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SEGUNDA-FEIRA, DIA 17 DE MARÇO DE 2025

II Semana da Quaresma
Cor Litúrgica roxa

Primeira leitura
Leitura da Profecia de Daniel 9, 4b-10
4b
“Eu te suplico, Senhor, Deus grande e terrível,
que preservas a aliança e a benevolência
aos que te amam e cumprem teus mandamentos;
5
temos pecado,
temos praticado a injustiça e a impiedade,
temos sido rebeldes,
afastando-nos de teus mandamentos e de tua lei;
6
não temos prestado ouvidos a teus servos, os profetas,
que, em teu nome,
falaram a nossos reis e príncipes,
a nossos antepassados e a todo o povo do país.
7
A ti, Senhor, convém a justiça;
e a nós, hoje, resta-nos ter vergonha no rosto:
seja ao homem de Judá,
aos habitantes de Jerusalém e a todo Israel,
seja aos que moram perto e aos que moram longe,
de todos os países,
para onde os escorraçaste
por causa das infidelidades cometidas contra ti.
8
A nós, Senhor, resta-nos ter vergonha no rosto:
a nossos reis e príncipes, e a nossos antepassados,
pois que pecamos contra ti;
9
mas a ti, Senhor, nosso Deus,
cabe misericórdia e perdão,
pois nos temos rebelado contra ti,
10
e não ouvimos a voz do Senhor, nosso Deus,
indicando-nos o caminho de sua lei,
que nos propôs mediante seus servos, os profetas”.
Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Salmo responsorial
Sl 78(79),8.9.11.13 (R. 103 [103],10a)

R. O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

8
Não lembreis as nossas culpas do passado, †
mas venha logo sobre nós vossa bondade, *
pois estamos humilhados em extremo.

R. O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

9
Ajudai-nos, nosso Deus e Salvador! †
Por vosso nome e vossa glória, libertai-nos! *
Por vosso nome, perdoai nossos pecados!

R. O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

11
Até vós chegue o gemido dos cativos: †
libertai com vosso braço poderoso *
os que foram condenados a morrer!
13
Quanto a nós, vosso rebanho e vosso povo, †
celebraremos vosso nome para sempre, *
de geração em geração vos louvaremos.

R. O Senhor não nos trata como exigem nossas faltas.

Aclamação ao Evangelho
Jo 6,63c.68c
R. Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!
V. Senhor, tuas palavras são espírito, são vida;
    só tu tens palavras de vida eterna!

EVANGELHO
Perdoai e sereis perdoados.
– O Senhor esteja convosco;
– Ele está no meio de nós;
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 6,36-38
– Glória a Vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
36
“Sede misericordiosos,
como também o vosso Pai é misericordioso.
37
Não julgueis e não sereis julgados;
não condeneis e não sereis condenados;
perdoai, e sereis perdoados.
38
Dai e vos será dado.
Uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante
será colocada no vosso colo;
porque com a mesma medida com que medirdes os outros,
vós também sereis medidos”.
Palavra da Salvação.
– Glória a Vós, Senhor!

SANTO DO DIA
SÃO PATRÍCIO

São Patrício era um adolescente rebelde que conheceu o sofrimento e por ele converteu-se a Deus
s patrício
São Patrício nasceu em 380 na Grã-Bretanha. Apesar de ter nascido em família religiosa, Patrício confessa que até os 16 anos não tinha jamais preocupado seriamente com o serviço de Deus. Além disso, desde pequeno, tinha um verdadeiro horror ao estudo.
Com apenas dezesseis anos foi preso por piratas irlandeses e vendido como escravo. O adolescente, vendo-se só e abandonado, no sofrimento, solidão e desamparo, voltou-se para Deus.
Os seis anos de cativeiro de Patrício tornaram-se uma remota preparação para seu futuro apostolado. Ele adquiriu um perfeito conhecimento da língua céltica, na qual um dia iria anunciar as boas novas da Redenção. Como seu senhor era um grande sacerdote druida, ele também se familiarizou com todos os detalhes do druidismo.
Patrício era cristão e depois de muitos descaminhos conseguiu fugir e chegar na França. Na França nosso santo dirigiu-se à abadia de São Martinho de Tours, onde viveu quatro anos, tendo sempre visões divinas que lhe mostravam a Irlanda como o país onde deveria ir semear a Fé. São Patrício formou-se como padre missionário, chegando em missão até na Inglaterra. Agora impelido pelo Espírito São Patrício foi sagrado bispo e destinado para anunciar o Reino aos Irlandeses e conseguiu a conversão de todos na Irlanda.
Sobre são Patrício são contados muitos fatos miraculosos. Dizem que um chefe pagão quis matá-lo à espada. Mas, ao desferir o golpe, seu braço ficou paralisado, só voltando ao normal quando ele, contrito, se converteu. Doou ao apóstolo um estábulo, que foi transformado no primeiro santuário erigido por São Patrício na Irlanda, junto ao qual fundou um mosteiro que se tornaria seu lugar de recolhimento.
Eram tantos o milagres, bênçãos e fatos maravilhosos que acompanhavam o apostolado de São Patrício, que ele mesmo exclama em sua autobiografia: “De onde provêm essas maravilhas? Como os filhos da Irlanda, que jamais haviam conhecido o verdadeiro Deus e adoravam ídolos impuros, tornaram-se um povo santo, uma geração de filhos de Deus”?
Mas o método do Santo bispo, não passou pela política, nem sangue dos mártires, nem pelos milagres e sim pela construção de numerosos mosteiros, fazendo que a ilha passasse a ser conhecida como: “Ilha do Mosteiros”. Faleceu na paz, no dia 17 de março de 461, depois de 30 anos de frutuoso apostolado na Ilha dos Santos, deixando atrás de si inúmeros santos formados em sua escola.
Reflexão
A escolha de Deus não é pautada pela beleza ou inteligência. Deus escolhe os que quer e garante aos vocacionados as qualidades necessárias ao exercício da missão. São Patrício era um adolescente rebelde que conheceu o sofrimento e por ele converteu-se a Deus. Depois de muitas desventuras, encontrou paz vivendo em um mosteiro. Mas para ele estava reservada a cruz da missão, e Patrício tornou-se o grande evangelizador da Irlanda. Fez desta ilha sua casa e nela construiu não só mosteiros de pedra, mas fez do coração dos povos celtas um grande santuário. Deixemos que Deus modele nossa vida e cubra de graça todas nossas fraquezas. Com o auxílio do Mestre seremos certamente grandes missionários.
Oração
Ó Deus, que aos vossos pastores associastes São Patrício, animado de ardente caridade e da fé que vence o mundo, dai-nos, por sua intercessão, perseverar na caridade e na fé, para participarmos de sua glória. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
A12 / Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
São Patrício, rogai por nós!

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DOMINGO, DIA 16 DE MARÇO DE 2025

II Domingo da Quaresma
Cor Litúrgica Roxa

Primeira leitura
Gn 15,5-12.17-18
– Leitura do livro do Gênesis: Naqueles dias, 5o Senhor conduziu Abrão para fora e disse-lhe: “Olha para o céu e conta as estrelas, se fores capaz!” E acrescentou: “Assim será a tua descendência”. 6Abrão teve fé no Senhor, que considerou isso como justiça. 7E lhe disse: “Eu sou o Senhor que te fez sair de Ur dos Caldeus, para te dar em possessão esta terra”. 8Abrão lhe perguntou: “Senhor Deus, como poderei saber que vou possuí-la?” 9E o Senhor lhe disse: “Traze-me uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, além de uma rola e de uma pombinha”.10Abrão trouxe tudo e dividiu os animais pelo meio, mas não as aves, colocando as respectivas partes uma frente à outra. 11Aves de rapina se precipitaram sobre os cadáveres, mas Abrão as enxotou. 12Quando o sol já ia se pondo, caiu um sono profundo sobre Abrão e ele foi tomado de grande e misterioso terror. 17Quando o sol se pôs e escureceu, apareceu um braseiro fumegante e uma tocha de fogo, que passaram por entre os animais divididos. 18Naquele dia, o Senhor fez aliança com Abrão, dizendo: “Aos teus descendentes darei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio, o Eufrates”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 27,1.7-8.9abc.13.14 (R: 1a)
– O Senhor é minha luz e salvação!
R: O Senhor é minha luz e salvação!

– O Senhor é minha luz e salvação; de quem eu terei medo? O Senhor é a proteção da minha vida; perante quem eu tremerei?
R: O Senhor é minha luz e salvação!

– Ó Senhor, ouvi a voz do meu apelo, atendei por compaixão! Meu coração fala convosco confiante, é vossa face que eu procuro.
R: O Senhor é minha luz e salvação!

– Não afasteis em vossa ira o vosso servo, sois vós o meu auxílio! Não me esqueçais nem me deixeis abandonado, meu Deus e Salvador!
R: O Senhor é minha luz e salvação!

– Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes. Espera no Senhor e tem coragem, espera no Senhor!
R: O Senhor é minha luz e salvação!

Segunda leitura
Fl 3,17-4,1
– Leitura da carta de São Paulo aos Filipenses: 17Sede meus imitadores, irmãos, e observai os que vivem de acordo com o exemplo que nós damos. 18Já vos disse muitas vezes, e agora o repito, chorando: há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. 19O fim deles é a perdição, o deus deles é o estômago, a glória deles está no que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas. 20Nós, porém, somos cidadãos do céu. De lá aguardamos o nosso Salvador, o Senhor, Jesus Cristo. 21Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante ao seu corpo glorioso, com o poder que tem de sujeitar a si todas as coisas. 4,1Assim, meus irmãos, a quem quero bem e dos quais sinto saudade, minha alegria, minha coroa, meus amigos, continuai firmes no Senhor.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 9,28b-36
Louvor a vós, ó Cristo, rei da eterna glória.
Louvor a vós, ó Cristo, rei da eterna glória.
– Numa nuvem resplendente fez-se ouvir a voz do Pai: Eis meu Filho muito amado, escutai-o, todos vós (Lc 9,35)
Louvor a vós, ó Cristo, rei da eterna glória.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!  

