e buscava penitências para ter mais tempo para a oração.
O objetivo da sua pregação
Queria com suas pregações defender sempre a unidade da Igreja, o fim das guerras, o arrependimento e a penitência, como forma de esperar a iminente volta de Cristo. Era apelidado de “anjo do Apocalipse”, pois pregava sobre o iminente fim dos tempos e dos eventos que o precederiam, chamando todos à conversão, para a salvação de suas almas.
São Vicente Ferrer e os Milagres em Vida
Um ensinamento
“A respeito do próximo, exerça estas outras sete disposições: tenra compaixão, alegria jubilosa, tolerância paciente e perdão das injúrias, afabilidade repleta de boa vontade, respeito humilde, concórdia perfeita, doação da sua vida sob o exemplo de Jesus. Como Ele, você estará pronto para doar-se aos seus irmãos”. (dos escritos de São Vicente Ferrer)
Milagre em vida
Contemporâneos de São Vicente Ferrer relatam que milhares de pessoas se reuniam para ouvi-lo, e o fato mais impressionante é que até mesmo pessoas que não falavam a sua língua o entendiam. 
Certa vez, uma mulher judia, que durante uma de suas pregações na igreja de Ecija, Espanha, saiu durante um dos sermões falando com sarcasmo e todos os presentes ficaram com raiva. Mas São Vicente disse para que a deixassem sair, porém que se afastasse dela. O povo obedeceu, deixando-a passar até o pórtico, quando o telhado caiu sobre ela, e ela veio a falecer ali mesmo. Permanecendo morta por algum tempo e espanto de todos, São Vicente caminhou até o corpo da mulher e ordenou com voz forte: “Mulher, em nome de Jesus Cristo, volte à vida!” E esta ressuscitou. Todos ficaram maravilhados! Após o milagre, a senhora se converteu ao catolicismo. O fato se tornou conhecido, e durante muito tempo se fizeram procissões até o local do milagre.
Morte e Canonização
Páscoa
São Vicente Ferrer morreu em viagem – mas já era venerado como Santo pelo povo da época. Foi canonizado pelo Papa Calisto III, em 3 de junho de 1455, na igreja dominicana de Santa Maria Sopra Minerva, Roma.
Minha Oração
“Oh Deus, que concedestes a São Vicente Ferrer ter uma vida conduzida pelo fervor e desejo de anunciar o teu Reino Glorioso e a necessidade de conversão, para a salvação de nossas almas. Concedei-me, eu Vos peço, que eu também possa viver uma vida em expectativa da iminente volta do Cristo, com a ousadia e fervor, para também pregar a sua Palavra em vista da salvação e conversão de tantos que ainda não te conhecem. Para a maior glória de Deus. Amém.”
São Vicente Ferrer, rogai por nós!

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QUINTA-FEIRA, DIA 04 DE ABRIL DE 2024

OITAVA DA PÁSCOA
Cor Litúrgica branca

Primeira Leitura
At 3,11-26
– Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 11como o paralítico não deixava mais Pedro e João, todo o povo, assombrado, foi correndo para junto deles, no chamado “Pórtico de Salomão”. 12Ao ver isso, Pedro dirigiu-se ao povo: “Israelitas, por que vos espantais com o que aconteceu? Por que ficais olhando para nós, como se tivéssemos feito este homem andar com nosso próprio poder ou piedade? 13O Deus de Abraão, de Isaac, de Jacó, o Deus de nossos antepassados glorificou o seu servo Jesus. Vós o entregastes e o rejeitastes diante de Pilatos, que estava decidido a soltá-lo. 14Vós rejeitastes o Santo e o Justo, e pedistes a libertação para um assassino. 15Vós matastes o autor da vida, mas Deus o ressuscitou dos mortos, e disso nós somos testemunhas. 16Graças à fé no nome de Jesus, este Nome acaba de fortalecer este homem que vedes e reconheceis. A fé que vem por meio de Jesus lhe deu perfeita saúde na presença de todos vós. 17E agora, meus irmãos, eu sei que vós agistes por ignorância, assim como vossos chefes. 18Deus, porém, cumpriu desse modo o que havia anunciado pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo haveria de sofrer. 19Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados. 20Assim podereis alcançar o tempo do repouso que vem do Senhor. E ele enviará Jesus, o Cristo, que vos foi destinado. 21No entanto, é necessário que o céu o receba, até que se cumpra o tempo da restauração de todas as coisas, conforme disse Deus, nos tempos passados, pela boca de seus santos profetas. 22Com efeito, Moisés afirmou: ‘O Senhor Deus fará surgir, entre vós irmãos, um profeta como eu. Escutai tudo o que ele vos disser. 23Quem não der ouvidos a esse profeta, será eliminado do meio do povo’. 24E todos os profetas que falaram, desde Samuel e seus sucessores, também eles anunciaram estes dias. 25Vós sois filhos dos profetas e da aliança, que Deus fez com vossos pais, quando disse a Abraão: ‘Através da tua descendência serão abençoadas todas as famílias da terra’. 26Após ter ressuscitado o seu servo, Deus o enviou em primeiro lugar a vós, para vos abençoar, na medida em que cada um se converta de suas maldades”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 8,2a.5.6-7.8-9 (R: 2ab)
– Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
R: Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
– Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo! Perguntamos: “Senhor, que é o homem para dele assim vos lembrardes e o tratardes com tanto carinho?”
R: Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
– Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor; vós lhe destes poder sobre tudo, vossas obras aos pés lhe pusestes:
R: Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
– As ovelhas, os bois, os rebanhos, todo o gado e as feras da mata; passarinhos e peixes dos mares, todo ser que se move nas águas.
R: Ó Senhor, nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!
(Sl 117, 24).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 24,35-48

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 35os discípulos contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão. 36Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!” 37Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma. 38Mas Jesus disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração? 39Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”. 40E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés. 41Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres e surpresos. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?” 42Deram-lhe um pedaço de peixe assado. 43Ele o tomou e comeu diante deles. 44Depois disse-lhes: “São estas as coisas que vos falei quando ainda estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. 45Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras, 46e lhes disse: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia 47e no seu nome, serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. 48Vós sereis testemunhas de tudo isso”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Santo Isidoro, bispo, pai dos concílios e mestre da Igreja

Origens
Nasceu numa família hispânica-romana muito cristã. Seu pai chamava-se Severiano, foi prefeito de Cartagena e a administrava dentro dos preceitos católicos. Sua mãe, com o nome de Teodora, educou os filhos dentro da fé cristão católica. Como fruto, quatro deles foram elevados aos altares da Igreja: Isidoro (4/4), Fulgêncio (14/1), Leandro (27/2) e Florentina (20/6).
Vida cotidiano
Teve como referencial de vida a figura do irmão Leandro, pois o pai falecera cedo. Formou-se em Sevilha, estudando o latim, grego e hebraico. Ordenou-se sacerdote e, mais tarde, como bispo, sucedeu ao seu irmão como Bipo de Sevilha por quase quatro décadas.
Fragilidade
Isidoro, quando iniciou os seus estudos, teve muitas dificuldades de aprendizagem, inclusive gazeando aulas, trazendo grande preocupação para a família e os professores. Conta-se que, observando um poço, como as frágeis cordas fizeram sulcos profundos na dura rocha, tirou uma grande lição. E a Divina Providência completou a obra, tornando-o como homem mais sábio de sua época.
Santo Isidoro: chamado “Pai dos Concílios” e “mestre da Igreja” na Idade Média
Via de santificação
Dedicou a vida aos estudos, sendo autor de numerosos livros que tratam de todo o ser humano, da agronomia à medicina, da teologia à economia doméstica.
Trabalhou na conversão dos visigodos arianos, foi responsável pela conversão dos judeus espanhóis. Como bispo, organizou núcleos escolares nas casas religiosas, que são considerados os embriões dos atuais seminários. Presidiu o II Concílio de Sevilha, em 619, e o IV Concílio de Toledo, em 633, do qual saíram leis muito importante para a Igreja.

Páscoa
No dia 4 de abril de 636, sentindo que a morte estava se aproximando dele, dividiu os seus bens com os pobres, publicamente pediu perdão para os seus pecados, recebeu, pela última vez, a eucaristia e, orando aos pés do altar, ali morreu.
Doutor da Igreja
Em 1722, foi proclamado pelo Papa Bento XIV Santo de Sevilha Isidor, doutor da Igreja.
Minha Oração
“Ouvi, ó Deus, as nossas preces na comemoração de Santo Isidoro, para que a sua intercessão ajude a Igreja, por ele alimentada com a vossa doutrina. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém!”
Santo Isidoro, rogai por nós!

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quarta-feira, dia 03 de abril de 2024

OITAVA DA PÁSCOA
Cor Litúrgica branco

Primeira leitura
At 3,1-10
– Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 1Pedro e João subiram ao Templo para a oração das três horas da tarde. 2Então trouxeram um homem, coxo de nascença, que costumavam colocar todos os dias na porta do Templo, chamada Formosa, a fim de que pedisse esmolas aos que entravam. 3Quando viu Pedro e João entrando no Templo, o homem pediu uma esmola. 4Os dois olharam bem para ele e Pedro disse: “Olha para nós!” 5O homem fitou neles o olhar, esperando receber alguma coisa. 6Pedro então lhe disse: “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho eu te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda!” 7E pegando-lhe a mão direita, Pedro o levantou. Na mesma hora, os pés e os tornozelos do homem ficaram firmes. 8Então ele deu um pulo, ficou de pé e começou a andar. E entrou no Templo junto com Pedro e João, andando, pulando e louvando a Deus. 9O povo todo viu o homem andando e louvando a Deus. 10E reconheceram que era ele o mesmo que pedia esmolas, sentado na porta Formosa do Templo. E ficaram admirados e espantados com o que havia acontecido com ele.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 105,1-2.3-4.6-7.8-9 (R: 3b)
– Exulte o coração dos que buscam o Senhor.
R: Exulte o coração dos que buscam o Senhor.
– Dai graças ao Senhor, gritai seu nome, anunciai entre as nações seus grandes feitos! Cantai, entoai salmos para ele, publicai todas as suas maravilhas!
R: Exulte o coração dos que buscam o Senhor.
– Glorificai-vos em seu nome que é santo, exulte o coração que busca a Deus! Procurai o Senhor Deus e seu poder, buscai constantemente a sua face!
R: Exulte o coração dos que buscam o Senhor.
– Descendentes de Abraão, seu servidor, e filhos de Jacó, seu escolhido, ele mesmo, o Senhor, é nosso Deus, vigoram suas leis em toda a terra.
R: Exulte o coração dos que buscam o Senhor.
– Ele sempre se recorda da Aliança, promulgada a incontáveis gerações; da Aliança que ele fez com Abraão, e do seu santo juramento a Isaac.
R: Exulte o coração dos que buscam o Senhor.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!
(Sl 117, 24).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 24,13-35

