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TERÇA-FEIRA, DIA 25 DE NOVEMBRO DE 2025

XXXIV SEMANA DO TEMPO COMUM
Cor Litúrgica verde

Primeira leitura
Dn 2,31-45
O Deus do céu suscitará um reino que nunca será destruído;
antes, esmagará e aniquilará todos esses reinos.
Leitura da Profecia de Daniel 2,31-45
  Naqueles dias, disse Daniel a Nabucodonosor:
31 “Tu, ó rei, olhavas, e pareceu-te ver uma estátua grande, muito alta, erguida à tua frente, de aspecto aterrador.
32 A cabeça da estátua era de ouro fino, peito e braços eram de prata, ventre e coxas, de bronze;
33 sendo as pernas de ferro, e os pés, parte de ferro e parte de barro.
34 Estavas olhando, quando uma pedra, sem ser empurrada por ninguém, se desprendeu de algum lugar, e veio bater na estátua, em seus pés de ferro e barro, fazendo-os em pedaços;
35 então, a um só tempo, despedaçaram-se ferro,  barro, bronze, prata e ouro, tudo ficando como a palha miúda das eiras, no verão, que o vento varre sem deixar vestígios; mas a pedra que atingira a estátua transformou-se num grande monte e encheu toda a terra.
36 Este foi o sonho; vou dar também a interpretação, ó rei, em tua presença.
37 Tu és um grande rei, e o Deus do céu te deu a realeza, o poder, a autoridade e a glória;
38 ele entregou em tuas mãos os filhos dos homens, os animais do campo e as aves do céu, onde quer que habitem, e te constituiu senhor de todos eles: tu és a cabeça de ouro.
39 Depois de ti, surgirá outro reino, que é inferior ao teu, e ainda um terceiro, que será de bronze, e dominará toda a terra.
40 O quarto reino será forte como ferro; e assim como o ferro tudo esmaga e domina, do mesmo modo, à semelhança do ferro, ele esmagará e destruirá todos aqueles reinos.
41 Viste os pés e dedos dos pés, parte de barro e parte de ferro, porque o reino será dividido; terá a força do ferro, conforme viste o ferro misturado com barro cozido.
42 Viste também que os dedos dos pés eram parte de ferro e parte de barro, porque o reino em parte será sólido e em parte quebradiço.
43 Quanto ao ferro misturado com barro cozido, haverá de certo ligações por via de casamentos, mas sem coesão entre as partes, assim como o ferro não faz liga com o barro.
44 No tempo desses reinos, o Deus do céu suscitará um reino que nunca será destruído, um reino que não passará a outro povo; antes, esmagará e aniquilará todos esses reinos, e ele permanecerá para sempre.
45 Quanto à pedra que, sem ser tocada por mãos, se desprendeu do monte e despedaçou o barro cozido, o ferro, o bronze, a prata e o ouro, o grande Deus faz saber ao rei o que acontecerá depois, no futuro. O sonho é verdadeiro, e sua interpretação, fiel”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Salmo responsorial
Dn 3,57-59.60-61 (R. cf. 59b)
R. Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!
 
57 Obras do Senhor, bendizei o Senhor! * Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!
58 Céus do Senhor, bendizei o Senhor! *
59 Anjos do Senhor, bendizei o Senhor! 

R. Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!

60 Águas do alto céu, bendizei o Senhor! *
61 Potências do Senhor, bendizei o Senhor!

R. Louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!

Aclamação ao Evangelho
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Permanece fiel até a morte,
    e a coroa da vida eu te darei!

Evangelho
Lc 21,5-11
Não ficará pedra sobre pedra.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós;
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 21,5-11
– Glória a Vós, Senhor.
  Naquele tempo,
5 algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas. Jesus disse:
6 “Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”.
7 Mas eles perguntaram: “Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer?”
8 Jesus respondeu:  “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome,  dizendo: ‘Sou eu!’  E ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente!
9 Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”.
10 E Jesus continuou: “Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país.
11 Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu”.
– Palavra da Salvação.
– Glória a Vós, Senhor.

SANTO DO DIA
BB. Luís e Maria Beltrame Quattrocchi, cônjuges
Luís Beltrame Quattrocchi e Maria Corsini viveram uma vida ordinária de modo extraordinário. Este foi o primeiro casal a ser beatificado, em 21 de outubro de 2001, por São João Paulo II, por ocasião do 20° aniversário da Exortação Apostólica Familiaris consortio. A vida diária destes cônjuges e pais sempre foi sustentada pela oração, a fidelidade ao Evangelho e a íntima união com Jesus na Eucaristia.
Encontro e noivado. Chamada de Deus ao matrimônio
Ele, natural de Catânia, na Sicília, e ela, de Florença, se conheceram em Roma, em 1902, com a idade de 22 e 18 anos, respectivamente.
Luís foi à capital italiana visitar seu tio, que o havia adotado e do qual herdou o sobrenome Quattrocchi. Ali, completou seus estudos em Direito, que, em idade madura, garantiram a sua profissão de advogado geral do Estado.
Apesar de pouco praticante, foi atraído pela fé pelo entusiasmo e a inteligência de Maria, uma estudante de línguas, que amava a arte e a literatura. Ambos tinham uma personalidade forte, que os levava a muitas discussões. No entanto, entenderam que eram chamados a caminhar juntos. Através da oração, intuíram o que os anos futuros confirmariam: era vontade de Deus que se apaixonassem e sentissem atração reciproca, que encontrariam sua plena realização no amor esponsal.
Uma contínua correspondência epistolar caracterizou os cerca de sete meses de noivado: cartas e bilhetinhos refletiam a estima, o respeito e o pudor entre os dois jovens, fortemente decididos a viver a castidade antes do casamento, mas, ao mesmo tempo, ansiosos de exprimir-se, com palavras apaixonadas, como o “Kiss you”, individualmente confiadas ao idioma inglês.
Assim, em 25 de novembro de 1905, uniram-se em matrimônio na Basílica romana de Santa Maria Maior.
Quatro filhos e uma vida familiar marcada pela fé
Logo chegaram os filhos: Filipe, Estefânia e Cesar. Mas, a última gravidez de Maria foi particularmente problemática, por causa de uma placenta prévia, que colocava em risco a vida do feto e da mãe. O casal recusou-se a abortar e, em 1914, nasceu Henriqueta, que foi a mais longeva de toda a família.
A paternidade foi uma missão que Luís e Maria levaram adiante confiando na Providência e no Sagrado Coração de Jesus: participavam diariamente da Santa Missa, rezavam o terço à tarde e faziam adoração à noite. Assim, a família Beltrame Quattrocchi transcorria seus dias, anotados pela caneta da animada e brilhante Maria: das suas anotações nasceram livros de caráter educativo, pontos de referência, ainda atuais para as famílias. Ela se dedicava totalmente aos filhos, que, em casa, respiravam um clima de confiança e serenidade: todos os seus quatro filhos decidiram, livremente, abraçar a vida religiosa, “treinados” pelos pais, que avaliavam tudo “do telhado para cima”, como gostavam de dizer, de modo simpático.
Compromisso social
O casal mantinha um compromisso social incessante: eram voluntários da Unitalsi, – União Nacional italiana para o Transporte de enfermos aos Santuários nacionais e internacionais; ele carregava as macas dos doentes e ela, como enfermeira, assistia e acompanhava os enfermos aos santuários de Lourdes e Loreto.
Os cônjuges, Luís e Maria, tornaram-se Terciários franciscanos; prestaram serviço e assistência aos soldados e civis feridos durante as duas Guerras mundiais; salvaram mais de 150 vidas da perseguição nazista, mantendo constante contato com a Abadia de Subiaco; ajudaram as vítimas do terremoto; pertenciam à Ação Católica italiana; davam seu apoio à Universidade Católica; animavam os grupos do Movimento de Renascença Cristã; foram os primeiros, talvez, a dar Cursos para Noivos, em preparação ao matrimônio.
Enfim, o apostolado de Luís e Maria foi muito fecundo, animado por um simples testemunho de vida diário, uma relação conjugal aberta à transcendência da presença de Jesus entre si. Todas as manhãs, -ela escreveu em seu diário – “ao sair da igreja, ele me dava bom dia, para que a minha jornada tivesse um início razoável”.
A dor do desapego, o consolo da oração e a vida eterna
O casal Beltrame Quattrocchi viveu meio século de vida junto. Em 1951, a toda a família reuniu-se pela última vez em Roma. No final de novembro, Luís, já enfraquecido, morreu de ataque cardíaco. Para Maria foi grande a dor da separação, mas ela encontrou conforto na união com Deus.
Em 26 de agosto de 1965, 14 anos depois, chegou a hora também de Maria de se encontrar com o Pai. Ao meio-dia, logo depois da oração do Ângelus, ela entregou seu espírito, serenamente, nos braços de Henriqueta.
O testemunho dos esposos Beltrame Quattrocchi, disse São João Paulo II, foi “uma singular confirmação de que o caminho da santidade vivido juntos, como casal, é possível, maravilhoso, e extraordinariamente fecundo, fundamental para o bem da família, a Igreja e da sociedade”.
Santos BB. Luís e Maria Beltrame Quattrocchi, cônjuges
Luís Beltrame Quattrocchi e Maria Corsini viveram uma vida ordinária de modo extraordinário. Este foi o primeiro casal a ser beatificado, em 21 de outubro de 2001, por São João Paulo II, por ocasião do 20° aniversário da Exortação Apostólica Familiaris consortio. A vida diária destes cônjuges e pais sempre foi sustentada pela oração, a fidelidade ao Evangelho e a íntima união com Jesus na Eucaristia.
Encontro e noivado. Chamada de Deus ao matrimônio
Ele, natural de Catânia, na Sicília, e ela, de Florença, se conheceram em Roma, em 1902, com a idade de 22 e 18 anos, respectivamente.
Luís foi à capital italiana visitar seu tio, que o havia adotado e do qual herdou o sobrenome Quattrocchi. Ali, completou seus estudos em Direito, que, em idade madura, garantiram a sua profissão de advogado geral do Estado.
Apesar de pouco praticante, foi atraído pela fé pelo entusiasmo e a inteligência de Maria, uma estudante de línguas, que amava a arte e a literatura. Ambos tinham uma personalidade forte, que os levava a muitas discussões. No entanto, entenderam que eram chamados a caminhar juntos. Através da oração, intuíram o que os anos futuros confirmariam: era vontade de Deus que se apaixonassem e sentissem atração reciproca, que encontrariam sua plena realização no amor esponsal.
Uma contínua correspondência epistolar caracterizou os cerca de sete meses de noivado: cartas e bilhetinhos refletiam a estima, o respeito e o pudor entre os dois jovens, fortemente decididos a viver a castidade antes do casamento, mas, ao mesmo tempo, ansiosos de exprimir-se, com palavras apaixonadas, como o “Kiss you”, individualmente confiadas ao idioma inglês.
Assim, em 25 de novembro de 1905, uniram-se em matrimônio na Basílica romana de Santa Maria Maior.
Quatro filhos e uma vida familiar marcada pela fé
Logo chegaram os filhos: Filipe, Estefânia e Cesar. Mas, a última gravidez de Maria foi particularmente problemática, por causa de uma placenta prévia, que colocava em risco a vida do feto e da mãe. O casal recusou-se a abortar e, em 1914, nasceu Henriqueta, que foi a mais longeva de toda a família.
A paternidade foi uma missão que Luís e Maria levaram adiante confiando na Providência e no Sagrado Coração de Jesus: participavam diariamente da Santa Missa, rezavam o terço à tarde e faziam adoração à noite. Assim, a família Beltrame Quattrocchi transcorria seus dias, anotados pela caneta da animada e brilhante Maria: das suas anotações nasceram livros de caráter educativo, pontos de referência, ainda atuais para as famílias. Ela se dedicava totalmente aos filhos, que, em casa, respiravam um clima de confiança e serenidade: todos os seus quatro filhos decidiram, livremente, abraçar a vida religiosa, “treinados” pelos pais, que avaliavam tudo “do telhado para cima”, como gostavam de dizer, de modo simpático.
Compromisso social
O casal mantinha um compromisso social incessante: eram voluntários da Unitalsi, – União Nacional italiana para o Transporte de enfermos aos Santuários nacionais e internacionais; ele carregava as macas dos doentes e ela, como enfermeira, assistia e acompanhava os enfermos aos santuários de Lourdes e Loreto.
Os cônjuges, Luís e Maria, tornaram-se Terciários franciscanos; prestaram serviço e assistência aos soldados e civis feridos durante as duas Guerras mundiais; salvaram mais de 150 vidas da perseguição nazista, mantendo constante contato com a Abadia de Subiaco; ajudaram as vítimas do terremoto; pertenciam à Ação Católica italiana; davam seu apoio à Universidade Católica; animavam os grupos do Movimento de Renascença Cristã; foram os primeiros, talvez, a dar Cursos para Noivos, em preparação ao matrimônio.
Enfim, o apostolado de Luís e Maria foi muito fecundo, animado por um simples testemunho de vida diário, uma relação conjugal aberta à transcendência da presença de Jesus entre si. Todas as manhãs, -ela escreveu em seu diário – “ao sair da igreja, ele me dava bom dia, para que a minha jornada tivesse um início razoável”.
A dor do desapego, o consolo da oração e a vida eterna
O casal Beltrame Quattrocchi viveu meio século de vida junto. Em 1951, a toda a família reuniu-se pela última vez em Roma. No final de novembro, Luís, já enfraquecido, morreu de ataque cardíaco. Para Maria foi grande a dor da separação, mas ela encontrou conforto na união com Deus.
Em 26 de agosto de 1965, 14 anos depois, chegou a hora também de Maria de se encontrar com o Pai. Ao meio-dia, logo depois da oração do Ângelus, ela entregou seu espírito, serenamente, nos braços de Henriqueta.
O testemunho dos esposos Beltrame Quattrocchi, disse São João Paulo II, foi “uma singular confirmação de que o caminho da santidade vivido juntos, como casal, é possível, maravilhoso, e extraordinariamente fecundo, fundamental para o bem da família, a Igreja e da sociedade”.
Santos Luís e Maria Beltrame Quattrocchi, cônjuges, rogai por nós!