– Naquele tempo, 28Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. 29Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. 30Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. 31Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém.
32Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. 33E, quando estes dois homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. Pedro não sabia o que estava dizendo.34Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem. 35Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!”36Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Santo Heriberto

Heriberto foi arcebispo de Colônia, na Alemanha, ainda muito moço, pois sua religiosidade brotara ainda na infância. Conta a história que, no dia em que nasceu, em 970, filho de descendentes dos condes de Worms, notou-se uma extraordinária luz pairando sobre a casa de seus pais. O fenômeno teria durado várias horas e marcado para sempre a vida de Heriberto, que caminhou reto para o caminho da santidade.
Como desde pequeno mostrava vocação para a religião e os estudos, seus pais o entregaram ao convento de Gorze. Ali, Heriberto descobriu para si e para o mundo que era extremamente talentoso, mas decidiu-se pela ordenação sacerdotal, que ocorreu em 995. Com o decorrer do tempo cursou diversas escolas, chegando a ser considerado o homem mais sábio de seu tempo. E foi nesta condição que o imperador Oton III o nomeou chanceler, seu assessor de maior confiança. Sua fama e popularidade cresceram, não só devido à sabedoria, mas também pela humildade e a caridade que praticava com todos. Assim, foi eleito bispo de Colônia, em 999.
Quando Oton III morreu, o imperador que o sucedeu, Henrique II, também acabou tornando-se admirador de Heriberto, apesar da oposição que lhe fez no início. Uma vez que o bispo Heriberto o consagrou rei sem nenhuma contestação. E por fim o novo rei Henrique II o chamou para ser seu conselheiro.
Então, a obra caridosa do bispo pôde então continuar. Os registros mostraram que, depois de fundar um hospital para os pobres, Heriberto visitava os doentes todos os dias, cuidando deles pessoalmente. Diz a tradição que, certa vez, houve na cidade uma grande seca, ficando sem chover por meses. O bispo comandou um jejum de três dias e, finalmente, uma procissão de penitência pedindo chuva aos céus. Como nem assim choveu, Heriberto comovido começou a chorar na frente do povo, culpando-se pela seca. Dizia que seus pecados é que impediam Deus de fazer misericórdia. Mas, um fato prodigioso aconteceu nesse momento, imediatamente o céu escureceu e uma forte chuva caiu sobre a cidade, durando alguns dias e pondo fim à estiagem.
Com fama de santidade ainda em vida, o bispo Heriberto morreu no dia 16 de março de 1021, numa viagem de visita pastoral à cidade de Deutz, onde contraiu uma febre maligna que assolava a população. Suas relíquias estão na catedral dessa cidade, na Colônia, Alemanha. Na igreja que ele mesmo fundou junto com o mosteiro ao lado, que foi entregue aos beneditinos.
Amado pelos fiéis a peregrinação à sua sepultura difundiu seu culto que se tornou vigoroso em toda a Europa, especialmente na Itália e na Alemanha, país de sua origem. Foi canonizado em 1227, pelo Papa Gregório IX que autorizou o culto à Santo Heriberto, já tradicionalmente festejado pelos devotos no dia 16 de março.
Santo Abraão Kidunaia
Santo Abraão Kidunaia
Abraão nasceu na Mesopotâmia, atual Síria, no ano 296, era filho de pais religiosos que lhe deram educação cristã. Quando estava em idade de se casar, seu pai escolheu para ele um bom partido, mas o rapaz recusou. A vontade de Abraão era outra, queria ser eremita e dedicar-se somente à Deus, pela oração, contemplação e penitência.
Porém, a pressão da família foi tão grande que o jovem não teve como escapar. Mas no dia do casamento abandonou tudo. Foi encontrado, dezessete dias depois, pela família, numa cela isolada, que construíra numa caverna do deserto, próximo da cidade de Edessa. Por mais que seus pais pedissem que voltasse, não conseguiram fazê-lo mudar de idéia. Viveu naquele mesmo lugar por uma década, até receber a notícia da morte dos pais.
O outro lado da notícia seria bom para qualquer um, menos para Abraão: herdara uma grande fortuna. Contudo, ele não se abalou com isso, pediu ao bispo de Edessa, seu amigo pessoal, que repartisse toda a sua parte da herança entre os pobres, pois não queria nem ter contato com os bens materiais. Entretanto, aquele episódio serviu ao menos para fazê-lo sair do seu isolamento. O bispo, que precisava de um bom sacerdote para uma missão muito especial, aproveitou para efetuar a ordenação de Abraão. E o enviou como padre missionário para a vila de Beth-Kiduna, onde todos os habitantes eram pagãos e praticavam a idolatria. 
O trabalho de evangelização foi duro. Depois de um ano construiu uma igreja com a ajuda dos habitantes, todos já haviam se convertido ao cristianismo e destruído as imagens dos falsos deuses. Certo do dever cumprido, Abraão rezou muito à Deus, para que fosse enviado outro padre, melhor do que ele, para atender esse rebanho. Isso ocorreu logo, e ele voltou para a solidão de sua cela no deserto de Edessa. Foi devido ao sucesso de sua missão em Kiduna, que se tornou conhecido como Abraão Kidunaia.
Deixou sua cela só mais duas vezes. Certa vez, uma sobrinha muito jovem chamada Maria, que ficou órfã de pai, um dos irmãos de Abraão, precisava de acolhida. Ele a recebeu e a educou, ensinando-lhe tudo que sabia sobre a Palavra de Cristo e também sobre as ciências. Mas, a jovem preferiu experimentar as alegrias do mundo, fugindo para uma cidade próxima, onde levava uma vida desregrada. Abraão, então, se disfarçou de soldado e foi até onde ela se instalara, alí conversaram e ele a converteu definitivamente. Maria viveu, os próximos quinze anos, reclusa, fazendo caridade. Passou a ser chamada de Maria de Edessa, sendo canonizada, mais tarde. A tradição diz que ela operou vária graças em vida.
Muitos peregrinos cristãos iam ao deserto para ver, conversar e aprender sobre os mistérios de Cristo, com aquele padre que norteara sua vida para a santidade. Abraão morreu, aos setenta anos de idade, no ano 366, cinco anos após a discípula Maria. E foi essa a última vez que deixou sua cela. O lugar do seu túmulo se tornou local de peregrinação, de prodígios e de graças. Esses dados foram extraídos dos escritos deixados por Santo Efrém, que escreveu a biografia de Santo Abraão Kidunaia, celebrado no dia 16 de março.
Santo Heriberto, rogai por n[ó!
Santo Abraão Kidunaia, rogai por nós!

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SÁBADO, DIA 15 DE MARÇO DE 2025

I Semana da quaresma.
Cor Litúrgica roxa

Primeira leitura
Deuteronômio 26, 16-19
16 O Senhor teu Deus ordenou-te hoje que observes estes mandamentos e leis, e que as guardes e cumpras de todo o teu coração e de toda a tua alma.
17 Tu escolheste hoje o Senhor para ser o teu Deus, e para andares pelos seus caminhos, observares as suas cerimônias e as suas ordenações e leis, e para obedeceres ao seu mando.
18 E o Senhor escolheu-te hoje para que sejas um povo especial, como ele te declarou, e guardes todos os seus preceitos,
19 e ele te faça ilustre entre todas as nações que criou, para louvor, honra e glória sua, a fim de que sejas o povo santo do Senhor teu Deus, como ele disse.”
– Palavra do Senhor!
– Graças a Deus.

Salmo
118(119),1-2.’4-5.7-8 (R. 1b)
R. Feliz é quem anda na lei do Senhor!
1 Bem-aventurados os imaculados no caminho,
que andam na lei do Senhor.
2 Bem-aventurados os que estudam os seus
testemunhos, os que de todo o coração o buscam.
R. Feliz é quem anda na lei do Senhor!
4 Tu promulgaste os teus mandamentos,
para que fossem guardados à risca.
5 Tomara que os meus passos se dirijam
ao cumprimento das tuas justificações.
R. Feliz é quem anda na lei do Senhor!
7 Eu te louvarei com retidão de coração,
porque aprendi os juízos da tua justiça.
8 Guardarei os teus justos decretos;
não me desampares jamais.
R. Feliz é quem anda na lei do Senhor!

Evangelho
Mateus 5,43-48
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus.
– Glória a Vós, Senhor.
43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo.
44 Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam,
45 para que sejais filhos do vosso Pai, que está nos céus, o qual faz nascer o seu sol sobre bons e maus, e manda a chuva sobre justos e injustos.
46 Porque, se amais [somente] os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem os publicanos também o mesmo?
47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de especial? Não fazem também assim os gentios?
48 Sede, pois, perfeitos, como também vosso Pai celestial é perfeito.”
– Palavra da salvação.
– Glória a Vos, Senhor!

SANTO DO DIA
São Zacarias

São Zacarias sucedeu a Gregório III, em 741, e foi um homem de singular mansidão e bondade.
Amou o clero e o povo de Roma a tal ponto que por eles arriscou a própria vida,
nas circunstâncias difíceis em que recaiu a Itália pela rebelião dos duques de Spoleto e Benevento contra o Rei Liutprando.
Por respeito à santidade e dignidade de Zacarias,
esse rei restaurou à Igreja de Roma todos os locais que lhe pertenciam de direito, e enviou de volta os cativos sem o pagamento de resgate.
Quando certos mercadores venezianos compraram em Roma diversos escravos para vender aos mouros na África,
S. Zacarias proibiu esse tráfico iníquo e, pagando aos mercadores o preço devido, devolveu os escravos à sua liberdade.
Adornou Roma de edifícios sacros, e de grandes fundações em favor dos pobres e peregrinos,
e todo ano doava uma considerável soma de dinheiro para abastecer de óleo as lâmpadas da Igreja de S. Pedro.
Faleceu em março de 752.
São Zacarias, rogai por nós!