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
– Glória a vós, Senhor!
– 13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos de Jesus iam para um povoado chamado Emaús, distante onze quilômetros de Jerusalém. 14Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido.
15Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. 16Os discípulos, porém, estavam como cegos, e não o reconheceram. 17Então Jesus perguntou: “Que ides conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste, 18e um deles chamado Cléofas, lhe disse: “Tu és o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias? 19Ele perguntou: “Que foi?” Os discípulos responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e diante de todo o povo. 20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel, mas, apesar de tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! 22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos deram um susto. Elas foram de madrugada ao túmulo 23e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que Jesus está vivo. 24Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém o viu”. 25Então Jesus lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?” 27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele. 28Quando chegaram perto do povoado para onde iam, Jesus fez de conta que ia mais adiante. 29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Jesus entrou para ficar com eles  . 30Quando se sentou à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía. 31Nisso os olhos dos discípulos se abriram e eles reconheceram Jesus. Jesus, porém, desapareceu da frente deles.32Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” 33Naquela mesma hora, eles se levantaram e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze reunidos com os outros. 34E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!”35Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
São Luís Scrosoppi acompanha quem se entrega à Providência de Deus

Padroeiro
Com a sua intercessão a favor dos pequenos, dos pobres, da juventude em dificuldade, das pessoas que sofrem, de quantos vivem situações penosas, também hoje, padre Luís continua a indicar para todos a estrada da união com Deus, da compaixão e do amor, além disso, está pronto para acompanhar os passos daqueles que se entregam à Providência de Deus. 
Naturalidade
São Luís Scrosoppi nasceu em 4 de agosto de 1804, em Údine, cidade do Friuli, no Norte da Itália. Cresce num ambiente familiar rico de fé e caridade cristã. Aos doze anos, inicia o caminho do sacerdócio, frequentando o seminário diocesano de Údine e, em 1827, é ordenado sacerdote; ao seu lado estão os irmãos Carlos e João Batista, ambos sacerdotes.
Descoberta do chamado
Num ambiente paupérrimo do Friuli de 1800, debilitado pela carestia, guerras e epidemias, São Luís Scrosoppi dedica-se, com outros sacerdotes e um grupo de jovens professoras, à acolhida e à educação das “derrelitas”, as jovens mais sozinhas e abandonadas de Údine e dos arredores. Para elas, ele coloca à disposição os seus bens, às suas energias, o seu afeto. A sua vida, de fato, é uma expressão palpável da grande confiança na Providência divina. Assim escreve, a respeito da obra de caridade na qual está envolvido: “A Providência de Deus, que dispõe os ânimos e rende os corações para favorecer as suas obras, foi a única fonte da existência deste Instituto… Aquela amorosa Providência, que não deixa confundir quem nela confia“. Não perde ocasião para infundir essa confiança e serenidade nas meninas acolhidas e nas jovens senhoras que se dedicam à sua educação. 
São Luís Scrosoppi e a Congregação das Irmãs da Providência
Início da Fundação
Na tarde do dia 1 de fevereiro de 1837, as nove senhoras, que colaboraram na educação das meninas, escolhem viver na pobreza e na doação total de si. É nesta simplicidade que nasce a Congregação das Irmãs da Providência, a família religiosa fundada pelo padre Luís. 
Fundamentos da espiritualidade
O fundador as encoraja ao sacrifício e as exorta aos cuidados afetuosos das meninas, que devem considerar a “pupila dos seus olhos“. Disse-lhes: “Mais que qualquer outra coisa, estas filhas dos pobres têm necessidade de educar o coração e de aprender tudo o que é necessário para conduzirem honestamente a sua vida“. E ainda: “O cansaço, a aplicação, a ocupação contínua e as preocupações fastidiosas para ajudá-las, socorrê-las e instruí-las, não vos desencorajem, sabendo que fazeis tudo isto a Jesus“.
A vocação “oratoriana”
Entretanto, Luís vai amadurecendo a necessidade de uma consagração mais total ao Senhor. Está fascinado pelo ideal de pobreza e de fraternidade universal de Francisco de Assis, mas os acontecimentos da vida e da história o conduzirão sobre os passos de São Felipe Neri. A vocação “oratoriana” de Luís se realiza em 1846; e, na maturidade dos seus 42 anos, torna-se filho de São Felipe: dele aprende a mansidão e a doçura, que o ajudarão a ser mais idôneo na função de fundador e pai da Congregação das Irmãs da Providência. 
Obras construídas
Todas as obras por ele empreendidas, durante a sua vida, refletem essa escolha preferencial para os mais pobres, para os últimos, os abandonados. “Doze casas – havia profetizado – abrirei antes da minha morte“, e isso aconteceu. Doze casas nas quais as Irmãs da Providência se dedicam num serviço humilde, com empenho e alegre às jovens à mercê de si mesmas, aos doentes pobres e transcurados, aos anciãos abandonados.
As dificuldades, a doença e o falecimento de São Luís Scrosoppi
Provações
Na segunda metade de 1800, a Itália, região após região, vai se unificando. Uma das consequências disso, que aconteceu infelizmente num clima anticlerical, é o decreto de supressão da “Casa das Derrelitas” e da Congregação dos Padres do Oratório, de Údine. Tem início para o padre Luís uma dura luta para salvar as obras a favor das “derrelitas” e consegue, mas não pôde fazer nada para impedir a supressão da Congregação do Oratório. A triste situação política consegue, assim, destruir as estruturas materiais da Congregação do Oratório de Údine, contudo, não pode impedir Padre Luís de permanecer para sempre discípulo fiel de São Felipe.
Páscoa
No fim de 1883, é constrangido a suspender toda atividade, as forças começam a diminuir e é atormentado por uma febre constantemente alta. A doença progride de modo inexorável. Recomenda às Irmãs de nada temer” porque foi Deus que fez nascer e crescer a Família religiosa e será ainda Ele que a fará progredir“. Quando sente chegar o fim dirige as últimas palavras às Irmãs: “Depois da minha morte, a vossa Congregação terá muitas tribulações, mas depois renascerá a vida nova. Caridade! Caridade! Eis o espírito da vossa família religiosa: salvar as almas e salvá-las com a Caridade“. Na noite de quinta-feira, 03 de abril de 1884, faleceu o santo.  
Devoção a São Luís Scrosoppi
Oração
Ó Senhor, que em São Luís acendeu o fogo do teu amor para a humanidade sofredora e o tornou modelo de santidade para todos nós, infundi o mesmo Espírito de caridade operante no teu povo e nesta tua Igreja, para torná-la imagem legível do teu vulto paterno para os homens e mulheres do terceiro milênio. Ó São Luís, modelo de generosidade, com a ajuda da Virgem Mãe, que foi teu sustento para toda a vida, intercede para que esta tua terra saiba apresentar pastores santos, cristãos generosos e almas consagradas ao serviço de Cristo e do Evangelho. Amém.
Minha oração
“Nosso querido santo intercessor, concede-nos a graça de viver sob a tutela da providência. Que tudo o que fizermos esteja debaixo da vontade de Deus, isso te pedimos e cremos que nos ensinará a viver dessa forma, Amém.”
São Luís Scrosoppi, rogai por nós!

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TERÇA-FEIRA, DIA 02 DE ABRIL DE 2024. Dia mundial do autismo.

OITAVA DA PÁSCOA
Cor Litúrgicabranco

Primeira leitura
At 2,36-41
– Leitura dos Atos dos Apóstolos – No dia de Pentecostes, Pedro disse aos judeus: 36“Que todo povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes”. 37Quando ouviram isso, eles ficaram com o coração aflito, e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, que devemos fazer?” 38Pedro respondeu: “Convertei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos vossos pecados. E vós recebereis o dom do Espírito Santo. 39Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar para si”. 40Com muitas outras palavras, Pedro lhes dava testemunho, e os exortava, dizendo: “Salvai-vos dessa gente corrompida!” 41Os que aceitaram as palavras de Pedro receberam o batismo. Naquele dia, mais ou menos três mil pessoas se uniram a eles.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 33,4-5.18-19.20.22 (R: 5b)
– Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.
R: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.

– Reta é a palavra do Senhor, e tudo o que ele faz merece fé. Deus ama o direito e a justiça, transborda em toda a terra a sua graça.
R: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.

– Mas o Senhor pousa o olhar sobre os que o temem, e que confiam esperando em seu amor, para da morte libertar as suas vidas e alimentá-los quando é tempo de penúria.
R: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.

– No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção! Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, da mesma forma que em vós nós esperamos!
R: Transborda em toda a terra a bondade do Senhor.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!
(Sl 117, 24).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 20,11-18

 – O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12Viu, então, dois anjos vestidos de branco, sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. 13Os anjos perguntaram: “Mulher, por que choras?” Ela respondeu:” Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”. 14Tendo dito isto, Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé. Mas não sabia que era Jesus. 15Jesus perguntou-lhe: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando que era o jardineiro, Maria disse: “Senhor, se foste tu que o levaste dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”. 16Então Jesus disse: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabuni” (que quer dizer: Mestre). 17Jesus disse: “Não me segures. Ainda não subi para junto de meu Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor!”, e contou o que Jesus lhe tinha dito.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
São Francisco de Paula, conhecido como “O Eremita da Caridade”