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SEGUNDA-FEIRA, DIA 24 DE NOVEMBRO DE 2025

Santo André Dung-Lac presbítero, mártir
Cor Litúrgica vermelha

Primeira leitura
Dn 1,1-6.8-20
– Início da profecia de Daniel – 1No terceiro ano do reinado de Joaquim, rei de Judá, Nabucodonosor, rei da Babilônia, avançou sobre Jerusalém e pôs-lhe cerco; 2o Senhor entregou em suas mãos Joaquim, rei de Judá, e parte dos vasos da casa de Deus, e ele os levou para a terra de Senaar, para o templo de seus deuses, depositando os vasos no tesouro dos deuses. 3Então o rei ordenou ao chefe dos eunucos, Asfenez, para que trouxesse, dentre os filhos de Israel, alguns jovens de estirpe real ou de família nobre, 4sem defeito físico e de boa aparência, preparados com boa educação, experientes em alguma ciência e instruídos, e que pudessem estar no palácio real, onde lhes deveriam ser ensinadas as letras e a língua dos caldeus. 5O rei fixou-lhes uma ração diária da comida e do vinho de sua mesa, de tal modo que, assim alimentados e educados durante três anos, eles pudessem no fim entrar para o seu próprio serviço. 6Havia, entre esses moços, filhos de Judá, Daniel, Ananias, Misael e Azarias. 8Ora, Daniel decidiu secretamente não comer nem beber da mesa do rei por convicções religiosas, e pediu ao chefe dos eunucos que o deixasse abster-se para não se contaminar. 9Deus concedera que Daniel obtivesse simpatia e benevolência por parte do mordomo. Este disse-lhe: “Tenho medo do rei, meu Senhor, que determinou alimentação e bebida para todos vós; 10se vier a perceber em vós um aspecto mais abatido que o dos outros moços da vossa idade, estareis condenando minha cabeça perante o rei”. 11Mas disse Daniel ao guarda que o chefe dos eunucos tinha designado para tomar conta dele, de Ananias, Misael e Azarias: 12“Por favor, faze uma experiência com estes teus criados por dez dias, e nos sejam dados legumes para comer e água para beber; 13e que à tua frente seja examinada nossa aparência e a dos jovens que comem da mesa do rei, e, conforme achares, assim resolverás com estes teus criados”. 14O homem, depois de ouvir esta proposta, experimentou-os por dez dias. 15Depois desses dez dias, eles apareceram com melhor aspecto e mais robustos do que todos os outros jovens que se alimentavam com a comida do rei. 16O guarda, desde então, retirava a comida e bebida deles para dar-lhes legumes. 17A esses quatro jovens Deus concedeu inteligência e conhecimento das letras e das ciências, e a Daniel, o dom da interpretação de todos os sonhos e visões. 18Terminado, pois, o prazo que o rei tinha fixado para a apresentação dos jovens, foram estes trazidos à presença de Nabucodonosor pelo chefe dos eunucos. 19Depois de o rei lhes ter falado, não se achou ninguém, dentre todos os presentes, que se igualasse a Daniel, Ananias, Misael e Azarias. E passaram à companhia do rei. 20Em todas as questões de sabedoria e entendimento que lhes dirigisse, achava o rei neles dez vezes mais valor do que em todos os adivinhos e magos que havia em todo o reino.
– Palavra do Senhor. 
– Graças a Deus. 

Salmo Responsorial: Sl (Dn) 3,52.53-54.55.56-57 (R: 52b)
– A vós louvor, honra e glória eternamente!
R: A vós louvor, honra e glória eternamente!
– Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais. A vós louvor, honra e glória, eternamente! Sede bendito, nome santo e glorioso. A vós louvor, honra e glória, eternamente!
R: A vós louvor, honra e glória eternamente!
– No templo santo onde refulge a vossa glória. A vós louvor, honra e glória, eternamente! Em vosso trono de poder vitorioso. A vós louvor, honra e glória, eternamente! 
R: A vós louvor, honra e glória eternamente!
– Sede bendito, que sondais as profundezas. A vós louvor, honra e glória, eternamente! E superior aos querubins vos assentais. A vós louvor, honra e glória, eternamente!
R: A vós louvor, honra e glória eternamente!
– Sede bendito no celeste firmamento. A vós louvor, honra e glória, eternamente!
Obras todas do Senhor glorificai-o. A ele louvor, honra e glória eternamente!
R: A vós louvor, honra e glória eternamente!

Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
 – Vigiai, diz Jesus, vigiai, pois no dia em que não esperais, o vosso Senhor há de vir (Mt 24,42a.44).
Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 21,1-4.
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas.
– Glória a vós, Senhor!

– Naquele tempo, 1Levantando os olhos, viu Jesus que pessoas ricas depositando ofertas no tesouro do templo. 2Viu também uma pobre viúva que depositou duas moedas. 3Diante disso, ele disse: Em verdade vos digo que esta pobre viúva ofertou mais do que todos. 4Pois todos eles depositaram como oferta feita a Deus, aquilo que lhes sobrava. Mas a viúva, na sua pobreza ofertou tudo quanto tinha para viver.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Santo André Dung-Lac e companheiros mártires