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SEXTA-FEIRA, DIA 14 DE MARÇO DE 2025

I semana da Quaresma
CCor Litúrgica roxa

Primeira leitura
Ez 18,21-28
– Leitura da profecia de Ezequiel: Assim fala o Senhor: 21“Se o ímpio se arrepender de todos os pecados cometidos, e guardar todas as minhas leis, e praticar o direito e a justiça, viverá com certeza e não morrerá. 22Nenhum dos pecados que cometeu será lembrado contra ele. Viverá por causa da justiça que praticou. 23Será que eu tenho prazer na morte do ímpio? — oráculo do Senhor Deus. Não desejo, antes, que mude de conduta e viva? 24Mas, se o justo se desviar de sua justiça e praticar o mal, imitando todas as práticas detestáveis feitas pelo ímpio, poderá fazer isso e viver? Da justiça que ele praticou, nada mais será lembrado. Por causa da infidelidade e do pecado que cometeu, por causa disso morrerá. 25Mas vós andais dizendo: ‘A conduta do Senhor não é correta’. Ouvi, vós da casa de Israel: É a minha conduta que não é correta, ou antes é a vossa conduta que não é correta? 26Quando um justo se desvia da justiça, pratica o mal e morre, é por causa do mal praticado que ele morre. 27Quando um ímpio se arrepende da maldade que praticou e observa o direito e a justiça, conserva a própria vida. 28Arrependendo-se de todos os seus pecados, com certeza viverá; não morrerá”.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 130,1-2.3-4.5-6.7-8 (R: 3)
– Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir?
R: Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir?

– Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, escutai a minha voz! Vossos ouvidos estejam bem atentos ao clamor da minha prece!
R: Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir?

– Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir? Mas em vós se encontra o perdão, eu vos temo e em vós espero.
R: Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir?

– No Senhor ponho a minha esperança, espero em sua palavra. A minh’alma espera no Senhor, mais que o vigia pela aurora.
R: Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir?

– Espere Israel pelo Senhor, mais que o vigia pela aurora! Pois no Senhor se encontra toda graça e copiosa redenção. Ele vem libertar a Israel de toda a sua culpa.
R: Se levardes em conta nossas faltas, quem haverá de subsistir?

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 5,20-26
Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai
Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai
– Lançai para bem longe toda a vossa iniquidade! Criai em vós um novo espírito e um novo coração!  (Ex 18,31)
Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!  
– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus. 21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘Patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno. 23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-tecom o teu irmão. Só depois vem apresentar a tua oferta. 25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
SANTA MATILDE

Ela tudo fazia em favor dos mais pobres, utilizando para isso as riquezas de que dispunha
Design sem nome
Santa Matilde foi a primeira rainha da Alemanha (século X) e se caracterizou por ser humilde, piedosa e caritativa com os oprimidos. Apoiou e mandou construir muitas igrejas e mosteiros como os de Quedlinburg, Nordhausen, Engern e Poehlden, e sua festa é celebrada neste dia 14 de março.
Além disso, foi descendente do famoso guerreiro Widukind, capitão dos saxões que batalharam contra Carlos Magno (século XIII), e filha de Dietrich, duque de Westphalia e Reinhild (hoje Alemanha).
Desde criança, foi educada pelas monjas do convento de Erfurt e adquiriu inúmeras virtudes cristãs. Casou-se muito jovem com Henrique I, que no ano 912 se tornaria duque da Saxônia, e tiveram um matrimônio excepcionalmente feliz.
Em 918, seu esposo foi escolhido para suceder o rei da Francia Orientalis, Conrado I. Foi assim que Henrique I se tornou o primeiro rei alemão da dinastia saxônica e, por isso, é considerado o fundador e primeiro rei do estado alemão medieval.
Matilde se tornou rainha, mas nunca deixou seus modos humildes e piedosos de viver, como dar esmolas aos pobres. No palácio real, atendia a todos e nenhuma pessoa em busca de ajuda ia embora sem ser atendida.
Depois de 23 anos de matrimônio, ficou viúva e ofereceu se desprender de todas as suas joias e brilhantes pela alma de seu esposo falecido.
Passou os seus últimos anos dedicada a fundar conventos e a dar esmolas aos pobres. Quando completou 70 anos, dispôs-se a passar para a eternidade e distribuiu entre os mais necessitados tudo o que tinha.
Morreu em 968, no convento de São Servácio e São Dionísio em Quedlinburg e foi sepultada ao lado de seu esposo. Foi venerada como santa imediatamente depois de sua morte.
Reflexão
Santa Matilde destacou-se pela sua caridade sem limites. Tudo fazia em favor dos mais pobres, utilizando para isso as riquezas de que dispunha. Seus gestos neste mundo abriram para ela a herança eterna e o reino do Céu. Nem sempre somos capazes de dividir o que temos e muitas vezes acumulamos mais do que necessitamos para uma vida digna. Que tal deixar que o espírito da caridade e do despojamento tome conta de nós?
Oração
Senhor Jesus, a falta de solidariedade é o grande mal da humanidade. Perdoai-nos por nos fecharmos em nós mesmos, por nos preocuparmos somente com aquilo que nos rodeia, negando-nos a estender a mão até mesmo àqueles que nos são mais caros. Pelos méritos de Santa Matilde, nobreza de pessoa e de alma, nós Vos rogamos a graça de bem administrarmos os talentos e bens que de nosso Pai Celeste recebemos. Amém!
Fonte: ACI Digital / A12-Padre Evaldo César de Souza, C.Ss.R.
Santa Matilde, rogai por nós!

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QUINTA-FEIRA, DIA 13 DE MARÇO DE 2025

I semana da Quaresma
Cor Litúrgica roxa

Primeira leitura
Es 4, 17n.p.q.r. aa .bb .gg .hh
– Leitura do livro de Ester: Naqueles dias, 17na rainha Ester, temendo o perigo de morte que se aproximava, buscou refúgio no Senhor. 17pProstrou-se por terra desde a manhã até o anoitecer, juntamente com suas servas, e disse: 17q“Deus de Abraão, Deus de Isaac e Deus de Jacó, tu és bendito. Vem em meu socorro, pois estou só e não tenho outro defensor fora de ti, Senhor, 17rpois eu mesma me expus ao perigo. 17ªaSenhor, eu ouvi, dos livros de meus antepassados, que tu libertas, Senhor, até o fim, todos os que te são caros.
17bbAgora, pois, ajuda-me, a mim que estou sozinha e não tenho mais ninguém senão a ti, Senhor meu Deus. 17ggVem, pois, em auxílio de minha orfandade. Põe em meus lábios um discurso atraente, quando eu estiver diante do leão, e muda o seu coração para que odeie aquele que nos ataca, para que este pereça com todos os seus cúmplices. 17hhE livra-nos da mão de nossos inimigos. Transforma nosso luto em alegria e nossas dores em bem-estar”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 138,1-2a.2bc-3.7c-8 (R:3a)
– Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!
R: Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!

– Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Perante os vossos anjos vou cantar-vos e ante o vosso templo vou prostrar-me.
R: Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!

– Eu agradeço vosso amor, vossa verdade, porque fizestes muito mais que prometestes; naquele dia em que gritei, vós me escutastes e aumentastes o vigor da minha alma.
R: Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!

– Estendereis o vosso braço em meu auxílio e havereis de me salvar com vossa destra. Completai em mim a obra começada; ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Eu vos peço: não deixeis inacabada esta obra que fizeram vossas mãos!
R: Naquele dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor!

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 7,7-12
Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!
Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!
– Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo a alegria de ser salvo! (Sl 50,12.14).
Salve, ó Cristo, imagem do Pai, a plena verdade nos comunicai!
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!  

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Pedi e vos será dado! Procurai e achareis! Batei e a porta vos será aberta! 8Pois todo aquele que pede recebe; quem procura encontra; e a quem bate a porta será aberta.
9Quem de vós dá ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? 10Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe? 11Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai que está nos céus dará coisas boas aos que lhe pedirem! 12Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles. Nisto consiste a Lei e os Profetas”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Santa Cristina Da Pérsia