Origens
São Francisco de Paula realiza muitos milagres e é muito venerado na Calábria. Nasceu em Paola (Cosenza) em 1416 em uma família pobre. O casal de idosos quer um filho e reza para que São Francisco de Assis faça o milagre. É assim que acontece.
A promessa 
Após quinze anos de casamento, nasce um lindo menino que leva o nome do Pobre Homem de Assis, Francisco. Imediatamente depois, um dos olhos do menino fica doente. Os pais prometem manter a criança no convento por um ano e rezar a São Francisco. O apelo é ouvido: a criança se cura e a promessa é cumprida.
Convento
Quando entrou no convento, Francesco era um menino, mas já queria viver como um frade humilde: dormia no chão, comia pouco, rezava sempre. Ele então sente que quer se dedicar totalmente a Deus e se retira para uma caverna à beira-mar, perto de Paola, onde, durante cinco anos, vive na solidão comendo apenas grama.
Milagres
Ele realiza muitos milagres e se torna muito famoso. No convento acende a panela com as leguminosas com o sinal da cruz. Ele cura leprosos, cegos e paralíticos. Multiplique o pão e o vinho. Cidade livre de epidemias. O milagre mais conhecido é o de atravessar o Estreito de Messina com o manto, já que o santo não tem dinheiro para pagar ao barqueiro que o deverá transportar. O próprio barqueiro, presenciando o milagre, lamenta ter negado sua ajuda e pede perdão ao frade.
Ordem dos Eremitas
Muitos discípulos convergem em torno de Francisco. Assim nasceu a Ordem dos Eremitas (ou Mínimos) de São Francisco de Assis. O santo foi peregrino a Assis, Montecassino, Loreto e Roma. Em Roma, Francisco continua perturbado pela vida suntuosa levada por um cardeal, tanto que o repreende, lembrando-lhe a simplicidade evangélica.
Visita ao Rei da França
Os poderosos da época queriam conhecê-lo, ser aconselhados por ele, curados, como o muito doente rei da França Luís XI. O frade vai para França. Não cura o rei, mas lhe dá muita serenidade. A corte o ama e estima, tanto que ele permanece na França por vinte e cinco anos, tempo que Francisco aproveita para criar muitos outros conventos.
Protetor e Padroeiro
O humilde franciscano permanece pobre e simples durante toda a sua vida, defende os pobres e ataca os poderosos que levam uma vida confortável e mundana e molestam injustamente o povo. Francesco di Paola morreu em 1507, aos 91 anos, em Tours (França). Protetor dos eremitas, marinheiros, viajantes e peixeiros, é invocado por casais estéreis para ter um filho. Ele é o padroeiro da Calábria.
Minha oração
“Deus, nosso Pai, São Francisco de Paula viveu a simplicidade e a pobreza evangélica. Também hoje nos chamais a dar testemunho da vossa bondade e da vossa misericórdia no meio dos homens. Libertai os nossos corações da insensatez e da lentidão para crer no que vosso Filho Jesus revelou: o mistério da sua Paixão, Morte e Ressurreição. Permanecei conosco, Senhor, conduzi-nos à fraternidade à reconciliação. Possamos exclamar jubilosos como os primeiros discípulos: É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão. E nós o reconhecemos na fração do pão! Amém.”
São Francisco de Paula, rogai por nós!

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SEGUNDA-FEIRA, DIA 01 DE ABRIL DE 2024

Oitava da Páscoa
Cor Litúrgica Branco

Primeira leitura
(At 2,14.22-32)
Leitura dos Atos dos Apóstolos.
No dia de Pentecostes, 14 Pedro de pé, junto com os onze apóstolos, levantou a voz e falou à multidão:
22 “Homens de Israel, escutai estas palavras: Jesus de Nazaré foi um homem aprovado por Deus, junto de vós, pelos milagres, prodígios e sinais que Deus realizou, por meio dele, entre vós. Tudo isto vós bem o sabeis. 23 Deus, em seu desígnio e previsão, determinou que Jesus fosse entregue pelas mãos dos ímpios, e vós o matastes, pregando-o numa cruz. 24 Mas Deus ressuscitou a Jesus, libertando-o das angústias da morte, porque não era possível que ela o dominasse.
25 Pois Davi dele diz: ‘Eu via sempre o Senhor diante de mim, pois está à minha direita para eu não vacilar. 26 Alegrou-se por isso meu coração e exultou minha língua e até minha carne repousará na esperança. 27 Porque não deixarás minha alma na região dos mortos nem permitirás que teu Santo experimente corrupção. 28 Deste-me a conhecer os caminhos da vida e a tua presença me encherá de alegria’.
29 Irmãos, seja-me permitido dizer com franqueza que o patriarca Davi morreu e foi sepultado e seu sepulcro está entre nós até hoje. 30 Mas, sendo profeta, sabia que Deus lhe jurara solenemente que um de seus descendentes ocuparia o trono. 31 É, portanto, a ressurreição de Cristo que previu e anunciou com as palavras: ‘Ele não foi abandonado na região dos mortos e sua carne não conheceu a corrupção’. 32 Com efeito, Deus ressuscitou este mesmo Jesus e disto todos nós somos testemunhas”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Responsório Sl 15(16),1-2a e 5.7-8.9-10.11 (R. 1)
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
— Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor; Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos!
— Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo.
— Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.
— Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!

Evangelho (Mt 28,8-15)
— Aleluia, Aleluia, Aleluia.
— Este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos. (Sl 117)
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 8 as mulheres partiram depressa do sepulcro. Estavam com medo, mas correram com grande alegria, para dar a notícia aos discípulos. 9 De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse: “Alegrai-vos!” As mulheres aproximaram-se, e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés.
10 Então Jesus disse a elas: “Não tenhais medo. Ide anunciar a meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão”. 11 Quando as mulheres partiram, alguns guardas do túmulo foram à cidade, e comunicaram aos sumos sacerdotes tudo o que havia acontecido. 12 Os sumos sacerdotes reuniram-se com os anciãos, e deram uma grande soma de dinheiro aos soldados, 13 dizendo-lhes: “Dizei que os discípulos dele foram durante a noite e roubaram o corpo, enquanto vós dormíeis. 14 Se o governador ficar sabendo disso, nós o convenceremos. Não vos preocupeis”.
15 Os soldados pegaram o dinheiro, e agiram de acordo com as instruções recebidas. E assim, o boato espalhou-se entre os judeus, até o dia de hoje.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

SANTO DO DIA
São Ludovico Pavoni doou-se total e concretamente pelo jovens

Origens
Ludovico Pavoni nasceu em Bréscia (Itália), no dia 11 de setembro de 1784. Primeiro de cinco filhos, ele viveu em um tempo de mudanças políticas e sociais: a Revolução Francesa (1789), a Revolução Jacobina (1797), a dominação napoleônica com suas diversas denominações e, enfim, desde 1814, a dominação austríaca.
Política do amor aos jovens pobres
A política de Ludovico Pavoni, ordenado padre em 1807, foi sempre e unicamente a do amor. Renunciando à fáceis perspectivas de carreira eclesiástica, soube doar- se com generosa criatividade a quem tinha mais necessidade: os jovens, e entre esses os mais pobres. Para eles, abriu seu Oratório em 1812. 
Empenho catequético
Dedicava-se, ao mesmo tempo, como notará o bispo, a ajudar os párocos, instruindo, catequizando com homilias, catecismos e com retiros, fazendo grande bem à juventude, especialmente à mais pobre que tem maior necessidade. 
São Ludovico Pavoni e o Instituto de São Barnabé
Encargos e fundação
Aos 34 anos, foi nomeado cônego da Catedral e lhe foi confiada a reitoria da basílica de São Barnabé. Percebendo, no entanto, que muitos oratorianos, sobretudo os pobres, fraquejavam e se desviavam do bom caminho ao se inserirem no mundo do trabalho, que, infelizmente, não garantia um ambiente moral e cristão sadio, Ludovico Pavoni decidiu fundar um Instituto beneficente ou Colégio de Artes onde, pelo menos, os órfãos ou os descuidados pelos próprios pais fossem acolhidos, gratuitamente mantidos e educados de forma cristã. Ludovico sonhava habilitar os jovens para o desempenho de alguma profissão. Com o objetivo de formá-los, ao mesmo tempo, afeiçoados à religião, úteis à sociedade e ao Estado. Nasceu, assim, o Instituto de São Barnabé.
Oficinas de salvação
Entre as artes, a mais importante foi a tipografia, querida por padre Pavoni como “Escola Tipográfica” que pode ser considerada a primeira Escola gráfica da Itália e que logo se torna uma verdadeira Editora. Com o passar dos anos, multiplicaram-se os ofícios ensinados em São Barnabé. Em 1831, padre Pavoni enumera oito oficinas existentes: tipografia e calcografia, encadernação, livraria, ourivesaria, serralheria, carpintaria, tornearia e sapataria.
Seguindo a inspiração
O Instituto de São Barnabé reunia, pela primeira vez, o aspecto educativo, o assistencial e o profissional, mas a marca mais profunda, a ideia característica do novo Instituto era que os meninos pobres, abandonados pelos pais e parentes mais próximos, aí encontrassem tudo o que tinham perdido: não somente um pão, uma roupa e uma educação nas letras e artes, mas o pai e a mãe, a família de que a desventura os privou, e com o pai, a mãe, a família, tudo o que um pobre podia receber e gozar.
Condecorado Cavaleiro da Coroa Férrea
Além do esperado…
Padre Pavoni pensou também nos camponeses e projetou uma Escola Agrícola. Em 1841, acolhe também deficientes auditivos. Em 3 de junho de 1844, foi condecorado pelo imperador com o título de Cavaleiro da Coroa Férrea.
Cuidados Extendidos 
Para sustentar e dar continuidade ao Instituto, Ludovico Pavoni cultivava há muito, a ideia de formar com seus jovens mais fervorosos uma regular Congregação. Consistia na unidade com os vínculos da caridade cristã e fundamentada nas virtudes evangélicas. Além da dedicação inteiramente ao acolhimento e à educação dos filhinhos abandonados e se disponha a estender gratuitamente seus cuidados também em favor da tão recomendada Casa da Indústria, prejudicada com a falta de mestres competentes nas artes.
Aprovação
Obtido o Decreto da finalidade da Congregação, por parte do Papa Gregório XVI, em 1843, alcançou finalmente a aprovação imperial, com a criação da Congregação dos Filhos de Maria Imaculada.
A Congregação dos Filhos de Maria Imaculada
Os Pavonianos
Quanto à marca da nova família religiosa, os contemporâneos reconhecem-lhe a originalidade e a novidade. Devendo a mesma compor-se de religiosos sacerdotes para a direção espiritual, disciplinar e administrativa da obra e de religiosos leigos para a condução das oficinas e a educação dos jovens. Surge assim a nova imagem do religioso trabalhador e educador: o irmão coadjutor pavoniano, inserido diretamente na missão específica da Congregação, com paridade de direitos e de deveres com os sacerdotes.
Morte no Domingo de Ramos
Com a saúde comprometida, Ludovico a teve agravada e, na madrugada de 1º de abril, domingo de Ramos, morreu.
Santidade
Na beatificação de Ludovico Pavoni, sancionada pelo Papa Pio XII, o Pontífice fala sobre a heroicidade das virtudes no qual é chamado de um outro Felipe Neri, precursor de São João Bosco, “rival” perfeito de São José Cottolengo.
Minha oração
“A sede pela salvação das almas habitava o coração de São Ludovico Pavoni. ‘Senhor, que meu coração seja incendiado pelo ardor evangelizador. Dá-me o Teu Espírito Santo com cada um dos seus dons. Amém’.”
São Ludovico Pavoni, rogai por nós!