Origens
Memória dos santos André Dung Lac, presbítero e companheiros mártires. Numa celebração comum, veneram-se os 117 missionários que sofreram o martírio no Tonquim, Anam e Cochinchina, regiões da Ásia, do atual Vietnã. Entre eles, há oito bispos, muitos presbíteros e um ingente número de fiéis de ambos os sexos e de todas as condições e idades. Estes abraçaram seu desterro, os cárceres, os tormentos, enfim, os mais cruéis suplícios, por recusarem calcar a cruz e abjurar da fé cristã.
A Chegada do Cristianismo no Vietnã
O cristianismo chegou ao Vietnã no início do século XVI, por obra do padre Alexandre Rhodes, jesuíta francês, considerado “apóstolo da jovem Igreja asiática”, ainda dividida em três regiões: Tonquim, Aname e Cochinchina. Em 1645, foi expulso do país. Desde então, ao longo dos séculos, a situação dos cristãos tornou-se cada vez mais difícil, por causa das sucessivas ondas de perseguições, que se alternavam com breves períodos de paz.
A vida do Santo André Dung-Lac 
Santo André Dung-Lac
Tran An Dung nasceu em Bac Ninh, em 1795, no seio de uma família tão pobre que, para garantir a sobrevivência do filho, foi obrigada a confiá-lo aos cuidados de um catequista católico. Por isso, foi educado na fé e batizado com o nome de André. Este futuro mártir foi ordenado sacerdote. Em 1823, tornou-se vice-pároco, em Dongchuan, onde ficou conhecido por seu estilo de vida simples, assistência assídua aos pobres e sobriedade em tudo. 
A Primeira Prisão
Em 1833, após a celebração da Missa, Santo André Dung-Lac foi preso pela primeira vez pelos guardas imperiais. Ao ser resgatado, mediante o pagamento de uma alta soma de dinheiro, arrecadado pelos fiéis, decidiu mudar seu nome de Dung para Lac, para chamar menos atenção. Assim, arriscou evangelizar as populações das províncias mais perigosas de Hanói e Nam-Dihn.
O Chamado para o Martírio
No final de 1839, André foi preso, pela terceira vez, junto com seu irmão Pedro. Assim, começou a entender que era chamado para o martírio: o Senhor queria que ele banhasse, com seu próprio sangue, aquela terra atormentada. Por isso, pediu ao Bispo para não pagar por sua libertação. 
Páscoa
Durante a sua transferência para a prisão de Hanói, muitos fiéis se reuniram e choravam; mas ele encorajava a todos, recomendando que continuassem a viver segundo os ensinamentos da Igreja. Na nova prisão, os dois irmãos sacerdotes foram obrigados a retratar-se e pisar na cruz. Como resposta, ajoelharam-se e a beijaram. Logo, para eles, a sentença não podia ser outra que a pena de morte: ambos foram justiçados com a decapitação, em dia 21 de dezembro, na periferia da cidade, no portão de Cau-Giay.
A Via de Santificação dos Mártires no Vietnã
Editais contra os Cristãos
De 1645 a 1886, os editais contra os cristãos, no Vietnã, foram 53, causando a morte de 113 mil fiéis. Diante da firmeza da sua fé, a monarquia vietnamita determinou a sua dispersão e confisco dos bens. 
Grupos Beatificados
O primeiro grupo de 64 mártires foi beatificado por Leão XIII, em 1900; depois, Pio X beatificou outros três grupos, entre os quais alguns Dominicanos: dois em 1906 e o outro em 1909. Por fim, Pio XII beatificou o quinto grupo em 1951. Com um Decreto, datado de 1986, a Igreja reuniu todos estes grupos distintos em um único, composto de 117 mártires – entre sacerdotes, religiosos e leigos – que foram canonizados por São João Paulo II, em 1990. 
O Líder do Grupo: André Dung- Lac
O líder deste grande grupo foi Santo André Dung-Lac, que, provavelmente, era o mais conhecido. Entre os 117 mártires, 96 eram de nacionalidade vietnamita, 11 espanhóis da Ordem dos Pregadores e 10 franceses da Sociedade de Missões Estrangeiras de Paris.
A Comemoração de hoje nos faz refletir sobre a união em favor da fé
A Data
Essa data demonstra a grande força da união comunitária em favor da fé. O exemplo dos primeiros mártires estimulou os conseguintes a fazerem o mesmo entregando suas vidas em oferta de oblação, em testemunho de fidelidade a Jesus até a morte. Isso marca o trabalho catequético e a experiência religiosa desse grupo que não se preocupou com aquilo que passa, mas preferiu abraçar as coisas que não passam. Nota-se, então, até que ponto pode chegar uma comunidade de fé reunida em torno amor a Jesus, ela é capaz do martírio. 
Minha oração
“ Nossos companheiros mártires, rogamos a vossa fortaleza nos momentos mais intensos de tentação e apostasia da fé. Pedimos que nos preparem nesta vida para as moradas eternas onde viveremos felizes para sempre junto a Jesus. Amém.”
Santo André Dung-Lac e companheiros mártires, rogai por nós! 

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DOMINGO, DIA 23 DE NOVEMBRO DE 2025

Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo
Cor Litúrgica branca

Primeira leitura
2Sm 5,1-3
– Leitura do segundo livro de Samuel: Naqueles dias, 1todas as tribos de Israel vieram encontrar-se com Davi em Hebron e disseram-lhe: “Aqui estamos. Somos teus ossos e tua carne. 2Tempos atrás, quando Saul era nosso rei, eras tu que dirigias os negócios de Israel. E o Senhor te disse: ‘Tu apascentarás o meu povo Israel e serás o seu chefe’”. 3Vieram, pois, todos os anciãos de Israel até o rei em Hebron. O rei Davi fez com eles uma aliança em Hebron, na presença do Senhor, e eles o ungiram rei de Israel.
– Palavra do Senhor. 
– Graças a Deus. 

Salmo Responsorial: Sl 122,1-2.4-5 (R: 1)
– Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do Senhor!
R: Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do Senhor!

– Que alegria, quando ouvi que me disseram: “Vamos à casa do Senhor!” E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas.
R: Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do Senhor!

– Para lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor. Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi. 
R: Quanta alegria e felicidade: vamos à casa do Senhor!

Segunda leitura
Cl 1,12-20
– Leitura da carta de São Paulo aos Colossenses: Irmãos: 12Com alegria dai graças ao Pai, que vos tornou capazes de participar da luz, que é a herança dos santos. 13Ele nos libertou do poder das trevas e nos recebeu no reino de seu Filho amado, 14por quem temos a redenção, o perdão dos pecados. 15Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, 16pois por causa dele foram criadas todas as coisas no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e dominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele. 17Ele existe antes de todas as coisas e todas têm nele a sua consistência. 18Ele é a Cabeça do Corpo, isto é, da Igreja. Ele é o princípio, o Primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia, 19porque Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude 20e por ele reconciliar consigo todos os seres, os que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz.
– Palavra do Senhor. 
– Graças a Deus. 

Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– É bendito aquele que vem vindo, que vem vindo em nome do Senhor; e o Reino que vem seja bendito, ao que vem e a seu Reino, o louvor! (Mc 11,9s)
Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 23,35-43. 
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 35os chefes zombavam de Jesus dizendo: “A outros ele salvou. Salve-se a si mesmo, se, de fato, é o Cristo de Deus, o Escolhido!”
36Os soldados também caçoavam dele; aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, 37e diziam: “Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!” 38Acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos Judeus”. 39Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!” 40Mas o outro o repreendeu, dizendo: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma condenação? 41Para nós, é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal”. 42E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. 43Jesus lhe respondeu: “Em verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no Paraíso”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
São Clemente I, o quarto Papa da Igreja Católica

Origens
São Clemente I é o terceiro sucessor de São Pedro como Bispo de Roma, depois de Lino e Anacleto. São Paulo o nomeia na Carta aos Filipenses: “Peço-vos que auxilieis também aqueles que, como Clemente e outros, comigo labutaram pelo Evangelho, cujos nomes estão escritos no livro da vida”. Com muito empenho, São Clemente regeu a Igreja de Roma dos anos 88 até 97.
Pontificado
São Clemente é conhecido na história da Igreja por uma Carta que se sobressai em seu pontificado. Trata-se de um documento de primeira grandeza, fundamental a favor do primado universal do Bispo de Roma: a Carta aos Coríntios. No texto, escrito no ano de 96, Clemente lamenta as adversidades que aconteceram devido à perseguição dos imperadores Domiciano e Nero.
Carta de Orientação e Pacificação
Perturbada por agitadores presumidos e invejosos, a comunidade cristã de Corinto ameaçava desagregação e ruptura. Com a missão de pacificar a comunidade, São Clemente escreve-lhe uma extensa carta de orientação e pacificação, repassada de energia persuasiva, recomendando humildade, paz e obediência à hierarquia eclesiástica já então definida nos seus diversos graus: Bispos, Presbíteros e Diáconos.
São Clemente I, pacificador e autoridade sobre as outras Igrejas
Viveu no mesmo tempo do Apóstolo São João
Sua intervenção mostra que São Clemente I, para além de Bispo de Roma, sentia-se responsável e com autoridade sobre as outras Igrejas. E saliente-se que, nessa altura, vivia ainda o Apóstolo São João, o que nos permite concluir que o Primado não foi de modo algum uma ideia meramente nascida de circunstâncias favoráveis, mas uma convicção clara logo desde o início. Se assim não fosse, nunca São Clemente teria ousado meter-se onde, por hipótese, não era chamado.
João, como Apóstolo de Cristo, era sem dúvida uma figura venerável. Mas era ao Bispo de Roma, como sucessor de São Pedro, que competia o governo da cristandade.
Páscoa
Uma tradição que remonta ao fim do século IV, afirma que São Clemente terminou sua vida com o martírio. Seu nome ficou incluído no Cânon Romano da Missa.
Minha oração
“Testemunha fiel de Cristo, desde os inícios perpetuaste a fé dando a tua própria vida, seja nosso auxílio nas crises espirituais e padroeiro da nossa evangelização e manutenção da fé de nossos irmãos e irmãs. Amém.”
São Clemente I, rogai por nós!

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SÁBADO, DIA 22 DE NOVEMBRO DE 2025

SANTA CECÍLIA, VIRGEM E MÁRTIR
Cor Litúrgica vermelha

Primeira leitura
— 1Mc 6, 1-13
Leitura do Primeiro Livro dos Macabeus
Naqueles dias, 1o rei Antíoco estava percorrendo as províncias mais altas do seu império, quando ouviu dizer que Elimaida, na Pérsia, era uma cidade célebre por suas riquezas, sua prata e ouro, 2e que seu templo era fabulosamente rico, contendo véus tecidos de ouro e couraças e armas ali deixadas por Alexandre, filho de Filipe, rei da Macedônia, que fora o primeiro a reinar entre os gregos.
3Antíoco marchou para lá e tentou apoderar-se da cidade, para saqueá-la, mas não o conseguiu, pois seus habitantes haviam tomado conhecimento do seu plano 4e levantaram-se em guerra contra ele. Obrigado a fugir, Antíoco afastou-se acabrunhado, e voltou para a Babilônia. 5Estava ainda na Pérsia, quando vieram comunicar-lhe a derrota das tropas enviadas contra a Judeia. 6O próprio Lísias, tendo sido o primeiro a partir de lá à frente de poderoso exército, tinha sido posto em fuga. E os judeus tinham-se reforçado em armas e soldados, graças aos abundantes despojos que tomaram dos exércitos vencidos. 7Além disso, tinham derrubado a Abominação, que ele havia construído sobre o altar de Jerusalém. E tinham cercado o templo com altos muros, e ainda fortificado Betsur, uma das cidades do rei. 8Ouvindo as notícias, o rei ficou espantado e muito agitado. Caiu de cama e adoeceu de tristeza, pois as coisas não tinham acontecido segundo o que ele esperava. 9Ficou assim por muitos dias, recaindo sempre de novo numa profunda melancolia, e sentiu que ia morrer. 10Chamou então todos os amigos e disse: “O sono fugiu de meus olhos, e meu coração desfalece de angústia. 11Eu disse a mim mesmo: A que grau de aflição cheguei e em que ondas enormes me debato! Eu, que era tão feliz e amado, quando era poderoso! 12Lembro-me agora das iniquidades que pratiquei em Jerusalém. Apoderei-me de todos os objetos de prata e ouro que lá se encontravam, e mandei exterminar sem motivo os habitantes de Judá. 13Reconheço que é por causa disso que estas desgraças me atingiram, e com profunda angústia vou morrer em terra estrangeira”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Salmo Responsorial — Sl 9A(9), 2-3. 4 e 6. 16b e 19 (R. cf. 15a)

℟. Cantarei de alegria, ó Senhor, pois me livrastes!