Santa Cristina da Pérsia, também conhecida como Cristiana, viveu durante o século VI em um período de intensa perseguição aos cristãos. Sua história é um exemplo de coragem e fé inabalável. Apesar de enfrentar adversidades terríveis, incluindo torturas, ela manteve-se firme em sua crença e amor por Deus. Sua determinação em viver de acordo com a fé cristã, mesmo sob a ameaça de morte, inspira todos nós a manter nossas convicções, mesmo diante de grandes desafios.
São Rodrigo
São Rodrigo, um sacerdote na Espanha durante a época da Reconquista, é outro exemplo de fé e perseverança. Após ser capturado em um conflito entre cristãos e muçulmanos, Rodrigo foi pressionado a renunciar à sua fé. Contudo, ele escolheu enfrentar o martírio a negar sua crença em Cristo. Sua história nos lembra do valor da resiliência espiritual e da importância de permanecer fiel aos nossos princípios.
• Coragem diante da adversidade: Ambos os santos enfrentaram perseguições e desafios imensos devido à sua fé. Suas histórias nos ensinam a importância de ser corajoso diante das adversidades.
• Fé inabalável: Santa Cristina da Pérsia e São Rodrigo mostraram uma fé inquebrantável, mesmo quando confrontados com a morte. Eles nos inspiram a manter nossa fé forte, não importa o quão difícil seja a situação.
• Perseverança: A perseverança desses santos em suas convicções e em seu amor por Deus é um lembrete poderoso de que, com fé, podemos superar qualquer obstáculo.
As histórias de Santa Cristina da Pérsia e São Rodrigo são faróis de inspiração para todos nós. Em momentos de dúvida ou dificuldade, possamos nos lembrar de sua coragem, fé e perseverança. Que suas vidas sejam um guia para nós, incentivando-nos a viver nossa fé com amor, força e convicção.
TRADIÇÕES E ORAÇÕES ESPECIAIS PARA 13 DE MARÇO
Queridos irmãos e irmãs, 13 de Março é um dia marcado por uma rica tapeçaria de fé e devoção dentro da nossa tradição católica. Nesta data especial, somos convidados a nos unir em oração e a refletir sobre as virtudes dos santos que celebramos. Abaixo, compartilho com vocês algumas tradições e orações especiais para nos aproximarmos ainda mais do Divino e honrar aqueles que, com suas vidas, nos ensinaram o caminho da fé.
Oração De Intercessão Aos Santos Do Dia
Ó Deus, que nos concedeis a graça de venerar a memória dos vossos santos, hoje nos reunimos em oração para lembrar dos santos que celebramos em 13 de Março. Com fervor, pedimos que, por suas intercessões, sejamos abençoados com a força e a coragem para enfrentar nossos desafios diários, seguindo seus exemplos de fé, esperança e caridade. Amém.
São Rodrigo, rogai por nós!
Santa Cristina Da Pérsia, rogai por nós!

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QUARTA-FEIRA, DIA 12 DE MARÇO DE 2025

I semana da Quaresma
Cor Litúrgica Roxa

Primeira leitura
Jn 3,1-10
– Leitura da profecia de Jonas: 1A palavra do Senhor foi dirigida a Jonas, pela segunda vez: 2“Levanta-te e põe-te a caminho da grande cidade de Nínive e anuncia-lhe a mensagem que eu te vou confiar”. 3Jonas pôs-se a caminho de Nínive, conforme a ordem do Senhor. Ora, Nínive era uma cidade muito grande; eram necessários três dias para ser atravessada. 4Jonas entrou na cidade, percorrendo o caminho de um dia; pregava ao povo, dizendo: “Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída”.  5Os ninivitas acreditaram em Deus; aceitaram fazer jejum, e vestiram sacos, desde o superior ao inferior. 6A pregação chegara aos ouvidos do rei de Nínive; ele levantou-se do trono e pôs de lado o manto real, vestiu-se de saco e sentou-se em cima de cinza. 7Em seguida, fez proclamar, em Nínive, como decreto do rei e dos príncipes: “Homens e animais bovinos e ovinos não provarão nada! Não comerão e não beberão água. 8Homens e animais se cobrirão de sacos, e os homens rezarão a Deus com força; cada um deve afastar-se do mau caminho e de suas práticas perversas. 9Deus talvez volte atrás, para perdoar-nos e aplacar sua ira, e assim não venhamos a perecer”. 10Vendo Deus as suas obras de conversão e que os ninivitas se afastavam do mau caminho, compadeceu-se e suspendeu o mal, que tinha ameaçado fazer-lhes, e não o fez.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 51,3-4.12.13.18-19(R: 19b)
– Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!
R: Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

– Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!
R: Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

– Criai em mim um coração que seja puro, dai-me de novo um espírito decidido. Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
R: Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

– Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, não desprezeis um coração arrependido!
R: Ó Senhor, não desprezeis um coração arrependido!

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 11,29-32
Jesus Cristo, sois bendito, sois ungido de Deus Pai!
Jesus Cristo, sois bendito, sois ungido de Deus Pai!
– Voltai ao Senhor, vosso Deus, ele é bom, compassivo e clemente (Jl 2,12-13)
Jesus Cristo, sois bendito, sois ungido de Deus Pai!
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!  
– Naquele tempo, 29quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
São Luís Orione

O Papa João Paulo II no ano 2004, em Roma, proclamou a canonização do humilde sacerdote Luís Orione
Luís Orione nasceu no dia 23 de junho de 1872, em Pontecuore, Itália. A família era pobre e honesta, de trabalhadores rurais. Sua mãe foi uma sábia e exemplar educadora que lhe serviu como modelo, mais tarde. Ao sair da adolescência aspirava ser sacerdote. Com o apoio da família entrou no Oratório salesiano em Turim, cujo fundador João Bosco, depois venerado pela Igreja, ainda estava vivo. O fundador dedicou ao jovem Orione grande estima e lançou no seu coração a semente da futura vocação.
Luís Orione fez o ginásio no Oratório salesiano, mas concluiu os estudos de filosofia e teologia no seminário da sua cidade natal. Em 1892, ainda seminarista fundou duas escolas para crianças e jovens. Sua ordenação sacerdotal foi em 1895 e desde então se dedicou com ardor à ação pastoral e a obra em favor dos necessitados.
Se, São João Bosco foi o exemplo para a educação dos jovens, para as obras de caridade o foi São José Benedito Cottelengo. Incansável, Luís Orione, viajou por toda a Itália, várias vezes, pedindo donativos e ajuda material para as suas múltiplas obras de caridade. Ele foi um dócil instrumento nas mãos da Divina Providência, para aliviar as necessidades e os sofrimentos humanos.
Em 1908, Luís Orione ajudou a socorrer as numerosas vítimas do terrível terremoto que sacudiu a região da Sicília e Calábria, na Itália. A pedido do Papa Pio X ficou lá por três anos. Em 1915, fundou uma congregação religiosa, a Pequena Obra da Divina Providência, para dar atendimento aos pobres, trabalhadores humildes, aos doentes, aos necessitados, enfim, aos totalmente esquecidos pela sociedade. Ele também foi o fundador da Congregação dos Padres Orionitas, das Irmãzinhas Missionárias da Caridade, das Irmãs Sacramentinas e dos Eremitas de Santo Alberto, nessas duas últimas admitindo inclusive religiosos cegos.
Luís Orione plantou bem a semente, pois logo se tornaram árvores espalhando raízes em diversos países. As Congregações dos Filhos da Divina Providência e das Irmãs passaram a atuar em vários países da Europa, das Américas e da Ásia. Possuem milhares de Casas ou Instituições dos mais variados tipos, sobretudo no setor assistencial e educativo. No Brasil, onde estão desde 1914, mantêm várias casas de órfãos, de excepcionais, abrigos para velhos e hospitais. A obra da Divina Providência foi e continua sendo mantida exclusivamente por esmolas e doações.
Faleceu consumido pelas fadigas apostólicas, com sessenta e oito anos de idade, na cidade de San Remo, Itália, no dia 12 de Março de 1940.
O Papa João Paulo II no ano 2004, em Roma, proclamou a canonização do humilde sacerdote Luís Orione, que viveu como o gigante apóstolo da caridade, pai dos pobres, singular benfeitor da Humanidade sofredora e aflita.
Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas
São Luís Orione, rogai por nós!

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TERÇA-FEIRA, DIA 11 DE MARÇO DE 2025

I semana da Quaresma
Cor Litúrgica Roxa

Primeira leitura
Is 55,10-11
– Leitura do livro do profeta Isaías: Isto diz o Senhor: 10Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, 11assim a palavra que sair de minha boca não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 34,4-5.6-7.16-17.18-19 (R: 18b)
– O Senhor liberta os justos de todas as angústias.
R: O Senhor liberta os justos de todas as angústias.

– Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome! Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu, e de todos os temores me livrou.
R: O Senhor liberta os justos de todas as angústias.

– Contemplai a sua face e alegrai-vos, e vosso rosto não se cubra de vergonha! Este infeliz gritou a Deus, e foi ouvido, e o Senhor o libertou de toda angústia.
R: O Senhor liberta os justos de todas as angústias.

– O Senhor pousa seus olhos sobre os justos, e seu ouvido está atento ao seu chamado; mas ele volta a sua face contra os maus, para da terra apagar sua lembrança.
R: O Senhor liberta os justos de todas as angústias.

– Clamam os justos, e o Senhor bondoso escuta e de todas as angústias os liberta. Do coração atribulado ele está perto e conforta os de espírito abatido.
R: O Senhor liberta os justos de todas as angústias.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 6,7-15
Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor!
Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor!
– O homem não vive somente de pão, mas de toda palavra da boca de Deus (Mt 4,4b)
Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor!
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!  
– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 7“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. 8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. 11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, 13e não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
São Constantino