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DOMINGO PÁSCOA, DIA 31 DE MARÇO DE 2024

PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO
Cor Litúrgica branco

Primeira leitura
At 10,34.37-43
– Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 34Pedro tomou a palavra e disse: 37“Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judéia, a começar pela Galiléia, depois do batismo pregado por João: 38como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele. 39E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz. 40Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se 41não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos. 42E Jesus nos mandou pregar ao povo e testemunhar que Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos. 43Todos os profetas dão testemunho dele: “Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 118,1-2.16ab-17.22-23 (R: 24)
– Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!
R: Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

– Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!” A casa de Israel agora o diga: “Eterna é a sua misericórdia!”
R: Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

– A mão direita do Senhor fez maravilhas, a mão direita do Senhor me levantou. Não morrerei, mas, ao contrário, viverei para cantar as grandes obras do Senhor!
R: Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

– A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular. Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: que maravilhas ele fez a nossos olhos!
R: Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

Segunda leitura
Cl 3,1-4
– Leitura da carta de são Paulo aos Colossenses – Irmãos: 1Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, 2onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. 3Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus. 4Quando Cristo, vossa vida, aparecer em seu triunfo, então vós aparecereis também com ele, revestidos de glória.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Sequência

– Cantai, cristãos, afinal: “Salve, ó vítima pascal!” Cordeiro inocente, o Cristo abriu-nos do Pai o aprisco.
– Por toda ovelha imolado, do mundo lava o pecado. Duelam forte e mais forte: é a vida que enfrenta a morte.
— O rei da vida, cativo, é morto, mas reina vivo! Responde, pois, ó Maria: no teu caminho o que havia?
– “Vi Cristo ressuscitado, o túmulo abandonado. Os anjos da cor do sol, dobrado ao chão o lençol…
– O Cristo, que leva aos céus, caminha à frente dos seus!” Ressuscitou de verdade. Ó Rei, ó Cristo, piedade!
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– O nosso cordeiro pascal, Jesus Cristo, já foi imolado. Celebremos, assim, esta festa na sinceridade e verdade (1Cor 5,7).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 20,1-9

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
– 1No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, e viu que a pedra tinha sido tirada do túmulo. 2Então ela saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo, aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram”. 3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo. 4Ambos corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao túmulo.  5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 8Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou. 9De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

Liturgia comentada
Tiraram o Senhor do túmulo! (Jo 20,1-9)
Os eventos narrados pelos Evangelhos sobre a ressurreição de Jesus Cristo estão mesclados de surpresa, estranheza e – por que não dizer? – de certa decepção… Nada está como devia: o cadáver sumiu, o túmulo está vazio, o Desaparecido “aparece” aqui e ali, em diferentes lugares e a diferentes pessoas. E, sem dúvida, os mais surpresos são os discípulos de Jesus. Em quê acreditar?
Não nos próprios olhos, apesar de Tomé. Não nos próprios sentidos, pois eles falham diante de uma nova realidade. As barreiras entre o físico e o espiritual parecem rompidas em definitivo…
Frei Raniero Cantalamessa comenta que “as aparições testemunham a nova dimensão do Ressuscitado, o Seu modo de ser ‘segundo Espírito’, que é um modo novo e diferente, com relação ao modo de existir de antes, ‘segundo a carne’. Por exemplo, Ele pode ser reconhecido não por qualquer um que o veja, mas tão somente por aquele a quem Ele mesmo se dá a conhecer. Sua corporalidade é diferente da de antes: está livre das leis físicas, entra e sai a portas fechadas, aparece e desaparece”.
Sim, estamos no campo do mistério. Toda a experiência existencial anterior não ajuda os discípulos a traduzirem a nova realidade. E é exatamente o espanto e a incompreensão dos apóstolos que me convence da veracidade desses Evangelhos. As narrativas deixam mal os próprios discípulos, ultrapassados pelos fatos. Procuram por um defunto e lhes aparece o Ressuscitado. Os adversários os acusam de terem roubado corpo, mas são eles mesmos os mais espantados: “Tiraram o Senhor do túmulo!”
A lamentação exclamativa de Madalena é a maior prova de que nenhum dos seguidores de Jesus estava à espera da ressurreição. Os dois de Emaús não o reconhecem (Lc 24,16). Tomé quer espetar o dedo em suas chagas (Jo 20,25). Jesus precisa comer um pedaço de peixe para que não o vejam como um fantasma (Lc 24,41-42). Os eventos superavam qualquer expectativa… A morte cruenta de Jesus no Calvário parecia ter fechado a última página de um livro cheio de sonhos e esperanças. Agora, porém, abre-se um novo horizonte e raia um novo tempo quando tudo é possível.
Agora – com Cristo Ressuscitado – é possível enfrentar a multidão e anunciar a Boa Nova. Agora, Estêvão pode testemunhar com o próprio sangue. Agora, Pedro pode abraçar a Cruz que ele preferia recusar. E a legião dos mártires que a história registra não pode ser um bando de alucinados movidos por alguma ilusão.
Cristo vive!
Orai sem cessar: “Eu sei que vive o meu Redentor!” (Jó 19,25)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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SÁBADO SANTO, DIA 30 DE MARÇO DE 2024

VIGÍLIA PASCAL
Cor Litúrgica branco

Primeira leitura
Gn 1,1.26-31 – breve
– Leitura do livro do Gênesis: 1No princípio Deus criou o céu e a terra. 26Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem e segundo à nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra”. 27E Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou: homem e mulher os criou. 28E Deus os abençoou e lhes disse: “Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a! Dominai sobre os peixes do mar, sobre os pássaros do céu e sobre todos os animais que se movem sobre a terra”. 29E Deus disse: “Eis que vos entrego todas as plantas que dão semente sobre a terra, e todas as árvores que produzem fruto com sua semente, para vos servirem de alimento. 30E a todos os animais da terra, e a todas as aves do céu, e a tudo o que rasteja sobre a terra e que é animado de vida, eu dou todos os vegetais para alimento”. E assim se fez. 31E Deus viu tudo quanto havia feito, e eis que tudo era muito bom. Houve uma tarde e uma manhã: sexto dia.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus
Salmo responsorial: Sl 104
– Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.
R: Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.
– Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Ó meu Deus e meu Senhor, como sois grande! De majestade e esplendor vos revestis e de luz vos envolveis como num manto.
R: Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.
 – A terra vós firmastes em suas bases, ficará firme pelos séculos sem fim; os mares a cobriam como um manto, e as águas envolviam as montanhas.
 R: Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.
– Fazeis brotar em meio aos vales as nascentes que passam serpeando entre as montanhas; às suas margens vêm morar os passarinhos, entre os ramos eles erguem o seu canto.
R: Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.
– De vossa casa as montanhas irrigais, com vossos frutos saciais a terra inteira; fazeis crescer os verdes pastos para o gado e as plantas que são úteis para o homem.
R: Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.
– Quão numerosas, ó Senhor, são vossas obras, e que sabedoria em todas elas! Encheu-se a terra com as vossas criaturas! Bendize, ó minha alma, ao Senhor!
R: Enviai o vosso Espírito, Senhor, e da terra toda a face renovai.
Oração:
– Ó Deus, admirável na criação do ser humano e mais ainda na sua redenção, dai-nos a sabedoria de resistir ao pecado e chegar à eterna alegria. Por Cristo, nosso Senhor.

Segunda leitura
Gn 22,1-2.9-13.15-18 – breve
– Leitura do livro do Gênesis: Naqueles dias, 1Deus pôs Abraão à prova. Chamando-o, disse: “Abraão!” E ele respondeu: “Aqui estou”. 2E Deus disse: “Toma teu filho único, Isaac, a quem tanto amas, dirije-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um monte que eu te indicar”. 9Chegados ao lugar indicado por Deus, Abraão ergueu um altar, colocou a lenha em cima, amarrou o filho e o pôs sobre a lenha em cima do altar. 10Depois, estendeu a mão, empunhando a faca para sacrificar o filho. 11E eis que o anjo do Senhor gritou do céu, dizendo: “Abraão! Abraão!” Ele respondeu: “Aqui estou!” 12E o anjo lhe disse: “Não estendas a mão contra teu filho e não lhe faças nenhum mal! Agora sei que temes a Deus, pois não me recusaste teu filho único”. 13Abraão, erguendo os olhos, viu um carneiro preso num espinheiro pelos chifres; foi buscá-lo e ofereceu-o em holocausto no lugar do seu filho. 15O anjo do Senhor chamou Abraão, pela segunda vez, do céu, 16e lhe disse: “Juro por mim mesmo – oráculo do Senhor -, uma vez que agiste deste modo e não me recusaste teu filho único, 17eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. 18Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste”.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus
Salmo responsorial: Sl 16
– Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
– Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos! Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo.
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
– Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
– Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio!
Oração:
– Ó Deus, Pai de todos os fiéis, vós multiplicais por toda a terra os filhos da vossa promessa, derramando sobre eles a graça da filiação, e, pelo mistério pascal, tornais vosso servo Abraão pai de todos os povos, como lhe tínheis prometido. Concedei, portanto, a todos os povos a graça de corresponder ao vosso chamado. Por Cristo, nosso Senhor.