— Senhor, de coração vos darei graças, as vossas maravilhas cantarei! Em vós exultarei de alegria, cantarei ao vosso nome, Deus Altíssimo! ℟.

℟. Cantarei de alegria, ó Senhor, pois me livrastes!

— Voltaram para trás meus inimigos, perante vossa face pereceram. Repreendestes as nações, e os maus perdestes, apagastes o seu nome para sempre. ℟.

℟. Cantarei de alegria, ó Senhor, pois me livrastes!

— Os maus caíram no buraco que cavaram, nos próprios laços foram presos os seus pés. Mas o pobre não será sempre esquecido, nem é vã a esperança dos humildes. ℟.

℟. Cantarei de alegria, ó Senhor, pois me livrastes!

℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Jesus Cristo Salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo Evangelho a luz e a vida imperecíveis. (Cf. 2Tm 1, 10) ℟.
Evangelho — Lc 20, 27-40
O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas 
℟. Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 27aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, que negam a ressurreição, 28e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ʽse alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmãoʼ. 29Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. 30Também o segundo 31e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. 32Por fim, morreu também a mulher. 33Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela”.
34Jesus respondeu aos saduceus: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, 35mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; 36e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram.
37Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’. 38Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. 39Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: “Mestre, tu falaste muito bem”. 40E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

SANTO DO DIA
Santa Cecília (Memória)

Local: Roma, Itália
Data: 22 de Novembro

Cecília é uma das sete mulheres mártires de quem se faz menção no Cânon romano, e uma das santas mais veneradas durante a Idade Média. Pertence ao seleto grupo das virgens mártires romanas. Contudo, não sabemos nada historicamente comprovado sobre ela, sequer sobre sua existência. Uma Santa Cecília certamente terá existido. Tudo, porém, que se conta desta mártir chegou a nós através da “Paixão de Santa Cecília”, que narra o seu martírio. Esta passio, porém, data do fim do século V.

As primeiras notícias sobre Cecília dizem que ela pertencia à nobreza romana, como o atesta o nome dos Cecílios. Ela havia consagrado sua virgindade perpetuamente ao Senhor. Sem seu conhecimento fora prometida em casamento pelos pais a um jovem pagão chamado Valeriano. No mesmo dia das núpcias ela declarou ao noivo ainda pagão que um anjo guardava sua virgindade consagrada. O rapaz quis ver o anjo para crer. Ela lhe prometeu que o mostraria, contanto que ele se fizesse cristão como ela. Um sacerdote o instruiu e o batizou. Depois disso ele viu realmente o anjo protetor ao lado de Cecília. Narra ainda que pouco depois Valeriano com Tibúrcio, seu irmão, foram martirizados por se declararem cristãos. Deve tratar-se de uma história romanceada em favor da virgindade e não de relato histórico. Uns meses mais tarde, Cecília teria sido condenada à morte num quarto de banho superaquecido. Como seu corpo foi encontrado ainda vivo, um golpe de espada teria dado fim àquela existência. O papa Urbano teria mandado recolher seu corpo e depositá-lo nas catacumbas de São Calisto, perto da cripta dos papas. Mais tarde, teria sido transportada para a basílica dedicada a Santa Cecília, construída sobre a antiga casa dos Cecílios. Antes do aparecimento de tal narrativa, não se tem nenhuma notícia do culto litúrgico à virgem mártir Cecília.

Aliás, a partir da basílica dedicada a Santa Cecília, há outras interpretações do surgimento e da existência da santa. Era costume que nobres romanos cristãos ou esposos de matronas cristãs cedessem suas casas para o culto dos cristãos. Assim também o fez um tal Cecílio. Com a liberdade da Igreja, os cristãos de Roma construíram igrejas no lugar das casas que tinham sido “casas da Igreja”: casa de Clemente, casa de Pudêncio, casa de Cecílio. Ao mesmo tempo, começou-se a construir igrejas sobre o túmulo dos mártires. Onde não havia lugar de martírio, eram colocadas relíquias de mártires sob o altar. Assim pode ter acontecido com a Casa ou Igreja de Cecílio. Ela se tornou Ecclesia caeciliana e, por que não, “Ecclesia Sanctae Caeciliae”. Também nesta interpretação, como no caso de São Cristóvão (o carregador de Cristo), não se perde nada do mistério celebrado. Todo cristão que dá testemunho de Cristo eleva a Deus um canto novo diante do trono e do Cordeiro (cf. Ap 14, 3-4).

Mais tardia é a interpretação de seu papel de inspiradora e patrona da música e do canto sagrado. A passio conta que no dia do seu casamento, ouvindo os sons dos instrumentos musicais, Cecília cantava a Deus em seu coração. Os artistas da Renascença representam Santa Cecília com um instrumento musical nas mãos; e músicos e cantores a celebram como sua protetora. Isto parece basear-se na falsa interpretação de uma frase do seu antigo oficio litúrgico.

Hoje, os textos da Missa de Santa Cecília não fazem mais alusão ao aspecto de Santa Cecília ligada à música e ao canto. A Oração coleta, bastante sóbria e genérica, diz: Ó Deus, sede favorável às nossas súplicas e dignai-vos atender as nossas preces pela intercessão de Santa Cecília. Não considera, pois, qualquer aspecto lendário de sua vida.

Na leitura patrística, comentando o SI 32, Santo Agostinho desenvolve o tema: Cantai a Deus com arte e com júbilo. O responsório traduz em belo louvor a reflexão de Santo Agostinho: Vosso louvor é transbordante de meus lábios, cantam eles vossa glória o dia inteiro. A alegria cantará sobre meus lábios e minha alma libertada exultará. Em vós exultarei de alegria, cantarei ao vosso nome, Deus Altíssimo.

Este cântico novo é próprio de todos os mártires e dos cristãos em geral. Que, a exemplo dos mártires, possamos transformar nossa vida num cântico novo ao Esposo e ao Cordeiro.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Santa Cecília, rogai por nós!

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QUINTA-FEIRA, DIA 20 DE NOVEMBRO DE 2025

XXXIII semana do tempo comum
Cor Litúrgica verde

Primeira leitura
1Mc 2,15-29
– Leitura do primeiro livro dos Macabeus: Naqueles dias, 15os delegados do rei Antíoco, encarregados de obrigar os judeus à apostasia, chegaram à cidade de Modin para organizar os sacrifícios. 16Muitos israelitas aproximaram-se deles, mas Matatias e seus filhos ficaram juntos, à parte. 17Tomando a palavra, os delegados do rei dirigiram-se a Matatias, dizendo: “Tu és um chefe de fama e prestígio na cidade, apoiado por filhos e irmãos. 18Sê o primeiro a aproximar-te e executa a ordem do rei, como fizeram todas as nações, os homens de Judá e os que ficaram em Jerusalém. Tu e teus filhos sereis contados entre os amigos do rei. E sereis honrados, tu e teus filhos, com prata e ouro e numerosos presentes”. 19Com voz forte, Matatias respondeu: “Ainda que todas as nações, incorporadas no império do rei, passem a obedecer-lhe, abandonando a religião de seus antepassados e submetendo-se aos decretos reais, 20eu, meus filhos e meus irmãos, continuaremos seguindo a aliança de nossos pais. 21Deus nos guarde de abandonar sua Lei e seus mandamentos. 22Não atenderemos às ordens do rei e não nos desviaremos de nossa religião nem para a direita nem para a esquerda”. 23Mal ele concluiu estas palavras, um judeu adiantou-se à vista de todos para oferecer um sacrifício no altar de Modin segundo a determinação do rei. 24Ao ver isso, Matatias inflamou-se de zelo e ficou profundamente indignado. Tomado de justa cólera, precipitou-se sobre o homem e matou-o sobre o altar. 25Matou também o delegado do rei, que queria obrigar a sacrificar e destruiu o altar. 26Ardia em zelo pela Lei, como Finéias havia feito com Zambri, filho de Salu. 27E Matatias saiu gritando em alta voz pela cidade: “Quem tiver amor pela Lei e quiser conservar a aliança venha e siga-me!” 28Então fugiram, ele e seus filhos, para as montanhas, abandonando tudo o que possuíam na cidade. 29Também muitos, seguidores da justiça e do direito, desceram para o deserto e ali se estabeleceram.
– Palavra do Senhor. 
– Graças a Deus. 

Salmo Responsorial: Sl 50,1-2.5-6.14-15 (R: 23b)
– A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
R: A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

– Falou o Senhor Deus, chamou a terra, do sol nascente ao sol poente a convocou. De Sião, beleza plena, Deus refulge.
R: A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

– “Reuni à minha frente os meus eleitos, que selaram a Aliança em sacrifícios!” Testemunha o próprio céu seu julgamento, porque Deus mesmo é juiz e vai julgar.
R: A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

– Imola a Deus um sacrifício de louvor e cumpre os votos que fizeste ao Altíssimo. “Invoca-me no dia da angústia, e então te livrarei e hás de louvar-me”.
R: A todos que procedem retamente, eu mostrarei a salvação que vem de Deus.

Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8).
Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 19,41-44 
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, 41quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: 42“Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, isso está escondido aos teus olhos! 43Dias virão em que os inimigos farão trincheiras contra ti e te cercarão de todos os lados. 44Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não deixarão em ti pedra sobre pedra. Porque tu não reconheceste o tempo em que foste visitada”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Santos Otávio, Solutor e Aventor

Local: Turim, Itália
Data: 20 de Novembro † s. IV
No Martirológio Romano, na data de 20 de novembro, lemos: “São festejados em Turim os santos mártires Otávio, Solutor e Aventor, soldados da legião tebana, os quais sob o imperador Maximiano, combatendo valorosamente, foram coroados pelo martírio”. O inciso “combatendo valorosamente” refere-se evidentemente à sua declaração de serem cristãos, e portanto à sua vontade de permanecerem fiéis à profissão de fé cristã, não obstante o clima de perseguição instaurado por Maximiano, o feroz colega do imperador Diocleciano. Não conhecemos porém com certeza em quais circunstâncias Otávio, Solutor e Aventor foram coroados com o martírio.
A própria informação de que eram soldados da legião tebana funda-se, na realidade, em uma paixão bastante tardia. Foi de fato entre 432-450 que foi redigida a paixão de são Maurício e companheiros, da qual depende a de Otávio, Solutor e Aventor. Parece até que fosse costume bastante difundido naquela época considerar membros da legião tebana os mártires de sexo masculino dos quais se ignorasse tudo ou quase tudo. Dos nossos três santos, a paixão do século V narrava que tinham conseguido escapar do massacre geral de Agaunum, porém, a fuga teria sido descoberta e foram imediatamente seguidos.
A caçada terminou nas proximidades de Turim: Aventor e Otávio, alcançados, foram trucidados no local. Solutor, talvez porque mais jovem e ferido levemente, conseguiu prosseguir na fuga. Chegando às margens de Dora Riparia, encontrou refúgio numa gruta de areia. Uma vez descoberto também foi decapitado bem no meio de um pântano. Uma piedosa cristã e matrona romana, Juliana, conseguiu recuperar o seu corpo, como já havia recuperado os corpos de Aventor e Otávio. Sepultados nas vizinhanças de Turim, construiu sobre os sepulcros uma das células oratórias, isto é, uma capelinha que mais tarde foi ampliada em basílica pelo bispo Vítor, no fim do século V.
Mais tarde o bispo Gesão renovou a basílica e incorporou-a ao mosteiro beneditino dedicado a são Solutor e que teve como primeiro abade certo Romano, a quem sucedeu são Goslino (ou Goselino). Quando os franceses ordenaram a demolição do mosteiro em 1536, os corpos dos três mártires foram transferidos para a Consolata e finalmente em 1575 foi levantada a igreja dos mártires, que ainda hoje hospeda suas relíquias.
Referência:
SGARBOSSA, Mario; GIOVANNI, Luigi. Um santo para cada dia. São Paulo: Paulus, 1983. 397 p. Tradução de: Onofre Ribeiro. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
Santos Otávio, Solutor e Aventor, rogai por nós!

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QUARTA-FEIRA, DIA 19 DE NOVEMBRO DE 2025

Santos. Roque González, Afonso Rodríguez e João del Castillo, Presbíteros e Mártires, Memória
Cor Litúrgica vermelha

Primeira leitura
— 2Mc 7, 1. 20-31
Leitura do Segundo Livro dos Macabeus
Naqueles dias, 1aconteceu que foram presos sete irmãos, com sua mãe, aos quais o rei, por meio de golpes de chicote e de nervos de boi, quis obrigar a comer carne de porco, que lhes era proibida. 20Mas especialmente admirável e digna de abençoada memória foi a mãe, que, num só dia, viu morrer sete filhos, e tudo suportou valorosamente por causa da esperança que depositou no Senhor. 21Cheia de nobres sentimentos, ela exortava a cada um na língua de seus pais e, revestindo de coragem varonil sua alma de mulher, dizia-lhes: 22“Não sei como aparecestes em minhas entranhas: não fui eu quem vos deu o espírito e a vida nem fui eu quem organizou os elementos dos vossos corpos.
23Por isso, o Criador do mundo, que formou o homem na sua origem e preside à geração de todas as coisas, ele mesmo, na sua misericórdia, vos dará de novo o espírito e a vida, pois agora vos desprezais a vós mesmos, por amor às suas leis”. 24Antíoco julgou que ela o desprezasse e suspeitou que o estivesse insultando. Como o mais novo dos irmãos ainda estivesse vivo, o rei tentava persuadi-lo. E não só com palavras, mas também com juramento, prometeu fazê-lo rico e feliz, além de torná-lo seu amigo e confiar-lhe altas funções, contanto que abandonasse as leis de seus antepassados.
25Vendo que o jovem não lhe prestava nenhuma atenção, o rei chamou a mãe e exortou-a a dar conselhos ao rapaz, para que salvasse a sua vida. 26Como ele insistisse com muitas palavras, ela concordou em persuadir o filho. 27Inclinou-se então para ele e, zombando do cruel tirano, assim falou na língua de seus pais: “Filho, tem compaixão de mim, que te trouxe nove meses em meu seio e por três anos te amamentei; que te criei e eduquei até a idade que tens, sempre cuidando do teu sustento. 28Eu te peço, meu filho: contempla o céu e a terra e observa tudo o que neles existe. Reconhece que não foi de coisas existentes que Deus os fez, e que também o gênero humano surgiu da mesma forma. 29Não tenhas medo desse carrasco. Pelo contrário, sê digno de teus irmãos e aceita a morte, a fim de que eu torne a receber-te com eles no tempo da misericórdia”.
30Mal tinha ela acabado de falar, o jovem declarou: “Que esperais? Não obedecerei às ordens do rei, mas aos mandamentos da Lei dada aos nossos pais por Moisés. 31E tu, que inventaste toda espécie de maldades contra os hebreus, não escaparás às mãos de Deus”.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

Salmo Responsorial — Sl 16(17), 1. 5-6. 8b. 15 (R. 15b)

℟. Ao despertar me saciará vossa presença, ó Senhor!

— Ó Senhor, ouvi a minha justa causa, escutai-me e atendei o meu clamor! Inclinai o vosso ouvido à minha prece, pois não existe falsidade nos meus lábios! ℟.

℟. Ao despertar me saciará vossa presença, ó Senhor!

— Os meus passos eu firmei na vossa estrada, e por isso os meus pés não vacilaram. Eu vos chamo, ó meu Deus, porque me ouvis, inclinai o vosso ouvido e escutai-me! ℟.

℟. Ao despertar me saciará vossa presença, ó Senhor!

— Protegei-me qual dos olhos a pupila e guardai-me, à proteção de vossas asas. E verei, justificado, a vossa face e ao despertar me saciará vossa presença. ℟.

℟. Ao despertar me saciará vossa presença, ó Senhor!

℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Eu vos escolhi a fim de que deis, no meio do mundo, um fruto que dure. (Cf. Jo 15, 16) ℟.
Evangelho — Lc 19, 11-28

℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.

℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas 
℟. Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 11Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo. 12Então Jesus disse:
“Um homem nobre partiu para um país distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. 13Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata a cada um, e disse: ‘Procurai negociar até que eu volte’.
14Seus concidadãos, porém, o odiavam, e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: ‘Nós não queremos que esse homem reine sobre nós’. 15Mas o homem foi coroado rei e voltou. Mandou chamar os empregados, aos quais havia dado o dinheiro, a fim de saber quanto cada um havia lucrado. 16O primeiro chegou e disse: ‘Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais’. 17O homem disse: ‘Muito bem, servo bom. Como foste fiel em coisas pequenas, recebe o governo de dez cidades’.
18O segundo chegou e disse: ‘Senhor, as cem moedas renderam cinco vezes mais’. 19O homem disse também a este: ‘Recebe tu também o governo de cinco cidades’. 20Chegou o outro empregado e disse: ‘Senhor, aqui estão as tuas cem moedas que guardei num lenço, 21pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo. Recebes o que não deste e colhes o que não semeaste’. 22O homem disse: ‘Servo mau, eu te julgo pela tua própria boca. Tu sabias que eu sou um homem severo, que recebo o que não dei e colho o que não semeei. 23Então, por que tu não depositaste meu dinheiro no banco? Ao chegar, eu o retiraria com juros’. 24Depois disse aos que estavam aí presentes: ‘Tirai dele as cem moedas e dai-as àquele que tem mil’. 25Os presentes disseram: ‘Senhor, esse já tem mil moedas!’ 26Ele respondeu: ‘Eu vos digo: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda; mas àquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem. 27E quanto a esses inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e matai-os na minha frente’”. 28Jesus caminhava à frente dos discípulos, subindo para Jerusalém.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

SANTO DO DIA
São Roque González, Santo Afonso Rodriguez e São João del Castillo (Memória)

Local: Rio Grande do Sul, Brasil
Data: 19 de Novembro † 1628

Estamos diante de três missionários mártires jesuítas das terras do Paraguai, que foram martirizados em terras que hoje constituem o Rio Grande do Sul no Brasil. Os três mártires apresentam um percurso de vida um tanto diverso.

Roque González de Santa Cruz, filho de espanhóis, nasceu em Assunção do Paraguai em 1576. Fez seus estudos no colégio que os padres jesuítas, recém-chegados ao Paraguai, abriram em Assunção. Do colégio, Roque passou para os estudos em preparação ao sacerdócio. Foi ordenado padre com apenas 22 anos. Apenas ordenado, Roque recebeu sua primeira destinação junto aos índios ao norte de Assunção. Regressando por ordem superior para Assunção, o padre Roque foi nomeado cura da catedral, onde deu mostras de ser um sacerdote virtuoso, dedicado e prudente. Ficou pouco tempo neste cargo. Desejava dedicar-se unicamente à evangelização dos índios numa vida protegida por uma disciplina religiosa. Por isso decidiu entrar para a Companhia de Jesus, onde foi aceito aos 38 anos. Participou por algum tempo com o padre Vicente Griffi da tarefa de pacificação dos índios Guaicurus do Chaco. Uma das primeiras atividades que padre Roque teve que aprender foi a da lavoura, a fim de poder ser mestre dos índios. Pe. Roque foi visto, então, a manejar os bois, o arado, lavrar a terra, ensinando tudo isso aos índios.