Sua veneração litúrgica foi marcada para o dia de seu martírio, 11 de março de 598
Constantino faz parte da heroica história do cristianismo na Escócia. Ele era rei da Cornualha, pequena região da Inglaterra e se casou com a filha do rei da Bretanha. Depois se tornou o maior evangelizador de sua pátria e o responsável pela conversão do país.
O rei Constantino não foi um governante justo, até sua conversão. No início da vida cometeu sacrilégios e até assassinatos, em sua terra natal. Para ficar livre de cobranças na vida particular, divorciou-se da esposa. Foram muitos anos de vida mundana, envolvido em crimes e pecados. Mas quando soube da morte de sua ex-esposa, foi tocado pela graça tão profundamente que decidiu transformar sua vida. Primeiro abriu mão do trono em favor de seu filho, depois se converteu, recebendo o batismo. Em seguida se isolou no mosteiro de São Mócuda, na Irlanda, onde trabalhou por sete anos, executando as tarefas mais difíceis, no mais absoluto silêncio.
Os ensinamentos de Columbano, que também é celebrado pela Igreja, e que nesse período estava na região em missão apostólica, o levaram a se ordenar sacerdote. Assim, partiu para evangelizar junto com Columbano, e empregou a coragem que possuía, desde a época em que era rei, para a conversão do seu povo. As atitudes de Constantino passaram a significar um pouco de luz no período obscuro da Idade Média.
A Inglaterra e a Irlanda, naquela época, viviam já seus dias de conversão, graças ao trabalho missionário de Patrício, que se tornou mártir e santo pela Igreja, e outros religiosos. Constantino que recebera orientação espiritual de Columbano não usava os mantos ricos dos reis e sim o hábito simples e humilde dos padres. Lutou bravamente pelo cristianismo, pregou, converteu, fundou vários conventos, construiu igrejas e, assim, seu trabalho deu muitos frutos. Sua terra, antes conhecida como “o país dos Pitti”, assumiu o nome de Escócia, que até então pertencia a Irlanda.
Porém, antes de se tornar um estado católico, a Escócia viu Constantino ser martirizado. Foi justamente lá que, quando pregava em uma praça pública, um pagão o atacou brutalmente, amputando-lhe o braço direito, o que causou uma hemorragia tão profunda que o sacerdote esvaiu-se em sangue até morrer, não sem antes abraçar e abençoar a cada um de seus seguidores. Morreu no dia 11 de março de 598, e se tornou o primeiro mártir escocês.
O seu culto correu rápido entre os cristãos de língua anglo-saxônica, atingiu a Europa e se propagou por todo o mundo cristão, ocidental e oriental. Sua veneração litúrgica foi marcada para o dia de seu martírio.
Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas
São Constantino, rogai por nós!

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SEGUNDA-FEIRA, DIA 10 DE MARÇO DE 2025

I semana da Quaresma
Cor Litúrgica Roxa

Primeira leitura
Lv 19,1-2.11-18
– Leitura do livro do Levítico – 1O Senhor falou a Moisés, dizendo:2 “Fala a toda a Comunidade dos filhos de Israel, e dize-lhes: Sede santos, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo. 11Não furteis, não digais mentiras, nem vos enganeis uns aos outros. 12Não jureis falso por meu nome, profanando o nome do Senhor teu Deus. Eu sou o Senhor.13Não explores o teu próximo nem pratiques extorsão contra ele. Não retenhas contigo a diária do assalariado até o dia seguinte. 14Não amaldiçoes o surdo, nem ponhas tropeço diante do cego, mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor. 15Não cometas injustiças no exercício da justiça; não favoreças o pobre nem prestigieis o poderoso. Julga teu próximo conforme a justiça. 16Não sejas um maldizente entre o teu povo. Não conspires, caluniando-o, contra a vida do teu próximo. Eu sou o Senhor. 17Não tenhas no coração ódio contra teu irmão. Repreende o teu próximo, para não te tornares culpado de pecado por causa dele. 18Não procures vingança, nem guardes rancor aos teus compatriotas. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 19,8.9.10.15 (R: Jo 6,63c)

– Ó Senhor, vossas palavras são espírito e vida!
R: Ó Senhor, vossas palavras são espírito e vida!
– A lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para a alma! O testemunho do Senhor é fiel, sabedoria dos humildes.
R: Ó Senhor, vossas palavras são espírito e vida!
– Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração. O mandamento do Senhor é brilhante, para os olhos é uma luz.
R: Ó Senhor, vossas palavras são espírito e vida!
– É puro o temor do Senhor, imutável para sempre. Os julgamentos do Senhor são corretos e justos igualmente.
R: Ó Senhor, vossas palavras são espírito e vida!
– Que vos agrade o cantar dos meus lábios e a voz da minha alma; que ela chegue até vós, ó Senhor, meu Rochedo e Redentor!
R:Ó Senhor, vossas palavras são espírito e vida!

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 25,31-46
Salve Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!
Salve Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!
– Eis o tempo de conversão; eis o dia da salvação (2Cor 6,2).
Salve Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:31 “Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. 32Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.34Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! 35Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’. 37Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? 38Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? 39Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’ 40Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo, que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’ 41Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. 42Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; 43eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar’.44E responderão também eles: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ 45Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’ 46Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Os quarenta santos mártires de Sebaste

Os cristãos no oriente celebram a festa desses mártires em 9 de março, data em que deram suas vidas, enquanto no ocidente sua festa é em 10 de março
O martírio dos quarenta legionários ocorreu no ano 320, em Sebaste, na Armênia. Nessa época foi publicada na cidade uma ordem do governador Licínio, grande inimigo dos cristãos, afirmando que todos aqueles que não oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos seriam punidos com a morte. Contudo se apresentou diante da autoridade uma legião inteira de soldados, afirmando serem cristãos e recusando-se a queimar incenso ou sacrificar animais. Para testar até onde ia a coragem dos soldados, o prefeito local mandou que fossem presos e flagelados com correntes e ferros pontudos.
De nada adiantou o castigo, pois os quarenta se mantiveram firmes em sua fé. O comandante os procurou então, dizendo que não queria perder seus mais valorosos soldados, pedindo que renegassem sua fé. Também de nada adiantou e os legionários foram condenados a uma morte lenta e extremamente dolorosa. Foram colocados, nus, num tanque de gelo, sob a guarda de uma sentinela. A região atravessava temperaturas muito baixas, de frio intenso. Ao lado havia uma sala com banhos quentes, roupas e comida para quem decidisse salvar a vida. Mas eles preferiram salvar a alma e ninguém se rendeu durante três dias e três noites.
Foi na terceira e última noite que aconteceram fatos prodigiosos e plenos de graça. No meio da gélida madrugada, o sentinela viu uma multidão de anjos descer dos céus e confortar os soldados. Isto é, confortar trinta e nove deles, pois um único legionário desistira de enfrentar o frio e se dirigira à sala de banhos. Morreu assim que tocou na água quente. Por outro lado, o sentinela que assistira à chegada dos anjos se arrependeu de estar escondendo sua condição religiosa, jogou longe as armas, ajoelhou-se, confessou ser cristão tirando as roupas e se juntou aos demais. Morreram quase todos congelados.
Apenas um deles, bastante jovem, ainda vivia quando os corpos foram recolhidos e levados para cremação. A mãe desse jovem soldado, sabendo do que sentia o filho, apanhou-o no colo e seguiu as carroças com os cadáveres. O legionário morreu em seus braços e teve o corpo cremado junto com os companheiros.
Eles escreveram na prisão uma carta coletiva, que ainda hoje se conserva nos arquivos da Igreja e que cita os nomes de todos. Eis todos os mártires: Acácio, Aécio, Alexandre, Angias, Atanásio, Caio, Cândido, Chúdio, Cláudio, Cirilo, Domiciano, Domno, Edélcion, Euvico, Eutichio, Flávio, Gorgônio, Heliano, Helias, Heráclio, Hesichio, João, Bibiano, Leôncio, Lisimacho, Militão, Nicolau, Filoctimão, Prisco, Quirião, Sacerdão, Severiano, Sisínio, Smaragdo, Teódulo, Teófilo, Valente, Valério, Vibiano e Xanteas.
Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas
Quarenta santos mártires de Sebaste, rogai por nós!

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DOMINGO, DIA 09 DE MARÇO DE 2025

I Domingo da quaresma
(Roxo,

Primeira leitura
Dt 26,4-10
– Leitura do livro do Deuteronômio: Assim Moisés falou ao povo: 4“O sacerdote receberá de tuas mãos a cesta e a colocará diante do altar do Senhor teu Deus. 5Dirás, então, na presença do Senhor teu Deus: ‘Meu pai era um arameu errante, que desceu ao Egito com um punhado de gente e ali viveu como estrangeiro. Ali se tornou um povo grande, forte e numeroso. 6Os egípcios nos maltrataram e oprimiram, impondo-nos uma dura escravidão. 7Clamamos, então, ao Senhor, o Deus de nossos pais, e o Senhor ouviu a nossa voz e viu a nossa opressão, a nossa miséria e a nossa angústia. 8E o Senhor nos tirou do Egito com mão poderosa e braço estendido, no meio de grande pavor, com sinais e prodígios. 9E conduziu-nos a este lugar e nos deu esta terra, onde corre leite e mel.10Por isso, agora trago os primeiros frutos da terra que tu me deste, Senhor’. Depois de colocados os frutos diante do Senhor teu Deus, tu te inclinarás em adoração diante dele”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Salmo Responsorial: Sl 91,1-2.10-11.12-13.14-15 (R: 15b)
– Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!
R: Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!

– Quem habita ao abrigo do Altíssimo e vive à sombra do Senhor onipotente, diz ao Senhor: “Sois meu refúgio e proteção, sois o meu Deus, no qual confio inteiramente”.
R: Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!

– Nenhum mal há de chegar perto de ti, nem a desgraça baterá à tua porta; pois o Senhor deu uma ordem a seus anjos para em todos os caminhos te guardarem.
R: Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!

– Haverão de te levar em suas mãos, para o teu pé não se ferir nalguma pedra. Passarás sobre cobras e serpentes, pisarás sobre leões e outras feras.
R: Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!

– “Porque a mim se confiou, hei de livrá-lo e protegê-lo, pois meu nome ele conhece. Ao invocar-me, hei de ouvi-lo e atendê-lo, e a seu lado eu estarei em suas dores”.
R: Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto de mim!