Terceira leitura
Êx 14,15-15,1
– Leitura do livro do Êxodo: Naqueles dias, 15 o Senhor disse a Moisés: “Por que clamas a mim por socorro? Dize aos filhos de Israel que se ponham em marcha. 16Quanto a ti, ergue a vara, estende o braço sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel caminhem em seco pelo meio do mar. 17De minha parte, endurecerei o coração dos egípcios, para que sigam atrás deles, e eu seja glorificado às custas do Faraó, e de todo o seu exército, dos seus carros e cavaleiros. 18E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando eu for glorificado às custas do Faraó, dos seus carros e cavaleiros”. 19Então, o anjo do Senhor, que caminhava à frente do acampamento dos filhos de Israel, mudou de posição e foi para trás deles; e com ele, ao mesmo tempo, a coluna de nuvem, que estava na frente, pôs-se atrás, 20inserindo-se entre o acampamento dos egípcios e o acampamento dos filhos de Israel. Para aqueles a nuvem era tenebrosa, para estes, iluminava a noite. Assim, durante a noite inteira, uns não puderam aproximar-se dos outros. 21Moisés estendeu a mão sobre o mar, e durante toda a noite o Senhor fez soprar sobre o mar um vento leste muito forte; e as águas se dividiram. 22Então, os filhos de Israel entraram pelo meio do mar a pé enxuto, enquanto as águas formavam como que uma muralha à direita e à esquerda. 23Os egípcios puseram-se a persegui-los, e todos os cavalos do Faraó, carros e cavaleiros os seguiram mar adentro. 24Ora, de madrugada, o Senhor lançou um olhar, desde a coluna de fogo e da nuvem, sobre as tropas egípcias e as pôs em pânico. 25Bloqueou as rodas dos seus carros, de modo que só a muito custo podiam avançar. Disseram, então, os egípcios: “Fujamos de Israel! Pois o Senhor combate a favor deles, contra nós”. 26O Senhor disse a Moisés: “Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem contra os egípcios, seus carros e cavaleiros”. 27Moisés estendeu a mão sobre o mar e, ao romper da manhã, o mar voltou ao seu leito normal, enquanto os egípcios, em fuga, corriam ao encontro das águas, e o Senhor os mergulhou no meio das ondas. 28As águas voltaram e cobriram carros, cavaleiros e todo o exército do Faraó, que tinha entrado no mar em perseguição de Israel. Não escapou um só. 29Os filhos de Israel, ao contrário, tinham passado a pé enxuto pelo meio do mar, cujas águas lhes formavam uma muralha à direita e à esquerda. 30Naquele dia, o Senhor livrou Israel da mão dos egípcios, e Israel viu os egípcios mortos nas praias do mar, 31e a mão poderosa do Senhor agir contra eles. O povo temeu o Senhor, e teve fé no Senhor e em Moisés, seu servo. 15,1Então, Moisés e os filhos de Israel cantaram ao Senhor este cântico:
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus
Salmo responsorial: Ex 15,1-18
– Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória!
R: Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória!
– Ao Senhor quero cantar, pois fez brilhar a sua glória: precipitou no Mar Vermelho o cavalo e o cavaleiro! O Senhor é minha força, é a razão do meu cantar, pois foi ele neste dia para mim libertação!
R: Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória!
– Ele é meu Deus e o louvarei, Deus de meu pai, e o honrarei. – O Senhor é um Deus guerreiro; o seu nome é “Onipotente”. Os soldados e os carros do Faraó jogou no mar; seus melhores capitães afogou no mar Vermelho,
R: Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória!
– Afundaram como pedras e as ondas os cobriram. Ó Senhor, o vosso braço é duma força insuperável! Ó Senhor, o vosso braço esmigalhou os inimigos!
R: Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória!
– Vosso povo levareis e o plantareis em vosso Monte, no lugar que preparastes para a vossa habitação, no Santuário construído pelas vossas próprias mãos. O Senhor há de reinar eternamente, pelos séculos!
R: Cantemos ao Senhor que fez brilhar a sua glória!
Oração:
– Ó Deus, vemos brilhar ainda em nossos dias as vossas antigas maravilhas. Como manifestastes outrora o vosso poder, libertando um só povo da perseguição do faraó, realizais agora a salvação de todas as nações, fazendo-as renascer nas águas do batismo. Concedei a todos os seres humanos tornarem-se filhos de Abraão e membros do vosso povo eleito. Por Cristo, nosso Senhor.

Quarta leitura
Is 54,5-14
– Leitura do livro do profeta Isaías: 5Teu esposo é aquele que te criou, seu nome é Senhor dos exércitos; teu redentor, o santo de Israel, chama-se Deus de toda a terra. 6O Senhor te chamou, como a mulher abandonada e de alma aflita; como a esposa repudiada na mocidade, falou o teu Deus. 7Por um breve instante eu te abandonei, mas com imensa compaixão volto a acolher-te. 8Num momento de indignação, por um pouco ocultei de ti minha face, mas com misericórdia eterna compadeci-me de ti, diz teu salvador, o Senhor. 9Como fiz nos dias de Noé, a quem jurei nunca mais inundar a terra, assim juro que não me irritarei contra ti nem te farei ameaças. 10Podem os montes recuar e as colinas abalar-se, mas minha misericórdia não se apartará de ti, nada fará mudar a aliança de minha paz, diz o teu misericordioso Senhor. 11Pobrezinha, batida por vendavais, sem nenhum consolo, eis que assentarei tuas pedras sobre rubis, e tuas bases sobre safiras; 12revestirei de jaspe tuas fortificações, e teus portões, de pedras preciosas, e todos os teus muros, de pedra escolhida. 13Todos os teus filhos serão discípulos do Senhor, teus filhos possuirão muita paz; 14terás a justiça por fundamento. Longe da opressão, nada terás a temer; serás livre do terror, porque ele não se aproximará de ti.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus
Salmo responsorial: Sl 30
– Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes!
R: Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes!
– Eu vos exalto, ó Senhor, pois me livrastes, e não deixastes rir de mim meus inimigos! Vós tirastes minha alma dos abismos e me salvastes, quando estava já morrendo!
R: Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes!
 – Cantai salmos ao Senhor, povo fiel, dai-lhe graças e invocai seu santo nome! Pois sua ira dura apenas um momento, mas sua bondade permanece a vida inteira; se à tarde vem o pranto visitar-nos, de manhã vem saudar-nos a alegria.
R: Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes!
– Escutai-me, Senhor Deus, tende piedade! Sede, Senhor, o meu abrigo protetor! Transformastes o meu pranto em uma festa, Senhor meu Deus, eternamente hei de louvar-vos!
R: Eu vos exalto, ó Senhor, porque vós me livrastes!
Oração:
– Deus eterno e todo-poderoso, para a glória do vosso nome, multiplicai a posteridade que prometestes aos nossos pais, aumentando o número dos vossos filhos adotivos. Possa a Igreja reconhecer que já se realizou em grande parte a promessa feita a nossos pais, da qual jamais duvidaram. Por Cristo, nosso Senhor.

Quinta leitura
Is 55,1-11
– Leitura do livro do Profeta Isaías: – Assim diz o Senhor: 1″Ó vós todos que estais com sede, vinde às águas; vós que não tendes dinheiro, apressai-vos, vinde e comei, vinde comprar sem dinheiro, tomar vinho e leite, sem nenhuma paga. 2Por que gastar dinheiro com outra coisa que não o pão, desperdiçar o salário senão com satisfação completa? Ouvi-me com atenção, e alimentai-vos bem, para deleite e revigoramento do vosso corpo. 3Inclinai vosso ouvido e vinde a mim, ouvi e tereis vida; farei convosco um pacto eterno, manterei fielmente as graças concedidas a Davi. 4Eis que fiz dele uma testemunha para os povos, chefe e mestre para as nações. 5Eis que chamarás uma nação que não conhecias, e acorrerão a ti povos que não te conheciam, por causa do Senhor, teu Deus, e do Santo de Israel, que te glorificou. 6Buscai o Senhor, enquanto pode ser achado; invocai-o, enquanto ele está perto. 7Abandone o ímpio seu caminho, e o homem injusto, suas maquinações; volte para o Senhor, que terá piedade dele, volte para nosso Deus, que é generoso no perdão. 8Meus pensamentos não são como os vossos pensamentos e vossos caminhos não são como os meus caminhos, diz o Senhor. 9Estão meus caminhos tão acima dos vossos caminhos e meus pensamentos acima dos vossos pensamentos, quanto está o céu acima da terra. 10Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, 11assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la”.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus
Salmo responsorial: Is 12,2-6
– Com alegria bebereis do manancial da salvação
R: Com alegria bebereis do manancial da salvação
– Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo; o Senhor é minha força, meu louvor e Salvação. Com alegria bebereis do manancial da Salvação.
R: Com alegria bebereis do manancial da salvação
– E direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor, invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime”.
R: Com alegria bebereis do manancial da salvação
– Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel!”
R: Com alegria bebereis do manancial da salvação
Oração:
– Deus eterno e todo poderoso, única esperança do mundo, anunciastes pela voz dos profetas os mistérios que hoje se realizam. Aumentai o fervor do vosso povo, pois nenhum dos vossos filhos conseguirá progredir na virtude sem o auxílio da vossa graça. Por Cristo, nosso Senhor.

Sexta leitura
Br 3,9-15.32.4,4
– Leitura do livro do profeta Baruc: 9Ouve, Israel, os preceitos da vida; presta atenção, para aprenderes a sabedoria. 10Que se passa, Israel? Como é que te encontras em terra inimiga? 11Envelheceste num país estrangeiro, te contaminaste com os mortos, foste contado entre os que descem à mansão dos mortos. 12Abandonaste a fonte da sabedoria! 13Se tivesses continuado no caminho de Deus, viverias em paz para sempre. 14Aprende onde está a sabedoria, onde está a fortaleza e onde está a inteligência, e aprenderás também onde está a longevidade e a vida, onde está o brilho dos olhos e a paz. 15Quem descobriu onde está a sabedoria? Quem penetrou em seus tesouros? 32Aquele que tudo sabe, conhece-a, descobriu-a com sua inteligência; 33aquele que criou a terra para sempre e a encheu de animais e quadrúpedes; aquele que manda a luz, e ela vai, chama-a de volta, e ela obedece tremendo. 34As estrelas cintilam em seus postos de guarda e alegram-se; 35ele chamou-as, e elas respondem: “Aqui estamos”; e alumiam com alegria o que as fez. 36Este é o nosso Deus, e nenhum outro pode comparar-se com ele. 37Ele revelou todo o caminho da sabedoria a Jacó, seu servo, e a Israel, seu bem-amado. 38Depois, ela foi vista sobre a terra e habitou entre os homens. 4,1A sabedoria é o livro dos mandamentos de Deus, é a lei, que permanece para sempre. Todos os que a seguem, têm a vida, e os que a abandonam, têm a morte. 2Volta-te, Jacó e abraça-a; marcha para o esplendor, à sua luz. 3Não dês a outro a tua glória nem cedas a uma nação estranha teus privilégios. 4Ó Israel, felizes somos nós, porque nos é dado conhecer o que agrada a Deus.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus
Salmo responsorial: Sl 19B
– Senhor, tens palavras de vida eterna
R: Senhor, tens palavras de vida eterna
– A lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para a alma! O testemunho do Senhor é fiel, sabedoria dos humildes.
R: Senhor, tens palavras de vida eterna
– Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração. O mandamento do Senhor é brilhante, para os olhos é uma luz.
R: Senhor, tens palavras de vida eterna
 – É puro o temor do Senhor, imutável para sempre. Os julgamentos do Senhor são corretos e justos igualmente.
R: Senhor, tens palavras de vida eterna
– Mais desejáveis do que o ouro são eles do que o ouro refinado. Suas palavras são mais doces que mel, que o mel que sai dos favos.
R: Senhor, tens palavras de vida eterna
Oração:
– Ó Deus, que fazeis vossa Igreja crescer sempre mais, chamando todos os povos ao evangelho, guardai sob a vossa contínua proteção os que purificais na água do batismo. Por Cristo, nosso Senhor.