Pouco mais tarde, o padre Roque foi destinado à missão de Santo Inácio, em Guaçu, a fim de iniciar sua primeira experiência em reduzir os índios guaranis do estado seminômade a viverem juntos em aldeia, a fim de encontrarem melhores condições de vida pelo cultivo comunitário da terra e de se subtraírem à fácil exploração dos colonizadores espanhóis. Fundou, em seguida, as reduções de Conceição do Uruguai, de Porto Xavier e, penetrando em solo gaúcho, fundou São Nicolau, que foi o centro administrativo das reduções.

Seu grande zelo levou-o a penetrar mais em terra gaúcha. Subindo o rio Ibicui, chegou até perto de Santa Maria, na localidade de São Martinho. Voltou novamente à região de São Nicolau, dando início à redução de Caaró. Ali foi surpreendido pelo martírio no dia 15 de novembro. Construída uma capela, estava levantando um pequeno campanário, quando índios emissários do pajé Nheçu descarregaram traiçoeiramente potentes golpes de clavas de pedra na cabeça do santo missionário. A poucos passos estava o padre Afonso Rodríguez, espanhol, que foi imediatamente atacado pelos índios e dilacerado em todo o corpo. O mesmo fim violento levou o terceiro missionário, o padre João del Castillo, também espanhol, morto na Missão de São Nicolau.

São Roque González com seus companheiros durante quase vinte anos procurou civilizar os habitantes das florestas daquelas regiões, agrupando-os nas “Reduções” e instruindo-os na fé e nos costumes cristãos. Infelizmente, na mentalidade do tempo, civilizar era o mesmo que impor-lhes a cultura e as tradições europeias. As reduções guaranis certamente foram modelos arrojados de evangelização e aculturação dos índios. Claro que não se resolveu o problema de uma evangelização inculturada. Os índios, na realidade, eram erradicados de suas culturas e tradições sociais e religiosas. A partir disso, compreendem-se suas violentas reações contra os próprios missionários.

Estes três sacerdotes jesuítas, martirizados na região do rio da Prata, foram beatificados por Pio XI em 1937 e canonizados pelo papa João Paulo II, quando da sua visita apostólica no Paraguai, no dia 16 de maio de 1988, em Assunção,

As orações da Missa são bastante genéricas. Realça-se o sangue dos mártires, semente de novos cristãos e os missionários portadores de justiça e de paz. Nesta comemoração convém realçar e celebrar também a imensa obra missionária dos jesuítas pelo mundo inteiro, a começar por São Francisco Xavier. Eis a Oração coleta: Senhor, que a vossa palavra cresça nas terras onde os vossos mártires a semearam e seja multiplicada em frutos de justiça e de paz.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

São Roque González, Santo Afonso Rodriguez e São João del Castillo, rogai por nós!

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TERÇA-FEIRA, DIA 18 DE NOVEMBRO DE 2025

XXXIII SEMANA DO TEMPO COMUM
Cor Litúrgica branca

Primeira leitura
2Mc 6,18-31
Leitura do Segundo Livro dos Macabeus 6,18-31
18 Eleazar era um dos principais doutores da Lei, homem de idade avançada e de venerável aparência. Quiseram obrigá-lo a comer carne de porco, abrindo à força sua boca.
19 Mas ele, preferindo morrer gloriosamente a viver desonrado, caminhou espontaneamente para a tortura da roda,
20 depois de ter cuspido o que lhe haviam posto na boca. Assim deveriam proceder os que têm a coragem de recusar aquilo que nem para salvar a vida é lícito comer.
21 Os encarregados desse ímpio banquete ritual, que conheciam Eleazar desde muito tempo, chamaram-no à parte e insistiram para que mandasse trazer carnes cujo uso lhes era permitido e que ele mesmo tivesse preparado, apenas fingisse comer carnes provenientes do sacrifício, conforme o rei ordenara.
22 Agindo assim evitaria a morte, aproveitando esta oportunidade que lhe davam em consideração à velha amizade.
23 Mas ele tomou uma nobre resolução digna da sua idade, digna do prestígio de sua velhice, dos seus cabelos embranquecidos com honra, e da vida sem mancha que levara desde a infância. Uma resolução digna, sobretudo, da santa legislação instituída pelo próprio Deus. E respondeu coerentemente, dizendo que o mandassem logo para a mansão dos mortos.
24 E acrescentou: “Usar desse fingimento seria indigno da nossa idade. Muitos jovens ficariam convencidos de que Eleazar, aos noventa anos, adotou as normas de vida dos estrangeiros;
25 seriam enganados por mim, por causa do fingimento que eu usaria para salvar um breve resto de vida. De minha parte, eu atrairia sobre minha velhice a vergonha e a desonra.
26 E ainda que escapasse por um momento ao castigo dos homens, eu não poderia, nem vivo nem morto, fugir das mãos do Todo-poderoso.
27 Se, pelo contrário, eu agora renunciar corajosamente a esta vida, vou mostrar-me digno de minha velhice,
28 e deixarei aos jovens o nobre exemplo de como se deve morrer, com entusiasmo e generosidade, pelas veneráveis e santas leis”. Ditas estas palavras, caminhou logo para o suplício.
29 Os que o conduziam, transformaram em brutalidade a benevolência manifestada pouco antes. E consideraram loucas as palavras que ele acabara de dizer.
30 Eleazar, porém, estando para morrer sob os golpes, disse ainda entre gemidos: “O Senhor, em sua santa sabedoria, vê muito bem que eu, podendo escapar da morte, suporto em meu corpo as dores cruéis provocadas pelos açoites, mas em minha alma suporto-as com alegria, por causa do temor que lhe tenho”.
31 Assim Eleazar partiu desta vida. Com sua morte deixou um exemplo de coragem e um modelo inesquecível de virtude, não só para os jovens, mas também para toda a nação.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Salmo responsorial
Sl 3,2-3.4-5.6-7 (R. 6b)

R. É o Senhor quem me sustenta e me protege!

2 Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam; * quanta gente se levanta contra mim!
3 Muitos dizem, comentando a meu respeito: * “Ele não acha a salvação junto de Deus!”  

R. É o Senhor quem me sustenta e me protege!

4 Mas sois vós o meu escudo protetor, * a minha glória que levanta minha cabeça!
5 Quando eu chamei em alta voz pelo Senhor, * do Monte santo ele me ouviu e respondeu.  

R. É o Senhor quem me sustenta e me protege!

6 Eu me deito e adormeço bem tranquilo; * acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento.
7 Não terei medo de milhares que me cerquem † e furiosos se levantem contra mim. * Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!  

R. É o Senhor quem me sustenta e me protege!

Aclamação ao Evangelho
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Por amor, Deus enviou-nos o seu Filho,
    como vítima por nossas transgressões.

Evangelho
Lc 19,1-10
O Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.
– O Senhor esteja convosco;
– Ele está no meio de nós;
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 19,1-10
– Glória a Vós, Senhor.
  Naquele tempo,
1 Jesus tinha entrado em Jericó e estava atravessando a cidade.
2 Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos e muito rico.
3 Zaqueu procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia, por causa da multidão, pois era muito baixo.
4 Então ele correu à frente e subiu numa figueira para ver Jesus, que devia passar por ali.
5 Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa!  Hoje eu devo ficar na tua casa”.
6 Ele desceu depressa,  e recebeu Jesus com alegria.
7 Ao ver isso, todos começaram a murmurar,  dizendo: “Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!”
8 Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: “Senhor, eu dou a metade dos meus bens aos pobres, e se defraudei  alguém, vou devolver quatro vezes mais”.
9 Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão.
10 Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido”.
– Palavra da Salvação.
– Glória a Vós, Senhor.

SANTO DO DIA
Dedicação das Basílicas de São Pedro e de São Paulo

Local: Roma, Itália
Data: 18 de Novembro † 1626, 1854

Nas comemorações de dedicação de igrejas sempre se comemora o mistério da Igreja formada de pedras vivas, os cristãos, que, por sua vez, formam o templo de Deus.

As quatro basílicas papais de Roma possuem comemorações de aniversário de dedicação. A dedicação de São João do Latrão é comemorada em nível de festa no Rito romano universal. A Basílica de Santa Maria Maior ou Nossa Senhora das Neves a 5 de agosto, em nível de memória facultativa. A 18 de novembro celebra-se em nível de memória facultativa a dedicação das Basílicas de São Pedro e de São Paulo.

Já no século XII se celebrava, na Basílica vaticana de São Pedro e na de São Paulo na Via Ostiense, o aniversário das respectivas dedicações, basílicas mandadas construir pelos papas Silvestre e Siríaco no século IV. Esta comemoração estendeu-se, posteriormente, a todas as Igrejas do rito romano.

Assim como no aniversário da Basílica de Santa Maria Maior se celebra a Maternidade da Santíssima Virgem Mãe de Deus, assim neste dia se veneram os dois príncipes dos Apóstolos de Jesus Cristo. Meta de incessante romaria através dos séculos, estas basílicas são sinal de unidade e da apostolicidade da Igreja de Roma.

Com esta comemoração estamos como que diante de uma terceira festa de São Pedro e de São Paulo apresentados na leitura patrística por Leão Magno como germes e patronos da Igreja de Roma. Todos os textos expressam esta dupla dimensão: São Pedro e São Paulo, as colunas da Igreja, sinais da unidade e da verdade e testemunhas e missionários da Igreja de Cristo. Se for feita a comemoração, é normal que se tomem também as leituras próprias.

A Oração coleta traduz bem o sentido da comemoração: Ó Deus, guardai sob a proteção dos Apóstolos Pedro e Paulo a vossa Igreja, que deles recebeu a primeira semente do Evangelho, e concedei que por eles receba até o fim dos tempos a graça que a faz crescer.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.
São Pedro e São Paulo, rogai por nós!