Segunda leitura
Rm 10,8-13
– Leitura carta de São Paulo aos Romanos – Irmãos, 8o que diz a Escritura? “A palavra está perto de ti, em tua boca e em teu coração”. Essa palavra é a palavra da fé, que nós pregamos.9Se, pois, com tua boca confessares Jesus como Senhor e, no teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. 10É crendo no coração que se alcança a justiça e é confessando a fé com a boca que se consegue a salvação. 11Pois a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não ficará confundido”. 12Portanto, não importa a diferença entre judeu e grego; todos têm o mesmo Senhor, que é generoso para com todos os que o invocam. 13De fato, todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 4,1-13
Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo Palavra de Deus.
Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo Palavra de Deus.
– O homem não vive somente de pão, mas de toda a palavra da boca de Deus
(Mt4,4)
Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo Palavra de Deus.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!  

– Naquele tempo, 1Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. 2Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e, depois disso, sentiu fome. 3O diabo disse, então, a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão”. 4Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o homem’”5O diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo 6e lhe disse: “Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isto foi entregue a mim e posso dá-lo a quem eu quiser. 7Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu”.
8Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás’”. 9Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo e lhe disse: “Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! 10Porque a Escritura diz: ‘Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!’ 11E mais ainda: ‘Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra’”.12Jesus, porém, respondeu: “A Escritura diz: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’”. 13Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Santa Francisca Romana, exemplo de caridade a toda prova

Origens
Francisca é filha de um casal cristão que, na fé católica, educou a criança. E quem imaginaria que aquela pequena menina teria um dos corações mais caridosos que a Cidade Eterna já viu? Desde a mais tenra idade, Francisca manifestou aos seus pais e à comunidade o seu amor pelas coisas de Deus. Imitava sua mãe nas práticas de piedade e devoção. 
Obediência acima do desejo
Fez voto de virgindade a Deus aspirando se tornar uma religiosa. No entanto, em obediência ao seu confessor e ao seu pai, a jovem é prometida em casamento a Lourenço Ponziani. O jovem é de família nobre, bom caráter e grande fortuna.
A serviço do Reino de Deus como esposa
Do matrimônio de Francisca com Lourenço nascem João Batista, João Evangelista e Inês. Sendo da nobreza de Roma, Francisca tinha a obrigação de se apresentar na sociedade usando belas joias e trajes deslumbrantes. Porém, a sua piedade não era sufocada por esses ricos vestidos, aproveitando todo tempo livre que tinha para se dedicar à oração. Não se esquecia das práticas de piedade que aprendera com sua mãe na infância. 
Santa Francisca Romana: o “anjo da paz”
Sinal de paz
A sua própria família a considerava um anjo da paz, pois não omitia o ardente anseio que tinha por estar com Deus. Amava, de todo o seu coração, o Senhor, e por isso dedicou-se com inteireza na educação dos filhos, assumindo conscientemente a vocação matrimonial que Deus lhe permitiu viver.
Advogada da Cidade Eterna
O cenário que Roma se encontra é miserável e devastador. A fome, a doença e a guerra deixam suas marcas nas residências, nas famílias e nas ruas da cidade. A caridade floresce ainda mais no coração de Francisca. Por meio das obras, ela manifesta a sua fé através das generosas doações. Ela ajudava os mais necessitados, distribuindo alimentos entre eles. Quando o seu sogro a proibiu dessa prática, ela não se envergonhou em sair pelas ruas de Roma pedindo esmola para aqueles que viviam na miséria. Verdadeiramente, Francisca atraia consigo a manifestação da glória de Deus. 
Luta contra a fome e a miséria
Certo dia, em companhia de uma amiga, buscando num celeiro vazio os grãos de trigo, com muito custo, recolheram alguns quilos para doar aos pobres. Após a sua saída, seu esposo Lourenço entrou no lugar e ali foi surpreendido com 40 sacos de trigo, cada um pesando 100 quilos. Os milagres começaram a deixar rastros por onde a Advogada da cidade de Roma passava. Lourenço, tocado pela fé da esposa, permitiu que ela trabalhasse para defender o povo romano da fome e da miséria.
Santa Francisca Romana passou por grandes provações
O palácio dos doentes
A Santa Romana enfrentou grandes provações: seu marido foi ferido gravemente em uma primeira invasão dos Colonna a Roma. O palácio da família foi saqueado e todos os bens confiscados. Para maior dor de Francisca, seu esposo Lourenço e seu filho João Batista partiram para o exílio. Com o flagelo da peste devastando a cidade, a Francisca fez do seu palácio um verdadeiro hospital, acolhendo os doentes e cuidando com amor maternal das vítimas que batiam a sua porta. Os seus dois filhos que restaram foram feridos pela peste e morreram. Nem ela escapou da doença, mas, por graça e milagre de Deus, foi curada, continuando sua incansável caridade.
Dons extraordinários
Francisca Romana recebeu de Deus muitas visões: o inferno e até mesmo o céu. Deus a consolou e lhe deu a graça de ver o seu anjo da guarda, tendo-o como um fiel companheiro e conselheiro de sua missão. Na luz desse Arcanjo, ela podia ver os pensamentos mais íntimos dos corações. Recebeu o dom do discernimento dos espíritos e do conselho, os quais usava para converter os pecadores.
A fé sem obras é morta
Francisca tem a alegria de receber em sua casa o seu esposo Lourenço e seu filho Batista, que retornaram do exílio. A mãe se alegrou com o casamento do filho e com a presença leal e compreensiva do marido, que bondosamente permitiu que a santa fundasse uma associação de religiosas seculares: a Sociedade das Oblatas da Santíssima Virgem Maria. Francisca vivia os conselhos evangélicos em sua casa, assim como as demais consagradas da ordem. Comprometida como estava pelo matrimônio, somente depois da morte do esposo, em 1436, Francisca finalmente fez-se religiosa. Entrou como postulante na congregação por ela fundada. Mas foi obrigada — pelo capítulo da comunidade e pelo diretor espiritual —, a aceitar os encargos de superiora e fundadora.
Espelho de santidade para todas as pessoas
Páscoa
Santa Francisca Romana, após três anos no convento, por força maternal, viu-se obrigada a retornar para o palácio para cuidar de seu filho. Ali mesmo ela foi acometida por uma pleurisia e percebeu que se aproximava o dia de sua páscoa. Em meio aos sofrimentos da doença, aconselhou suas filhas espirituais, partindo desse mundo no dia 9 de março após a oração das vésperas. Ao elevá-la às honras dos altares, em maio de 1608, o Papa Paulo V qualificou-a de “a mais romana de todas as santas”. E o Cardeal São Roberto Belarmino, que contribuiu, decisivamente, com seu voto, para a canonização, declarou no Consistório: “A proclamação da santidade de Francisca será de admirável proveito para classes muito diferentes de pessoas: as virgens, as mulheres casadas, as viúvas e as religiosas”. 
Minha oração
“Virgem Maria, nossa querida Santa Francisca Romana, seguiu Seu exemplo de caridade extrema. Pedimos a sua intercessão para que as mulheres e homens do nosso tempo vivam a caridade acima de tudo.”
Santa Francisca Romana, rogai por nós!