Sétima leitura
Ez 36,16-28
– Leitura da profecia de Ezequiel: 16A palavra do Senhor foi-me dirigida nestes termos: 17″Filho do homem, os da casa de Israel estavam morando em sua terra. Mancharam-na com sua conduta e suas más ações. 18Então derramei sobre eles a minha ira, por causa do sangue que derramaram no país e dos ídolos com os quais o mancharam. 19Eu dispersei-os entre as nações, e eles foram espalhados pelos países. Julguei-os de acordo com sua conduta e suas más ações. 20Quando eles chegaram às nações para onde foram, profanaram o meu santo nome; pois deles se comentava: ‘Esse é o povo do Senhor; mas tiveram de sair do seu país!’ 21Então eu tive pena do meu santo nome que a casa de Israel estava profanando entre as nações para onde foi. 22Por isso, dize à casa de Israel: ‘Assim fala o Senhor Deus: Não é por causa de vós que eu vou agir, casa de Israel, mas por causa do meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes. 23Vou mostrar a santidade do meu grande nome, que profanastes no meio das nações. As nações saberão que eu sou o Senhor, – oráculo do Senhor Deus – quando eu manifestar minha santidade à vista delas por meio de vós. 24Eu vos tirarei do meio das nações, vos reunirei de todos os países, e vos conduzirei para a vossa terra. 25Derramarei sobre vós uma água pura, e sereis purificados. Eu vos purificarei de todas as impurezas e de todos os ídolos. 26Eu vos darei um coração novo e porei um espírito novo dentro de vós. Arrancarei do vosso corpo o coração de pedra e vos darei um coração de carne; 27porei o meu espírito dentro de vós e farei com que sigais a minha lei e cuideis de observar os meus mandamentos. 28Habitareis no país que dei a vossos pais. Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus
Salmo responsorial: Sl 42
–  A minha alma tem sede de Deus
R: A minha alma tem sede de Deus
– A minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus?
R: A minha alma tem sede de Deus
 – Peregrino e feliz caminhando para a casa de Deus, entre gritos, louvor e alegria da multidão jubilosa.
R: A minha alma tem sede de Deus
– Enviai vossa luz, vossa verdade: elas serão o meu guia; que me levem ao vosso monte santo, até a vossa morada!
R: A minha alma tem sede de Deus
– Então irei aos altares do Senhor, Deus da minha alegria. Vosso louvor cantarei, ao som da harpa, meu Senhor e meu Deus!
R: A minha alma tem sede de Deus
Oração:
– Ó Deus, força imutável e luz inextinguível, olhai com bondade o mistério de toda a vossa Igreja e conduzi pelos caminhos da paz a obra da salvação que concebestes desde toda a eternidade. Que o mundo todo veja e reconheça que se levanta o que estava caído, que o velho se torna novo e tudo voltaà integridade primitiva por aquele que é princípio de todas as coisas. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.
Coleta
– Ó Deus, que iluminais esta noite santa com a glória da ressurreição do Senhor, despertai na vossa Igreja o espírito filial, para que, inteiramente renovados, vos sirvamos de todo coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

Oitava leitura
Romanos: 6,3-11
– Leitura da carta de são Paulo aos Romanos: Irmãos: 3Será que ignorais que todos nós, batizados em Jesus Cristo, é na sua morte que fomos batizados? 4Pelo batismo na sua morte, fomos sepultados com ele, para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova. 5Pois, se fomos de certo modo identificados a Jesus Cristo por uma morte semelhante à sua, seremos semelhantes a ele também pela ressurreição. 6Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Cristo, para que seja destruído o corpo de pecado, de maneira a não mais servirmos ao pecado. 7Com efeito, aquele que morreu está livre do pecado. 8Se, pois, morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. 9Sabemos que Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais; a morte já não tem poder sobre ele. 10Pois aquele que morreu, morreu para o pecado uma vez por todas; mas aquele que vive, é para Deus que vive. 11Assim, vós também considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo.
– Palavra do Senhor
– Graças a Deus
Salmo responsorial: 118
– Aleluia, aleluia, aleluia.
R: Aleluia, aleluia, aleluia.
– Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia! A casa de Israel agora o diga: “Eterna é a sua misericórdia!”
R: Aleluia, aleluia, aleluia.
– A mão direita do Senhor fez maravilhas, a mão direita do Senhor me levantou, a mão direita do Senhor fez maravilhas! Não morrereis, mas, ao contrário, viverei para cantar as grandes obras do Senhor!
R: Aleluia, aleluia, aleluia.
– A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular. Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: que maravilhas ele fez a nossos olhos!
R: Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos: Mc 16,1-7

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Marcos.
– Glória a vós, Senhor!
– 1Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para ungir Jesus. 2E no primeiro dia da semana, foram muito cedo ao sepulcro, mal o sol havia despontado. 3E diziam entre si: Quem nos há de remover a pedra da entrada do sepulcro? 4Levantando os olhos, elas viram removida a pedra, que era muito grande. 5Entrando no sepulcro, viram, sentado do lado direito, um jovem, vestido de roupas brancas, e assustaram-se. 6Ele lhes falou: Não tenhais medo. Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou, já não está aqui. Eis o lugar onde o depositaram. 7Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vos precede na Galiléia. Lá o vereis como vos disse.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

Liturgia comentada
Quem rolará a pedra? (Mc 16,1-7)
Sim, o piedoso José de Arimateia, depois de envolver o corpo de Jesus em um lençol de linho, selara o túmulo, rolando à sua entrada uma pesada pedra (cf. Mc 15,46). Na vigília da mesma noite, as mulheres haviam comprado aromas para embalsamar o corpo de Jesus. Após o repouso do sábado, logo ao raiar do dia, elas se mexem e rumam para o túmulo com uma preocupação em mente: “Quem nos rolará a pedra?”
Para sua surpresa, Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, encontram a pedra já removida. O obstáculo já não existia. Entretanto, no interior da gruta, um anjo com aparência de jovem informa: “Não está aqui!” Jesus havia ressuscitado.
Jean Valette reflete: “Este elemento do ‘maravilhoso’, que é a presença do anjo, não se destina a embelezar o relato, nem a fornecer uma prova externa da realidade do acontecimento. Ele tem profunda significação teológica: com mais sobriedade e verdade que qualquer outro arrazoado – e, talvez, da única maneira possível -, ele diz que Deus passou por ali, que ele agiu, que ele introduziu no impossível humano o seu possível e, daí em diante, já não precisa de aromas.
‘Procurais Jesus de Nazaré, o crucificado; ele ressuscitou, não está mais aqui.’ Esta palavra do anjo se dirige sempre a nós. Toda busca de Jesus e de seu ensinamento que faz a economia da fé na ressurreição, ou que só vê nesta última um símbolo desse ensinamento, não é mais que a procura por um morto e por uma palavra morta. O Evangelho só tem verdade e força porque ele é uma pessoa ao mesmo tempo que uma palavra. Fora dessa pessoa, o Evangelho pode subsistir como doutrina e religião, mas não mais como poder.
‘Ide dizer a seus discípulos e a Pedro…’ Por que esta distinção entre Pedro e os discípulos como grupo? A menção ‘e a Pedro’ está ali, talvez, para atestar que o apóstolo, de quem não ouvimos mais falar depois de sua negação, não foi jamais desqualificado por ela e está reinvestido em seu cargo.”
Em poucas palavras, várias lições. É inútil alimentar preocupações com nossas perfumarias, como é inútil superestimar as pedras que deveremos rolar em nossa missão. Se a obra é de Deus, ele mesmo providenciará a remoção dos obstáculos. Além disso, a Palavra que nos foi confiada, enquanto Igreja, é muito mais que um texto sagrado repassado até nós como herança dos antigos. Não é em um livro santo, mas em uma Pessoa divina – o Filho de Deus – que se encontra o potencial de vida e salvação confiado às comunidades cristãs.
Nós não abandonaremos jamais a missão que Deus nos entregou. Cristo vive. A vida continua…
Orai sem cessar: “A tua promessa me faz viver…” (Sl 119,50)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.
santini@novaalianca.com.br

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SEXTA-FEIRA SANTA, DIA 29 DE MARÇO DE 2024

PAIXÃO DO SENHOR DIA DE JEJUM E ABSTINÊNCIA
Cor Litúrgica vermelho

Primeira leitura
Is 52,13-53,12
– Leitura do livro do profeta Isaías – 13Ei-lo, o meu Servo será bem-sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau. 14Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo – tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano -, 15do mesmo modo ele espalhará sua fama entre os povos. Diante dele os reis se manterão em silêncio, vendo algo que nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas que jamais ouviram. 53,1Quem de nós deu crédito ao que ouvimos? E a quem foi dado reconhecer a força do Senhor? 2Diante do Senhor ele cresceu como renovo de planta ou como raiz em terra seca. Não tinha beleza nem atrativo para o olharmos, não tinha aparência que nos agradasse. 3Era desprezado como o último dos mortais, homem coberto de dores, cheio de sofrimentos; passando por ele, tapávamos o rosto; tão desprezível era, não fazíamos caso dele. 4A verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores; e nós pensávamos fosse um chagado, golpeado por Deus e humilhado! 5Mas ele foi ferido por causa de nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes; a punição a ele imposta era o preço da nossa paz, e suas feridas, o preço da nossa cura. 6Todos nós vagávamos como ovelhas desgarradas, cada qual seguindo seu caminho; e o Senhor fez recair sobre ele o pecado de todos nós. 7Foi maltratado, e submeteu-se, não abriu a boca; como cordeiro levado ao matadouro ou como ovelha diante dos que a tosquiam, ele não abriu a boca. 8Foi atormentado pela angústia e foi condenado. Quem se preocuparia com sua história de origem? Ele foi eliminado do mundo dos vivos; e por causa do pecado do meu povo foi golpeado até morrer. 9Deram-lhe sepultura entre ímpios, um túmulo entre os ricos, porque ele não praticou o mal nem se encontrou falsidade em suas palavras. 10O Senhor quis macerá-lo com sofrimentos. Oferecendo sua vida em expiação, ele terá descendência duradoura, e fará cumprir com êxito a vontade do Senhor. 11Por esta vida de sofrimento, alcançará luz e uma ciência perfeita. Meu Servo, o justo, fará justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas. 12Por isso, compartilharei com ele multidões e ele repartirá suas riquezas com os valentes seguidores, pois entregou o corpo à morte, sendo contado como um malfeitor; ele, na verdade, resgatava o pecado de todos e intercedia em favor dos pecadores.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 31, 2.6.12-13.15-17.25 (R: Lc 23,48)
– Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.
R: Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

– Senhor, eu ponho em vós minha esperança; que eu não fique envergonhado eternamente! Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel!
R: Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

– Tornei-me o opróbrio do inimigo, o desprezo e zombaria dos vizinhos, e objeto de pavor para os amigos; fogem de mim os que me veem pela rua. Os corações me esqueceram como um morto, e tornei-me como um vaso espedaçado!
R: Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

– A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, e afirmo que só vós sois o meu Deus! Eu entrego em vossas mãos o meu destino; libertai-me do inimigo e do opressor!
R: Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

– Mostrai serena a vossa face ao vosso servo, e salvai-me pela vossa compaixão! Fortalecei os corações, tende coragem, todos vós que ao Senhor vos confiais!
R: Ó Pai, em tuas mãos eu entrego o meu espírito.