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SEGUNDA-FEIRA, DIA 17 DE NOVEMBRO DE 2025

Santa Isabel da Hungria – esposa e religiosa
Cor Litúrgica branca

Primeira leitura
1Mc 1,10-15.41-43.54-57.62-64
– Leitura do primeiro livro dos Macabeus: Naqueles dias, 10brotou uma raiz iníqua, Antíoco Epífanes, filho do rei Antíoco. Estivera em Roma, como refém, e subiu ao trono no ano cento e trinta e sete da era dos gregos. 11Naqueles dias, apareceram em Israel pessoas ímpias, que seduziram a muitos, dizendo: “Vamos fazer uma aliança com as nações vizinhas, pois, desde que nos isolamos delas, muitas desgraças nos aconteceram”. 12Estas palavras agradaram, 13e alguns do povo entusiasmaram-se e foram procurar o rei, que os autorizou a seguir os costumes pagãos. 14Edificaram em Jerusalém um ginásio, de acordo com as normas dos gentios. 15Aboliram o uso da circuncisão e renunciaram à aliança sagrada. Associaram-se com os pagãos e venderam-se para fazer o mal. 41Então o rei Antíoco publicou um decreto para todo o reino, ordenando que todos formassem um só povo, obrigando cada um a abandonar seus costumes particulares. 42Todos os pagãos acataram a ordem do rei 43e inclusive muitos israelitas adotaram sua religião, sacrificando aos ídolos e profanando o sábado. 54No dia quinze do mês de Casleu, no ano cento e quarenta e cinco, Antíoco fez erigir sobre o altar dos sacrifícios a Abominação da desolação. E pelas cidades circunvizinhas de Judá construíram altares. 55Queimavam incenso junto às portas das casas e nas ruas. 56Os livros da Lei, que lhes caíam nas mãos, eram atirados ao fogo, depois de rasgados. 57Em virtude do decreto real, era condenado à morte todo aquele em cuja casa fosse encontrado um livro da Aliança, assim como qualquer pessoa que continuasse a observar a Lei. 62Mas muitos israelitas resistiram e decidiram firmemente não comer alimentos impuros. 63Preferiram a morte a contaminar-se com aqueles alimentos. E, não querendo violar a aliança sagrada, esses foram trucidados. 64Uma cólera terrível se abateu sobre Israel.
– Palavra do Senhor. 
– Graças a Deus. 

Salmo Responsorial: Sl 119,53.61.134.155.158 (R: 88)
– Vivificai-me, ó Senhor, e guardarei vossa Aliança!
R: Vivificai-me, ó Senhor, e guardarei vossa Aliança!

– Apodera-se de mim a indignação, vendo que os ímpios abandonam vossa lei.
R: Vivificai-me, ó Senhor, e guardarei vossa Aliança!

– Mesmo que os ímpios me amarrem com seus laços, nem assim hei de esquecer a vossa lei.
R: Vivificai-me, ó Senhor, e guardarei vossa Aliança!

– Libertai-me da opressão e da calúnia, para que eu possa observar vossos preceitos!
R: Vivificai-me, ó Senhor, e guardarei vossa Aliança!

– Meus opressores se aproximam com maldade; como estão longe, ó Senhor, de vossa lei!
R: Vivificai-me, ó Senhor, e guardarei vossa Aliança!

– Como estão longe de salvar-se os pecadores, pois não procuram, ó Senhor, vossa vontade!
R: Vivificai-me, ó Senhor, e guardarei vossa Aliança!

– Quando vejo os renegados, sinto nojo, porque foram infiéis à vossa lei.
R: Vivificai-me, ó Senhor, e guardarei vossa Aliança!

Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida (Jo 8,12). 
Aleluia, aleluia, aleluia.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas: Lc 18,35-43 
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Lucas
– Glória a vós, Senhor!
– 35Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. 36Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo. 37Disseram-lhe que Jesus Nazareno estava passando por ali. 38Então o cego gritou: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” 39As pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse calado. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” 40Jesus parou e mandou que levassem o cego até ele. Quando o cego chegou perto, Jesus perguntou: 41“Que queres que eu faça por ti?” O cego respondeu: “Senhor, eu quero enxergar de novo”. 42Jesus disse: “Enxerga, pois, de novo. A tua fé te salvou”. 43No mesmo instante, o cego começou a ver de novo e se pôs a segui-lo, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo deu louvores a Deus.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Santa Isabel da Hungria, padroeira da Ordem Franciscana Secular

Origens
Santa Isabel da Hungria e da Turíngia era filha de André II da Hungria e da rainha Gertrudes de Andechs-Meran, descendente da família dos condes de Andechs-Meran. Do lado materno, era sobrinha de Santa Edwiges, tia das santas Cunegundes (Kinga) e Margarida da Hungria, e tia-avó de Santa Isabel de Portugal. Do lado paterno, prima de Santa Inês da Boêmia. 
Casamento com o Duque Luís da Turíngia
Casara-se com o Duque Luís da Turíngia, filho do Landgrave Hermano I e de Sofia da Bavária, soberano de um dos feudos mais ricos do Sacro Império Romano-Germânico. O noivado foi realizado no Castelo de Wartburg, em Eisenach, capital do Ducado da Turíngia. Isabel tinha apenas 4 anos e Luís 11.
Um exemplar matrimônio
Os dois príncipes tiveram três filhos e, realmente, apaixonaram-se e viveram uma grande e intensa história de amor. Tinham um matrimônio exemplar, que atraiu sobre Isabel os ciúmes de sua sogra, a duquesa Sofia, e demais parentes do esposo. 
Santa Isabel da Hungria: a Solidária Rainha 
A influência franciscana em sua vida
Foi fortemente influenciada pela espiritualidade franciscana, cuja ordem surgiu naquela época. Quis viver uma pobreza voluntária total. Contudo, foi desaconselhada pelo seu diretor espiritual, Conrado de Marburgo, que a aconselhou a viver as virtudes do seu estado.
As provisões para os pobres que se tornaram flores
Conta-se que, certa vez, quando levava algumas provisões para os pobres nas dobras de seu manto, encontrou-se com seu marido, que voltava da caça. Espantado por vê-la curvada ao peso de sua carga, ele abriu o manto que ela apertava contra o corpo e nada mais achou do que belas rosas vermelhas e brancas, embora não fosse época de flores. Dizendo-lhe que prosseguisse seu caminho, apanhou uma das rosas, que guardou pelo resto de sua vida.
A imagem de Cristo Crucificado
Em outra situação, avisado pela mãe de que a esposa havia acolhido um leproso sobre o próprio leito, Luís IV correu para lá, mas os olhos de sua alma se abriram, e ele contemplou uma imagem de Cristo Crucificado. Luís IV apoiava e auxiliava a amada esposa em suas grandes obras de caridade. Porém, tamanha prodigalidade para com os pobres irritava os seus cunhados, os príncipes Henrique e Conrado da Turíngia.
A morte do esposo
Ao partir para as cruzadas acompanhando o imperador Frederico II, Luís IV faleceu de peste em Otranto, o que causou enorme dor em Santa Isabel, que recebera a notícia da morte em outubro, após o nascimento da terceira filha, Gertrudes. Esta dor, entretanto, foi ainda acrescida de maiores agruras quando seus cunhados, livres do temor que nutriam pelo irmão mais velho, expulsaram-na do castelo com seus filhos, em pleno inverno, sem dinheiro e sem mantimentos, e ainda proibindo o povo de agasalhá-la e a seus filhos.
Entrada para a Ordem Terceira de São Francisco
O hábito
Resgatada mais tarde por sua tia Matilda, Abadessa do Convento Cisterciense de Ktizingen, Isabel preferiu confiar a seus parentes a educação dos três filhos – Hermano, Sofia e Gertrudes – e quis tomar o hábito da Ordem Terceira de São Francisco, junto de suas duas fiéis damas de companhia, Jutta e Isentrude.
O pedido de perdão a Santa Isabel
Seu confessor e Mestre, algum tempo depois, juntamente com os cavaleiros que tinham acompanhado o Duque da Turíngia à cruzada, corajosamente enfrentaram os Príncipes, irmãos do duque falecido, e exortaram-lhes a crueldade praticada contra a viúva de seu próprio irmão e contra seus sobrinhos. Os príncipes não resistiram às palavras dos cavaleiros e pediram perdão a Santa Isabel e a restauraram em seus bens e propriedades.
O hospital
Mestre Conrado de Marburgo a orientou numa vida de renúncia, não sem ele mesmo impor-lhe uma rígida e sufocante disciplina que precisou da intervenção dos amigos para ser abrandada. Ela usou parte de sua fortuna para construir um Hospital em honra a São Francisco de Assis em Marburgo. 
A santidade que se manifestava
Nesta época de sua vida, a santidade de Isabel manifestou-se de forma extraordinária, e seu nome tornou-se famoso em todas as montanhas da Alemanha. Dizia-se que São João Batista vinha lhe trazer pessoalmente a comunhão e que inúmeras vezes ela foi visitada pelo próprio Jesus Cristo e pela Virgem Maria, que a consolavam em seus sofrimentos. 
A fé e a paixão de Santa Isabel da Hungria, permitiu-a levitar 
Levitações
Uma de suas amigas depôs no processo de canonização que surpreendeu várias vezes a santa elevada no ar a mais de um metro do chão, enquanto contemplava o Santíssimo Sacramento absorta em êxtase contemplativo. Perguntada certa vez sobre que fim queria dar à herança que lhe pertencia, disse: “Minha herança é Jesus Cristo!”.
Páscoa
Em Marburgo, prestou assistência direta aos pobres e doentes, onde veio a falecer poucos anos depois, em 1231, com apenas 24 anos. Foi sepultada com grandes honras. Na Alemanha, também seu marido Luís IV e sua filha Gertrudes são honrados como santos. 
Via de santificação
Foi canonizada pelo Papa Gregório IX em 1235. Por ocasião do VII Centenário do seu nascimento (20 de novembro de 2007), a Cidade do Vaticano fez uma emissão extraordinária de selo comemorativo do evento com 300.000 séries completas, com 10 selos por folha. É padroeira da Ordem Franciscana Secular.
Santa Isabel da Hungria viveu com os pobres
Papa Bento XVI sobre Santa Isabel da Hungria
Dela disse o Cardeal Ratzinger, Arcebispo de Munique, Papa Bento XVI: “O que fez foi realmente viver com os pobres. Desempenhava pessoalmente os serviços mais elementares do cuidado com os doentes: lavava-os, ajudava-os precisamente nas suas necessidades mais básicas, vestia-os, tecia-lhes roupas, compartilhava a sua vida e o seu destino e, nos últimos anos, teve de sustentar-se apenas com o trabalho das suas próprias mãos (…)”.
Deus era real para ela. Aceitou-o como realidade, e por isso lhe dedicava uma parte do seu tempo, permitia que Ele e Sua presença lhe custassem alguma coisa. E como tinha descoberto realmente a Deus, e Cristo não era para ela uma figura distante, mas o Senhor e o Irmão da sua vida, encontrou, a partir de Deus, o ser humano, imagem de Deus. Essa é também a razão por que quis e pôde levar aos homens a justiça e o amor divinos. Só quem encontra a Deus pode também ser autenticamente humano.  (Da homilia na igreja de Santa Isabel da Hungria de Munique, em 2 de dezembro de 1981).
Minha oração
“ Ó querida padroeira dos franciscanos, dai a fidelidade no carisma a cada membro, convocai novas vocações para perpetuar o dom, assim como os simpatizantes para que se inspirem e se santifiquem do mesmo modo aos moldes do carisma. Amém.”
Santa Isabel da Hungria, rogai por nós!