Publicado em

SÁBADO, DIA 08 DE MARÇO DE 2025

Depois das Cinzas
Cor litúrgica roxa

Primeira leitura
Is 58,9b-14
– Leitura do livro do profeta Isaías: Assim fala o Senhor, 9bse destruíres teus instrumentos de opressão, e deixares os hábitos autoritários e a linguagem maldosa; 10se acolheres de coração aberto o indigente e prestares todo socorro ao necessitado, nascerá nas trevas a tua luz e tua vida obscura será como o meio-dia. 11O Senhor te conduzirá sempre e saciará tua sede na aridez da vida, e renovará o vigor do teu corpo; serás como um jardim bem regado, como uma fonte de águas que jamais secarão. 12Teu povo reconstruirá as ruínas antigas; tu levantarás os fundamentos das gerações passadas: serás chamado reconstrutor de ruínas, restaurador de caminhos, nas terras a povoar.13Se não puseres o pé fora de casa no sábado, nem tratares de negócios em meu dia santo, se considerares o sábado teu dia favorito, o dia glorioso, consagrado ao Senhor, se o honrares, pondo de lado atividades, negócios e conversações, 14então te deleitarás no Senhor; eu te farei transportar sobre as alturas da terra e desfrutar a herança de Jacó, teu pai. Falou a boca do Senhor.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 86,1-2.3-4.5-6 (R: 11a)
– Ensinai-me os vossos caminhos e na vossa verdade andarei.
R: Ensinai-me os vossos caminhos e na vossa verdade andarei.
– Inclinai, ó Senhor, vosso ouvido, escutai, pois sou pobre e infeliz! Protegei-me, que sou vosso amigo, e salvai vosso servo, meu Deus, que espera e confia em vós!
R: Ensinai-me os vossos caminhos e na vossa verdade andarei.
– Piedade de mim, ó Senhor, porque clamo por vós todo o dia! Animai e alegrai vosso servo, pois a vós eu elevo a minh’alma.
R: Ensinai-me os vossos caminhos e na vossa verdade andarei.
– Ó Senhor, vós sois bom e clemente, sois perdão para quem vos invoca. Escutai, ó Senhor, minha prece, o lamento da minha oração!
R: Ensinai-me os vossos caminhos e na vossa verdade andarei.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 5,27-32
Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!
Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!
– Não quero a morte do pecador, diz o Senhor, mas que ele volte, se converta e tenha vida (Ex 33,11)
Glória a vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!  
– Naquele tempo, 27Jesus viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado na coletoria. Jesus lhe disse: “Segue-me”. 28Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu.29Depois, Levi preparou em casa um grande banquete para Jesus. Estava aí grande número de cobradores de impostos e outras pessoas sentadas à mesa com eles. 30Os fariseus e seus mestres da Lei murmuravam e diziam aos discípulos de Jesus: “Por que vós comeis e bebeis com os cobradores de impostos e com os pecadores?”31Jesus respondeu: “Os que são sadios não precisam de médico, mas sim os que estão doentes. 32Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
SANTO DO DIA
São João de Deus, padroeiro dos que trabalham em hospitais –
Fundador dos Frades da Caridade (1495-1550)
João Cidade Duarte nasceu no dia 08 de março de 1495 em Montemor-o-novo, perto de Évora, Portugal. Seu pai era vendedor de frutas na rua. Da sua infância sabemos apenas que, João, aos oito anos, ou fugiu ou foi raptado por um viajante, que se hospedou em sua casa. Depois de vinte dias, sua mãe não resistiu e morreu. O pai acabou seus dias no convento dos franciscanos, que o acolheram.
Enquanto isso, João foi à pé para a Espanha rumo à cidade de Madrid, junto com mendigos e saltimbancos. Nos arredores de Toledo, o viajante o deixou aos cuidados de um bom homem, Francisco Majoral, administrador dos rebanhos do Conde de Oropesa, conhecido por sua caridade. Foi nessa época que ganhou o apelido de João de Deus, porque ninguém sabia direito quem era ou de onde vinha.
Por seis anos Francisco o educou como um filho, ao lado de sua pequenina filha. Dos catorze anos até os vinte e oito João trabalhou e viveu como um pastor. E quando Francisco decidiu casa-lo com sua filha, de novo ele fugiu, começando sua vida errante.
Alistou-se como soldado de Carlos V e participou da batalha de Paiva, contra Francisco I. Vitorioso, abandonou os campos de batalha e ganhou o mundo. Viajou por toda a Europa, foi para a África, trabalhou como vendedor ambulante em Gibraltar. Então, qual filho pródigo, voltou à sua cidade natal, onde ninguém o reconheceu, pois os pais já tinham falecido; novamente rumou à Espanha, onde abriu uma livraria em Granada.
totalconsagracao
Nessa cidade, em 1538, depois de ter ouvido um inflamado sermão proferido por João d’Ávila, que a Igreja também canonizou, arrependido dos seus pecados e tocado pela graça, saiu correndo da igreja, e gritou: ‘misericórdia, Senhor, misericórdia’. Todos riram dele, mas João de Deus não se importou. Distribuiu todos os seus bens aos pobres e começou a fazer rigorosas penitências. Tomado por louco foi internado num hospital psiquiátrico, onde foi tratado desumanamente. Depois de ter experimentado todas as crueldades que aí se praticavam e orientado por João d’Ávila decidiu fundar uma casa-hospitalar, para tratar os loucos. Criou assim uma nova Ordem religiosa, a dos Irmãos Hospitaleiros.
Ao todo foram mais de oitenta casas-hospitalares fundadas, para abrigar loucos e doentes terminais. Para cuidar deles, usava um processo todo seu, sendo considerado o precursor do método psicanalítico e psicossomático, inventado quatro séculos depois por Freud e seus discípulos. João de Deus, que nunca se formou em medicina, curava os doentes mentais utilizando a fé e sua própria experiência. Partia do princípio de que curando a alma, meio caminho havia sido trilhado para curar o corpo. Ele sentia a dualidade da situação do doente, por tê-la vivenciado dessa maneira. João de Deus sentia-se pertencer ao mundo dos loucos e ao mundo dos pecadores e indignos e, por isso, se motivou a trabalhar na dignificação, reabilitação e inserção de ambas as categorias. Um modelo de empatia e convicções profundas tão em falta, que várias instituições seguiram sua orientação nesse sentido, tempos depois e ainda hoje.
Depois, João de Deus e seus discípulos passaram a atender todos os tipos de enfermos. Seu mote era: ‘fazei o bem, irmãos, para o bem de vós mesmos’. Ele morreu no mesmo dia em que nasceu, aos cinquenta e cinco anos, no dia 8 de março de 1550. Foi canonizado pelo Papa Leão XIII que o proclamou padroeiro dos hospitais, dos doentes e de todos aqueles que trabalham pela cura dos enfermos.
Hoje a Ordem Hospitaleira São João de Deus, é um instituto religioso, internacional, com sede em Roma, composto de homens que por amor a Deus se consagram à hospitalidade misericordiosa para com os doentes e necessitados em quarenta e cinco países dos cinco continentes.
São João de Deus – (08/03)
Conheça mais sobre São João de Deus
Nascido em 8 de Março de 1495, em Monte Maior, pequena cidade do reino de Portugal, no arcebispado de Évora, descendia de pais modestos. O genitor, André Civdad, e a genitora, cujo nome não se sabe, educaram-no em todos os exercícios de piedade que sua infância podia assimiliar. Mas eles o perderam, com a idade de oito ou nove anos.
Como exercessem prazenteiramente a hospitalidade, receberam certa vez em casa, um viajante, que se dizia sacerdote e se dirigia para o lado de Madri. Durante a conversa, falou da piedade que reinava na capital da Espanha, bem como das igrejas célebres que lá se viam. Isso causou tal impressão no pequeno João, que desejou acompanhar o viajante. Escondeu-se dos pais e pôs-se a caminho de Madrid. Todavia não chegou lá. O viajante deixou-o na cidade de Oropesa, em Castela.
Pessoas piedosas se compadeceram do menino. Francisco, chefe dos pastores do conde de Oropesa, tomou-o para seu serviço. Todavia, sua mãe, após várias buscas inúteis, não podendo encontrá-lo, morreu de tristeza, decorridos vinte anos. O pai, não menos aflito com sua ausência, retirou-se para Lisboa e lá se fez religioso da ordem de São Francisco.
Entrementes, Deus abençoava os cuidados e o trabalho de seus filhos. Os bens de seu amo, dos quais fora nomeado ecônomo, aumentaram em suas mãos, os rebanhos se multiplicaram e a prosperidade reinava na casa. O amo tomou-se de grande afeição por ele e, para retê-lo, ofereceu-lhe a filha em casamento. João, que tinha terna devoção pela Santa Virgem, e rezava todos os dias o rosário em sua honra, não aceitou essa união e alistou-se numa companhia de soldados a serviço de Carlos Quinto, para marchar contra os franceses em Fontarabie.
O movimento das armas, o mau exemplo dos companheiros fizeram-no esquecer os exercícios de piedade. Acostumou-se insensivelmente a fazer os demais. A Providência permitiu que lhe acontecessem acidentes, que o fizeram entrar em si.
Um dia, faltavam víveres. João como o mais moço, foi incumbido de ir procurá-los em uma localidade vizinha. Montava uma jumenta há pouco tomada aos franceses. Reconhecendo os lugares, o animal correu a toda brida na direção do campo conhecido. João quis detê-la, mas empinando-se, atirou-se para o meio de algumas pedras, onde ele ficou sem movimento e sem vida. Voltando a si, pôs-se de joelhos, implorou o socorro da santa Virgem para não cair nas mãos dos inimigos, dos quais estava muito próximo.
Voltando ao campo dos espanhóis, deplorou seus demandos e prometeu a Deus ser mais fiel no servi-lo. Deste mal, caiu em outro. Foi-lhe confiada pelo capitão a guarda de espólios feitos aos inimigos. Todavia, ladrões os raptaram. O capitão o acusou de infidelidade, maltratou-o e quis entregá-lo à justiça. Várias pessoas se interessaram por ele e obtiveram-lhe indulto, com a condição de abandonar o serviço das armas.
Retornou a Oropesa, procurou o antigo amo, que o recebeu com muita ternura, tornando a confiar-lhe a guarda dos bens. Desincumbiu-se dessa missão com mais exatidão ainda, de tal sorte que o amo pediu-lhe novamente que se tornasse seu genro. João se recusou. E para se ver livre desses assediamentos, engajou-se novamente no exercício. Era na guerra de Carlos Quirino contra os turcos. João a encarava como uma expedição santa, na qual podia sofrer alguma coisa por Jesus Cristo. Evitou todos os demandos em que caíra anteriormente e, bem longe de interromper os exercícios de piedade, aumentou-os.
Terminada a guerra, os soldados foram dispensados. Ele voltou a Portugal e quis ir ver os pais, em Monte Maior. Lá soube que já se encontravam mortos, tanto um como outro, de tristeza por haverem-no perdido. Resolveu, então, deixar o país e entregar-se ao serviço de Deus, em algum lugar. Passando pela Andaluzia, entrou para os serviços de uma senhora rica, na qualidade de pastor. Passou dias e noites em exercícios de piedade e penitência, implorando a misericórdia de Deus. Por fim, convenceu-se de que não poderia fazer nada de mais apropriado, para satisfazer à justiça divina, do que dedicar-se aos infelizes.