Segunda leitura
Hb 4,14-16 5.7-9
– Leitura da carta aos Hebreus – Irmãos: 14Temos um sumo sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. 15Com efeito, temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. 16Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno. 5,7Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus. 8Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus, por aquilo que ele sofreu. 9Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 18,1-19.42
Louvor e honra, a vós, Senhor Jesus.
Louvor e honra, a vós, Senhor Jesus.
– Jesus Cristo se tornou obediente, obediente até a morte numa cruz; pelo que o Senhor Deus o exaltou e deu-lhe um nome muito acima de outro nome (Fl 2,8).
Louvor e honra, a vós, Senhor Jesus.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!

–  Narrador 1: Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo, segundo João.
Naquele tempo, 1Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia aí um jardim, onde ele entrou com os discípulos. 2Também Judas, o traidor, conhecia o lugar, porque Jesus costumava reunir-se aí com os seus discípulos. 3Judas levou consigo um destacamento de soldados e alguns guardas dos sumos sacerdotes e fariseus, e chegou ali com lanternas, tochas e armas. 4Então Jesus, consciente de tudo o que ia acontecer, saiu ao encontro deles e disse:
Pres.: “A quem procurais?”
Narrador 1: 5Responderam:
– “A Jesus, o Nazareno”.
Narrador 1: Ele disse:
Pres.: “Sou eu”.
Narrador 1: Judas, o traidor, estava junto com eles. 6Quando Jesus disse: “Sou eu”, eles recuaram e caíram por terra. 7De novo lhes perguntou:
Pres.: “A quem procurais?”
Narrador 1: Eles responderam:
– “A Jesus, o Nazareno”.
Narrador 1: 8Jesus respondeu:
Pres.: “Já vos disse que sou eu. Se é a mim que procurais, então deixai que estes se retirem”.
Narrador 1: 9Assim se realizava a palavra que Jesus tinha dito:
Pres.: “Não perdi nenhum daqueles que me confiaste”.
Narrador 2: 10Simão Pedro, que trazia uma espada consigo, puxou dela e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O nome do servo era Malco. 11Então Jesus disse a Pedro:
Pres.: “Guarda a tua espada na bainha. Não vou beber o cálice que o Pai me deu?”
Narrador 2: 12Então, os soldados, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. 13Conduziram-no primeiro a Anás, que era o sogro de Caifás, o Sumo Sacerdote naquele ano. 14Foi Caifás que deu aos judeus o conselho:
Leitor 1: “É preferível que um só morra pelo povo”.
Narrador 2: 15Simão Pedro e um outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote. 16Pedro ficou fora, perto da porta. Então o outro discípulo, que era conhecido do Sumo Sacerdote, saiu, conversou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro. 17A criada que guardava a porta disse a Pedro:
Mulher: “Não pertences também tu aos discípulos desse homem?”
Narrador 2: Ele respondeu:
Leitor 1: “Não”.
Narrador 2: 18Os empregados e os guardas fizeram uma fogueira e estavam se aquecendo, pois fazia frio. Pedro ficou com eles, aquecendo-se. 19Entretanto, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus a respeito de seus discípulos e de seu ensinamento. 20Jesus lhe respondeu:
Pres.: “Eu falei às claras ao mundo. Ensinei sempre na sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem. Nada falei às escondidas. 21Por que me interrogas? Pergunta aos que ouviram o que falei; eles sabem o que eu disse”.
Narrador 2: 22Quando Jesus falou isso, um dos guardas que ali estava deu-lhe uma bofetada, dizendo:
Leitor 1: “É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?”
Narrador 2: 23Respondeu-lhe Jesus:
Pres.: “Se respondi mal, mostra em quê; mas, se falei bem, por que me bates?”
Narrador 1: 24Então, Anás enviou Jesus amarrado para Caifás, o Sumo Sacerdote. 25Simão Pedro continuava lá, em pé, aquecendo-se. Disseram-lhe:
Leitor 1: “Não és tu, também, um dos discípulos dele?”
Narrador 1: Pedro negou:
Leitor 2: “Não!”
Narrador 1: 26Então um dos empregados do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha cortado a orelha, disse:
Leitor 1: “Será que não te vi no jardim com ele?”
Narrador 2: 27Novamente Pedro negou. E na mesma hora, o galo cantou. 28De Caifás, levaram Jesus ao palácio do governador. Era de manhã cedo. Eles mesmos não entraram no palácio, para não ficarem impuros e poderem comer a páscoa. 29Então Pilatos saiu ao encontro deles e disse:
Pilatos: “Que acusação apresentais contra este homem?”
Narrador 2: 30Eles responderam:
– “Se não fosse malfeitor, não o teríamos entregue a ti!”
Narrador 2: 31Pilatos disse:
Pilatos: “Tomai-o vós mesmos e julgai-o de acordo com a vossa lei”.
Narrador 2: Os judeus lhe responderam:
– “Nós não podemos condenar ninguém à morte”.
Narrador 1: 32Assim se realizava o que Jesus tinha dito, significando de que morte havia de morrer. 33Então Pilatos entrou de novo no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe:
Pilatos: “Tu és o rei dos judeus?”
Narrador 1: 34Jesus respondeu:
Pres.: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?”
Narrador 1: 35Pilatos falou:
Pilatos: “Por acaso, sou judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?”
Narrador 1: 36Jesus respondeu:
Pres.: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui”.
Narrador 1: 37Pilatos disse a Jesus:
Pilatos: “Então, tu és rei?”
Narrador 1: Jesus respondeu:
Pres.: “Tu o dizes: eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”.
Narrador 1: 38Pilatos disse a Jesus:
Pilatos: “O que é a verdade?”
Narrador 1: Ao dizer isso, Pilatos saiu ao encontro dos judeus, e disse-lhes:
Pilatos: “Eu não encontro nenhuma culpa nele. 39Mas existe entre vós um costume, que pela Páscoa eu vos solte um preso. Quereis que vos solte o rei dos Judeus?”
Narrador 1: 40Então, começaram a gritar de novo:
– “Este não, mas Barrabás!”
Narrador 2: Barrabás era um bandido. 19,1Então Pilatos mandou flagelar Jesus. 2Os soldados teceram uma coroa de espinhos e colocaram-na na cabeça de Jesus. Vestiram-no com um manto vermelho, 3aproximavam-se dele e diziam:
– “Viva o rei dos judeus!”
Narrador 2: E davam-lhe bofetadas. 4Pilatos saiu de novo e disse aos judeus:
Pilatos: “Olhai, eu o trago aqui fora, diante de vós, para que saibais que não encontro nele crime algum”.
Narrador 2: 5Então Jesus veio para fora, trazendo a coroa de espinhos e o manto vermelho. Pilatos disse-lhes:
Pilatos: “Eis o homem!”
Narrador 2: 6Quando viram Jesus, os sumos sacerdotes e os guardas começaram a gritar:
– “Crucifica-o! Crucifica-o!”
Narrador 2: Pilatos respondeu:
Pilatos: “Levai-o vós mesmos para o crucificar, pois eu não encontro nele crime algum”.
Narrador 2: 7Os judeus responderam:
– “Nós temos uma Lei, e, segundo esta Lei, ele deve morrer, porque se fez Filho de Deus”.
Narrador 2: 8Ao ouvir estas palavras, Pilatos ficou com mais medo ainda. 9Entrou outra vez no palácio e perguntou a Jesus:
Pilatos: “De onde és tu?”
Narrador 2: Jesus ficou calado. 10Então Pilatos disse:
Pilatos: “Não me respondes? Não sabes que tenho autoridade para te soltar e autoridade para te crucificar?”
Narrador 2: 11Jesus respondeu:
Pres.: “Tu não terias autoridade alguma sobre mim, se ela não te fosse dada do alto. Quem me entregou a ti, portanto, tem culpa maior”.
Narrador 2: 12Por causa disso, Pilatos procurava soltar Jesus. Mas os judeus gritavam:
– “Se soltas este homem, não és amigo de César. Todo aquele que se faz rei, declara-se contra César”.
Narrador 2: 13Ouvindo essas palavras, Pilatos levou Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado “Pavimento”, em hebraico “Gábata”. 14Era o dia da preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Pilatos disse aos judeus:
Pilatos: “Eis o vosso rei!”
Narrador 2: 15Eles, porém, gritavam:
– “Fora! Fora! Crucifica-o!”
Narrador 2: Pilatos disse:
Pilatos: “Hei de crucificar o vosso rei?”
Narrador 2: Os sumos sacerdotes responderam:
– “Não temos outro rei senão César”.
Narrador 2: 16Então Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, e eles o levaram.
Narrador 1: 17Jesus tomou a cruz sobre si e saiu para o lugar chamado Calvário”, em hebraico “Gólgota”. 18Ali o crucificaram, com outros dois: um de cada lado, e Jesus no meio.
Narrador 1: 19Pilatos mandou ainda escrever um letreiro e colocá-lo na cruz; nele estava escrito:
– “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus”.
Narrador 1: 20Muitos judeus puderam ver o letreiro, porque o lugar em que Jesus foi crucificado ficava perto da cidade. O letreiro estava escrito em hebraico, latim e grego.
Narrador 1: 21Então os sumos sacerdotes dos judeus disseram a Pilatos:
– “Não escrevas ‘O Rei dos Judeus’, mas sim o que ele disse: ‘Eu sou o Rei dos judeus’”.
Narrador 1: 22Pilatos respondeu:
Pilatos: “O que escrevi, está escrito”.
Narrador 1: 23Depois que crucificaram Jesus, os soldados repartiram a sua roupa em quatro partes, uma parte para cada soldado. Quanto à túnica, esta era tecida sem costura, em peça única de alto abaixo. 24Disseram então entre si:
– “Não vamos dividir a túnica. Tiremos a sorte para ver de quem será”.
Narrador 2: Assim se cumpria a Escritura que diz: “Repartiram entre si as minhas vestes e lançaram sorte sobre a minha túnica”. Assim procederam os soldados.
Narrador 1: 25Perto da cruz de Jesus, estavam de pé a sua mãe, a irmã da sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe:
Pres.: “Mulher, este é o teu filho”.
Narrador 1: 27Depois disse ao discípulo:
Pres.: “Esta é a tua mãe”.
Narrador 1: Daquela hora em diante, o discípulo a acolheu consigo. 28Depois disso, Jesus, sabendo que tudo estava consumado, e para que a Escritura se cumprisse até o fim, disse:
Pres.: “Tenho sede”.
Narrador 1: 29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram numa vara uma esponja embebida de vinagre e levaram-na à boca de Jesus. 30Ele tomou o vinagre e disse:
Pres.: “Tudo está consumado”.
Narrador 1: E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
(Aqui todos se ajoelham.)
Narrador 2: 31Era o dia da preparação para a Páscoa. Os judeus queriam evitar que os corpos ficassem na cruz durante o sábado, porque aquele sábado era dia de festa solene. Então pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas aos crucificados e os tirasse da cruz.
Narrador 1: 32Os soldados foram e quebraram as pernas de um e depois do outro que foram crucificados com Jesus. 33Ao se aproximarem de Jesus, e vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas; 34mas um soldado abriu-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
Narrador 2: 35Aquele que viu dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro; e ele sabe que fala a verdade, para que vós também acrediteis. 36Isso aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que diz: “Não quebrarão nenhum dos seus ossos”. 37E outra Escritura ainda diz: “Olharão para aquele que transpassaram”.
Narrador 1: 38Depois disso, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus — mas às escondidas, por medo dos judeus — pediu a Pilatos para tirar o corpo de Jesus. Pilatos consentiu. Então José veio tirar o corpo de Jesus. 39Chegou também Nicodemos, o mesmo que antes tinha ido a Jesus de noite. Trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e aloés. 40Então tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no, com os aromas, em faixas de linho, como os judeus costumam sepultar.
Narrador 2: 41No lugar onde Jesus foi crucificado, havia um jardim e, no jardim, um túmulo novo, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 42Por causa da preparação da Páscoa, e como o túmulo estava perto, foi ali que colocaram Jesus.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

Liturgia comentada
A quem procurais? (Jo 18,1-19,42)
É o momento da prisão de Jesus de Nazaré, que culminará em um processo injusto e distorcido, uma torrente de covardias e mentiras, traições e abandono, torturas e zombarias e, enfim, a morte cruenta em uma cruz – o suplício reservado para os escravos e os grandes criminosos.
Jesus acaba de passar por sua agonia (palavra grega que significa luta, combate), em sofrimentos tão agudos, que chega a suar sangue pelos poros (cf. Lc 22,44 – palavras escritas por um médico). E sofreu tudo sozinho, pois os amigos dormiam…
Aproxima-se agora, à luz de tochas e lanternas, o pelotão de soldados para prendê-lo. E Jesus se expõe e pergunta: “A quem procurais?” Pergunta semelhante à de Jo 1,27, feita a dois de seus futuros apóstolos: “Que procurais?” E em ambas, este verbo essencial à nossa relação com Cristo.
Sim, o homem é um ser que vive à procura. Não falo apenas dos garimpeiros, dos pesquisadores, dos filósofos. Existe no coração do homem um anseio de encontrar algo que lhe dê sentido. Algo sólido e durável. Algo que anime a esperança. Algo pelo qual valha a pena viver e morrer.
Neste Evangelho, os guardas saem na noite escura à procura de Jesus para o prender, condenar e matar. As multidões buscavam por ele: “Senhor, todos te procuram!” (Mc 1,37)
Certo dia, a Mãe de Jesus lhe disse: “Teu pai e eu estávamos ansiosos à tua procura!” E o jovem respondeu: “Por que me procuráveis?” (Lc 2,48-49) Em questão, o motivo da procura.
Por que procurar Jesus hoje? Alguns buscam consolo. Ou anestesia. Outros buscam por um modelo de reformador social. Ou por um mestre de filosofia. Poucos o procuram para compartilhar de sua cruz…
Teresa Benedita da Cruz escreve: “O Crucificado nos olha e nos pergunta se continuamos prontos a sustentar aquilo que lhe prometemos em uma hora de graça. E ele tem certa razão em nos perguntar. Mais do que nunca, a Cruz é hoje um sinal de contradição. Os partidários do Anticristo a ultrajam com um ódio bem pior que o dos persas, que outrora a tinham roubado. Eles profanam as imagens da Cruz e se esforçam por todos os meios para arrancar a cruz dos cristãos, mesmo daqueles que fizeram o voto de carregar a Cruz no seguimento de Cristo”.
Em plena Semana Santa, Jesus nos repete a mesma pergunta: “A quem procurais?” O Cristo do Tabor, nimbado de glória, ou o Cristo do Calvário, com os cravos e a coroa de espinhos? Enquanto não nos decidirmos a este respeito, nossa procura pode ser inteiramente inútil…
Orai sem cessar: “Senhor, nunca abandonas os que te buscam…” (Sl 9,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

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QUINTA-FEIRA SANTA, DIA 28 DE MARÇO DE 2024

CEIA DO SENHOR
Cor Litúrgica branco

Primeira leitura
Ex 12,1-8.11-14
– Leitura do livro Êxodo – Naqueles dias: 1O Senhor disse a Moisés e a Aarão no Egito: 2“Este mês será para vós o começo dos meses; será o primeiro mês do ano. 3Falai a toda a comunidade dos filhos de Israel, dizendo: ‘No décimo dia deste mês, cada um tome um cordeiro por família, um cordeiro para cada casa. 4Se a família não for bastante numerosa para comer um cordeiro, convidará também o vizinho mais próximo, de acordo com o número de pessoas. Deveis calcular o número de comensais, conforme o tamanho do cordeiro. 5O cordeiro será sem defeito, macho, de um ano. Podereis escolher tanto um cordeiro, como um cabrito: 6e devereis guardá-lo preso até ao dia catorze deste mês. Então toda a comunidade de Israel reunida o imolará ao cair da tarde. 7Tomareis um pouco do seu sangue e untareis os marcos e a travessa da porta, nas casas em que o comerem. 8Comereis a carne nessa mesma noite, assada ao fogo, com pães ázimos e ervas amargas. 11Assim devereis comê-lo: com os rins cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. E comereis às pressas, pois é a Páscoa, isto é, a ‘Passagem’ do Senhor! 12E naquela noite passarei pela terra do Egito e ferirei na terra do Egito todos os primogênitos, desde os homens até os animais; e infligirei castigos contra todos os deuses do Egito, eu, o Senhor. 13O sangue servirá de sinal nas casas onde estiverdes. Ao ver o sangue, passarei adiante, e não vos atingirá a praga exterminadora, quando eu ferir a terra do Egito. 14Este dia será para vós uma festa memorável em honra do Senhor, que haveis de celebrar por todas as gerações, como instituição perpétua.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 116B,12-13.15-16bc.17-18 (R: 1Cor10,16)
-O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
R: O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
– Que poderei retribuir ao Senhor Deus por tudo aquilo que ele fez em meu favor?  Elevo o cálice da minha salvação, invocando o nome santo do Senhor.
R: O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
– É sentida por demais pelo Senhor a morte de seus santos, seus amigos. Eis que sou o vosso servo, ó Senhor, mas me quebrastes os grilhões da escravidão!
R:O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.
– Por isso oferto um sacrifício de louvor, invocando o nome santo do Senhor. Vou cumprir minhas promessas ao Senhor na presença de seu povo reunido.
R: O cálice por nós abençoado é a nossa comunhão com o sangue do Senhor.

Segunda Leitura
1Cor 11,23-26
– Leitura da primeira carta de são Paulo aos Coríntios – Irmãos: 23O que eu recebi do Senhor foi isso que eu vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo que é dado por vós. Fazei isto em minha memória”. 25Do mesmo modo, depois da ceia, tomou também o cálice e disse: “Este cálice é a nova aliança, em meu sangue. Todas as vezes que dele beberdes, fazei isto em minha memória”.
26Todas as vezes, de fato, que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, estareis proclamando a morte do Senhor, até que ele venha.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 13,1-15
Glória a vós, ó Cristo, verbo de Deus.
Glória a vós, ó Cristo, verbo de Deus.
– Eu vos dou este novo mandamento, nova ordem agora vos dou, que, também, vos ameis uns aos outros, como eu vos amei, diz o Senhor (Jo 13,34).
Glória a vós, ó Cristo, verbo de Deus.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
– 1Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. 2Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus. 3Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, 4levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido. 6Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os pés?” 7Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo; mais tarde compreenderás”. 8Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os pés!” Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte comigo”. 9Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus pés, mas também as mãos e a cabeça”. 10Jesus respondeu: “Quem já se banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo. Também vós estais limpos, mas não todos”. 11Jesus sabia quem o ia entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”. 12Depois de ter lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo. E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. 14Portanto, se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. 15Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
São Xisto III

A Igreja indicou sua celebração para o dia 28 de março, após a última reforma oficial do calendário litúrgico
Xisto chegou a adotar uma posição neutra na controvérsia entre pelagianos e semipelagianos do sul da Gália, especialmente contra Cassiano, sendo advertido pelo papa Zózimo. Mas reconheceu o seu erro, com a ajuda de Agostinho, bispo de Hipona, que combatia arduamente aquela heresia, e que lhe escrevia regularmente.
Ao se tornar papa em 432, Xisto III agindo com bastante austeridade e firmeza, nesta ocasião, Agostinho teve de lhe pedir moderação. Foi assim, que este papa conseguiu o fim definitivo da doutrina herege. Esta doutrina pelagiana negava o pecado original e a corrupção da natureza humana. Também defendia a tese de que o homem, por si só, possuía a capacidade de não pecar, dispensando dessa maneira a graça de Deus.
Ele também conduziu com sabedoria uma ação mais conciliadora em relação a Nestório, acabando com a controvérsia entre João de Antioquia e Cirilo, patriarca de Constantinopla, sobre a divindade de Maria. Em seguida, demonstrou a sua firme autoridade papal na disputa com o patriarca Proclo. Xisto III teve de escrever várias epístolas para manter o governo de Roma sobre a lliría, contra o imperador do Oriente que queria torná-la dependente de Constantinopla, com a ajuda deste patriarca.
Depois do Concílio de Éfeso em 431, em que a Mãe de Jesus foi aclamada Mãe de Deus, o papa Xisto III mandou ampliar e enriquecer a basílica dedicada à Santa Mãe das Neves, situada no monte Esquilino, mais tarde chamada Santa Maria Maior. Esta igreja é a mais antiga do Ocidente que foi dedicada a Nossa Senhora.
Desta maneira ele ofereceu aos fiéis um grande monumento ao culto da bem-aventurada Virgem Maria, à qual prestamos um culto de hiperdulia, ou seja, de veneração maior do que o prestado aos outros santos. Xisto III, mandou vir da Palestina as tábuas de uma antiga manjedoura, que segundo a tradição havia acolhido o Menino Jesus na gruta de Belém, dando origem ao presépio. Introduziu no Ocidente a tradição da Missa do Galo celebrada na noite de Natal, que era realizada em Jerusalém desde os primeiros tempos da Igreja.
Durante o seu pontificado, Xisto III promoveu uma intensa atividade edificadora, reformando e construindo muitas igrejas, como a exuberante basílica de São Lourenço em Lucina, na Itália.
Morreu em 19 de agosto de 440, deixando a indicação do sucessor, para aquele que foi um dos maiores papas dos primeiros séculos, Leão Magno. A Igreja indicou sua celebração para o dia 28 de março, após a última reforma oficial do calendário litúrgico.
Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas
São Xisto III, rogai por nós!