Para executar seu plano, foi para à África, a fim de proporcionar aos escravos cristãos todo o consolo e todos os socorros que dele dependessem. Esperava ainda encontrar nesse país a coroa do martírio, pela qual suspirava ardentemente.
Em Gilbraltar, encontrou um gentil-homem português, que o Rei João III tinha despojado de todos os bens e condenado ao exílio. Os oficiais do príncipe foram incumbidos de conduzi-lo, com mulher e filhos, a Ceuta. João, movido pela caridade, pôs-se a seu serviço, gratuitamente. Mas, apenas chegaram a Ceuta, a tristeza e o clima causaram no gentil-homem uma doença penosa. Bem depressa foi reduzido a extrema necessidade e obrigado a vender, para sua subsistência e da família, o pouco que havia trazido. Esgotada essa fonte, o santo supriu-a vendendo tudo o que possuía.
Não parou aí, trabalhou em obras públicas e empregou no exercício da caridade, foi turvada pela apostasia de um dos companheiros. Esse fato, acrescido dos conselhos do confessor, que lhe demonstrara a ilusão de procurar ali o martírio, fizeram-no decidir-se a voltar à Espanha.
De volta a Gibraltar, pôs-se a vender imagens e livros de piedade. O que lhe concedia a ocasião de exortar à prática da virtude os que a ele se dirigiam. Com os fundos consideravelmente aumentados, foi para Granada, onde em 1538, se estabeleceu com uma botica. Tinha, então, cerca de quarenta e três anos.
Sabendo que a cidade de Granada celebrava com muita devoção a festa de São Sebastião, transportou-se para o eremitério do nome desse santo. Nessa ano, o povo foi numeroso nesse local, porque João de Ávila, sacerdote de grande santidade, o mais célebre pregador de Espanha, cognominado o Apóstolo de Andaluzia, devia ir lá pregar.
João se comoveu com o sermão a ponto de derramar lágrimas e encher a igreja com seus gritos e lamentações. Maldizia publicamente a vida pregressa, batia no peito e pedia misericórdia pelos pecados que havia cometido. Não contente com isso, saiu pelas ruas, correndo e arrancando-se os cabelos e fazendo outras coisas de chamar a atenção.
O populacho o perseguiu, como se fora um demente, a pedradas e a bastonadas. Voltou para casa, todo coberto de lama e sangue. Deu aos pobres tudo quanto tinha e reduziu-se a uma pobreza total. Recomeçou a correr pelas ruas como antes. Algumas pessoas, compadecidas dele, detiveram-no e conduziram ao venerável João de Ávila. Este grande homem, cheio de espírito de Deus, descobriu logo que nosso santo não era absolutamente tal como aparentava ser. Falou-lhe em particular, atendeu-o em confissão geral e deu-lhe conselhos salutares, prometendo-lhe assisti-lo em toda ocasião.
Todavia, o nosso santo, incendiado de desejo de humilhações, reencetou a atitude de demente. A tal ponto, que se chegou a crer um dever encerrá-lo como um doente. Foram empregados os remédios mais violentos para curá-lo da pretendida doença. Sofreu tudo em espírito de penitência, para expiação dos pecados da vida passada. João de Ávila, informado do que se passava, foi visitá-lo.
Encontrou-o coberto de feridas, feitas pelos golpes de chicote que lhe haviam aplicado. Mas se o corpo estava em estado de fraqueza, a alma se encontrava em pleno vigor e em plena coragem, santamente ávida de novos sofrimentos e novas humilhações.
João de Ávila sentiu-se extremamente edificado com um tal amor pela penitência. Entretanto, após ter dado ao santo os elogios que merecia, aconselhou-o a mudar de gênero de vida e a se ocupar de alguma coisa que pudesse ser de grande utilidade para o povo.
João aproveitou os conselhos de seu diretor espiritual e voltou imediatamente ao estado natural, o que causou grande surpresa nas pessoas encarregadas de cuidar dele. Serviu durante algum tempo aos doentes no hospital onde se encontrava, e do qual saiu no dia de Santa Úrsula, no ano de 1539.
Não pensou mais em outra coisa, senão no desígnio de executar o que pudesse servir de alívio para os pobres. Mas, antes de empreender o que quer que fosse, colocou-se sob a proteção da santa Virgem e fez uma peregrinação a Nossa Senhora de Guadalupe, na Extremadura. Na volta, começou a vender madeira de mercado, empregando os lucros que disso lhe advinham, no alívio dos infelizes. Alugou, em seguida, uma casa, para nela recolher os pobres doentes, e provia-lhes a todas as necessidades com atividade, vigilância e economia de surpreender toda a cidade.
Chegou o ano de 1540. Assim, fundou-se a Ordem da Caridade, que, por uma benção visível do céu, se espalhou por toda a cristandade. O santo passou os dias junto dos doentes, empregando as noites em transportar novos necessitados o para o hospital.
Os habitantes de Granada, edificados com esses estabelecimentos, prontificaram-se a fornecer tudo quanto fosse da necessidade dos doentes, O arcebispo, testemunha dos grandes bens que resultavam da ordem admirável que lá reinava, com relação à administração do auxílio espiritual e temporal, tomou-o sob sua proteção, dando-lhe somas consideráveis, para torná-lo fixo e permanente. O exemplo do prelado produziu os melhores efeitos e excitou a caridade de numerosas pessoas virtuosas.
Como não iriam ajudar uma instituição assim útil, cujo fundador era um modelo completo de caridade, de paciência e de modéstia?
O bispo de Tuy, presidente da câmara real de Granada, reteve-o um dia para jantar. Fez-lhe várias perguntas, às quais o santo respondeu com tanta justeza, que o bispo fez dele a melhor idéia.
O prelado perguntou-lhe como se chamava. A resposta foi: João. Tu te chamarás doravante João de Deus, disse o bispo. E esse nome ficou. Prescreveu ao mesmo um hábito conveniente e vestiu-o com as próprias mãos. João não tivera jamais a intenção de fundar uma ordem religiosa. Assim, não redigiu nenhuma regra para aqueles que se consagrassem, como ele, ao consolo dos doentes. Por isso a que leva seu nome não foi feita, senão seis anos após sua morte, ou seja, em 1556. Quanto aos votos de religião, foram introduzidos por seus discípulos em 1570.
(…)A uma vida ativa, juntava-se a oração contínua e grande austeridade. Ele tinha o dom das lágrimas e possuía superiormente o espírito de contemplação. Todo o seu modo de agir era impregnado de profunda humildade, e estava tão firme nessa virtude, que nada era capaz de demovê-lo. Isso ficou demonstrado na corte de Valladolid, para onde seus afazeres o tinham chamado.
O rei e os príncipes lhe deram, à porfia, mostras indiscutíveis de estima e lhe remeteram somas consideráveis, que ele distribuiu com admirável economia, em Valladolid mesmo e nos arredores. Quanto às honras com que o cumulavam, ele as recebia com santa insensibilidade, que caracteriza um homem verdadeiramente morto para si mesmo. Dava-se melhor com as humilhações que lhe faziam as delícias. Suportava-as com alegria e as procurava mesmo, com ânsia.
Fazia já dez anos que o nosso santo sustentava com coragem invencível as fadigas que lhe causavam os serviços do hospital, quando caiu doente. Atribui-se a causa de sua doença aos esforços, durante uma inundação, para salvar da água bens pertencentes aos pobres e para salvar um homem que estava para afogar-se.
A princípio disfarçou o mau estado de saúde, com receio de que o obrigassem a deixar de lado algo dos trabalhos e das austeridades. Trabalhou, ao mesmo tempo, em fazer o inventário de tudo quanto havia no hospital e em rever as contas. Reviu também os sábios regulamentos que redigira par a administração do espiritual e do temporal. (…)
Todavia a saúde do bem-aventurado João enfraquecia dia a dia. A doença tornou-se tão perigosa, que não lhe foi mais possível cuspir. Espalhou-se a notícia de sua doença.
Uma senhora chamada Ana Osório, foi visitá-lo. Ela o encontrou deitado com suas roupas, na pequena cela, não tendo por coberta, senão um velho casaco. O santo apenas substituira a pedra que lhe servia habitualmente de travesseiro, pelo cestinho no qual costumava colocar as esmolas que recolhia pela cidade.
Os doentes e os pobres desfaziam-se em lágrimas ao redor dele. Ana Osório sentiu-se vivamente tocada com esse espetáculo e secretamente fez saber ao arcebispo do estado em que se encontrava o santo. O prelado enviou imediatamente alguém a dizer a João que ele devia obedecer aquela senhora como ao próprio arcebispo.
Ana, assim autorizada, obrigou o servo de Deus a deixar o hospital. Mas, antes de sair, nomeou superior Antônio Martin, deu algumas instruções aos frades e lhe recomendou sobretudo a prática da obediência e da caridade.
Visitou em seguida o santo sacramento e deixou que o coração se expandisse em presença de Jesus Cristo. Sua oração foi tão longa, que Ana Osório se viu obrigada a interrompê-lo para fazê-lo subir na carruagem. Ela o conduziu à sua casa, reservando-se a si e às filhas o cuidado de servi-lo durante a doença. Frequentemente liam-lhe a paixão de Jesus Cristo,  que o levava a atos de humildade, considerando que era bem tratado, enquanto o Salvador fora maltratado.
Os progressos da doença foram rápidos, que após pouco tempo não restava esperanças de melhora. Todos se alarmaram com o perigo em que se encontrava o homem de Deus. Toda a nobreza veio visitá-lo e os magistrados acorriam para pedir-lhe a benção para si e para a cidade. O santo respondeu a estes últimos que não deviam pedir a benção a um pecador tão grande como ele; recomendou-lhe em seguida os pobres e os frades que estavam incumbidos do cuidado do hospital.
O arcebispo ordenou-lhe, por fim, que atendesse aos rogos dos magistrados. Deu, então, a benção à cidade de Granada e fez exortações das mais patéticas a todos os presentes. Continuamente se entretinha com Deus, por oração acompanhada da compunção mais viva e do amor mais ardente.
O arcebispo rezou a missa no quarto e administrou-lhe os últimos sacramentos, após tê-lo ouvido em confissão. Prometeu-lhe pagar suas dívidas e prover às necessidades dos pobres dos quais seu hospital tomava cuidado.
João, ainda de joelhos, diante do altar, expirou, em 8 de Março de 1550. Tinha cinqüenta e cinco anos completos. Foi enterrado pelo arcebispo com toda a solenidade. O clérigo secular e regular de Granada assistiu aos funerais, bem como a corte e a nobreza.
Deus glorificou seu servidor com numerosos milagres. Em vista disso, Urbano VIII beatificou-o no ano de 1630 e Alexandre VIII o canonizou no ano de 1690. Suas relíquias foram transportadas em 1664, para a igreja dos seus discípulos.
São João de Deus, rogai por nós!