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DOMINGO, DIA 16 DE NOVEMBRO DE 2025

XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Cor Litúrgica vermelha

Primeira leitura
— Ml 3, 19-20a

Leitura da Profecia de Malaquias

Eis que virá o dia, abrasador como fornalha, em que todos os soberbos e ímpios serão como palha; e esse dia vindouro haverá de queimá-los, diz o Senhor dos exércitos, tal que não lhes deixará raiz nem ramo.20aPara vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação em suas asas.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

℟. O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.

— Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa e da cítara suave! Aclamai, com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso Rei! ℟.

O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.

— Aplauda o mar com todo ser que nele vive, o mundo inteiro e toda gente! As montanhas e os rios batam palmas e exultem de alegria. ℟.

O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.

— Exultem na presença do Senhor, pois ele vem, vem julgar a terra inteira. Julgará o universo com justiça e as nações com equidade. ℟.

O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.

Segunda leitura
— 2Ts 3, 7-12

Leitura da Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses

Irmãos: 7Bem sabeis como deveis seguir o nosso exemplo, pois não temos vivido entre vós na ociosidade. 8De ninguém recebemos de graça o pão que comemos. Pelo contrário, trabalhamos com esforço e cansaço, de dia e de noite, para não sermos pesados a ninguém. 9Não que não tivéssemos o direito de fazê-lo, mas queríamos apresentar-nos como exemplo a ser imitado.
10Com efeito, quando estávamos entre vós, demos esta regra: “Quem não quer trabalhar, também não deve comer”.
11Ora, ouvimos dizer que entre vós há alguns que vivem à toa, muito ocupados em não fazer nada. 12Em nome do Senhor Jesus Cristo, ordenamos e exortamos a estas pessoas que, trabalhando, comam na tranquilidade o seu próprio pão.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.

℟. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
℣. Levantai vossa cabeça e olhai, pois a vossa redenção se aproxima! (Lc 21, 28) ℟.
Evangelho — Lc 21, 5-19

℣. O Senhor esteja convosco.
℟. Ele está no meio de nós.

℣. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo ✠ segundo Lucas 
℟. Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 5algumas pessoas comentavam a respeito do Templo que era enfeitado com belas pedras e com ofertas votivas.
Jesus disse: 6“Vós admirais estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”.
7Mas eles perguntaram: “Mestre, quando acontecerá isto? E qual vai ser o sinal de que estas coisas estão para acontecer?”
8Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente! 9Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim”.
10E Jesus continuou: “Um povo se levantará contra outro povo, um país atacará outro país. 11Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em muitos lugares; acontecerão coisas pavorosas e grandes sinais serão vistos no céu. 12Antes, porém, que estas coisas aconteçam, sereis presos e perseguidos; sereis entregues às sinagogas e postos na prisão; sereis levados diante de reis e governadores por causa do meu nome. 13Esta será a ocasião em que testemunhareis a vossa fé.
14Fazei o firme propósito de não planejar com antecedência a própria defesa; 15porque eu vos darei palavras tão acertadas, que nenhum dos inimigos vos poderá resistir ou rebater. 16Sereis entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vós.
17Todos vos odiarão por causa do meu nome. 18Mas vós não perdereis um só fio de cabelo da vossa cabeça. 19É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!”
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

SANTO DO DIA
Santa Margarida da Escócia (Memória Facultativa)

Local: Edmburgo, Escócia
Data: 16 de Novembro † 1093

A rainha Margarida da Escócia nasceu na Hungria em 1046. Para serem postos a salvo de tramas de assassinato, seu pai Eduardo, com outro irmão menor, foi enviado da Inglaterra para a Hungria, sendo educado naquela corte. Eduardo lá se casou. Deste casamento nasceu Margarida, educada também na corte húngara. Serenada um pouco a situação política da Inglaterra, Eduardo com a família voltou para lá para ocupar o trono, mas o normando Guilherme, o Conquistador dele se apoderou. Após a morte de Eduardo, a viúva com seus filhos achou refúgio na corte do rei Malcolm III da Escócia. Margarida acabou se casando com o rei, tornando-se então rainha da Escócia.

A nova rainha foi uma verdadeira bênção para o marido e para o reino, pois o esposo, homem rude, embora de bons sentimentos, recebeu um benéfico influxo da convivência com a rainha, de tal modo que se transformou num dos mais amáveis, piedosos e virtuosos reis da Escócia. Promoveu enquanto pôde o bem da Igreja, edificou vários mosteiros e igrejas e distinguiu-se por grande caridade para com todos. Aos súditos, além do bom exemplo de uma vida dedicada totalmente à família, à oração e aos pobres, Margarida esforçou-se para extirpar da vida social abusos, escândalos, superstições. Deu grande apoio à formação dos sacerdotes e à reforma dos costumes.

Esposa e mãe exemplar, a memória de sua santidade ficou associada sobretudo à prática da caridade. Alimentava e servia com suas próprias mãos diariamente mais de cem pobres. Em caso de necessidade, não duvidava em vender suas joias para socorrer os necessitados.

Seus últimos dias de vida foram entristecidos pela desgraça da morte de seu marido e de seu filho no assalto ao castelo de Alnwick. Ao receber a triste notícia, elevou os olhos ao alto dizendo: “Agradeço, ó Deus, por que me dás a paciência para suportar tantas desgraças!”

Faleceu em Edimburgo no dia 16 de novembro de 1093, com 48 anos de idade. Foi canonizada em 1250, e declarada padroeira da Escócia em 1673.

O admirável em Santa Margarida da Escócia foi ter-se santificado como esposa, como mãe e como rainha. Foi uma santa que favoreceu a vida religiosa, a cultura e a educação em seu país. A Oração coleta lembra particularmente sua grande dedicação aos pobres: Ó Deus, que tornastes Santa Margarida da Escócia admirável por sua imensa caridade para com os pobres, dai-nos ser, por sua intercessão e exemplo, um reflexo da vossa bondade.

Referência:
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Os Santos na Liturgia: testemunhas de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2013. 391 p. Adaptações: Equipe Pocket Terço.

Santa Margarida da Escócia, rogai por nós!

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SÁBADO, DIA 15 DE NOVEMBRO DE 2025

XXXII SEMANA DO TEMPO COMUM
Cor Litúrgica verde

Primeira leitura
Sb 18,14-16.19,6-9
Leitura do Livro da Sabedoria 18,14-16; 19,6-9
14 Quando um tranquilo silêncio  envolvia todas as coisas e a noite chegava ao meio de seu curso,
15 a tua palavra onipotente, vinda do alto do céu, do seu trono real, precipitou-se, como guerreiro impiedoso, no meio de uma terra condenada ao extermínio; como espada afiada, levava teu decreto irrevogável;
16 defendendo-se, encheu tudo de morte e, mesmo estando sobre a terra, ela atingia o céu.
19,6 Então, a criação inteira, obediente às tuas ordens, foi de novo remodelada em cada espécie de seres, para que teus filhos fossem preservados de todo perigo.
7 Apareceu a nuvem para dar sombra ao acampamento, e a terra enxuta surgiu onde antes era água: o mar Vermelho tornou-se caminho desimpedido, e as ondas violentas  se transformaram em campo verdejante,
8 por onde passaram, como um só povo, os que eram protegidos por tua mão, contemplando coisas assombrosas.
9 Como cavalos soltos na pastagem e como cordeiros, correndo aos saltos, glorificaram-te a ti, Senhor, seu libertador.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.

Salmo responsorial
Sl 104(105),2-3.36-37.42-43 (R. 5a)
R. Lembrai sempre as maravilhas do Senhor!
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.

2 Cantai, entoai salmos para ele, * publicai todas as suas maravilhas!
3 Gloriai-vos em seu nome que é santo, * exulte o coração que busca a Deus!  R.

36 Matou na própria terra os primogênitos, * a fina flor de sua força varonil.
37 Fez sair com ouro e prata o povo eleito, * nenhum doente se encontrava em suas tribos.  R.

42 Ele lembrou-se de seu santo juramento, * que fizera a Abraão, seu servidor.
43 Fez sair com grande júbilo o seu povo, * e seus eleitos, entre gritos de alegria.  R.

Aclamação ao Evangelho
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Pelo Evangelho o Pai nos chamou, 
    a fim de alcançarmos a glória 
    de nosso Senhor Jesus Cristo.

Evangelho
Lc 18,1-8
Deus fará justiça aos seus
escolhidos, que dia e noite gritam por ele.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 18,1-8

  Naquele tempo,
1 Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir, dizendo:
2 “Numa cidade havia um juiz  que não temia a Deus, e não respeitava homem algum.
3 Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário!’
4 Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: ‘Eu não temo a Deus,  e não respeito homem algum.
5 Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me!'”
6 E o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz este juiz injusto.
7 E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar?
8 Eu vos digo  que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?”
– Palavra da Salvação.
Glória a Vós, Senhor.

SANTO DO DIA
São Alberto Magno, bispo e doutor da Igreja, dominicano

Alberto, “Doutor universal” e grande reformador da Ordem Dominicana, recebeu, em sua existência, o apelido de Magno, isto é, Grande. Foi mestre de São Tomás de Aquino e dedicou toda a sua vida ao ensino, que preferia, e aos encargos que lhe foram atribuídos, até à sua morte em 1280.  
S. Alberto Magno, bispo e doutor da Igreja, dominicano
Alberto nasceu na Alemanha, por volta de 1200, no seio de uma família de condes, Bollstadt. Ao crescer, foi enviado para estudar em Pádua, uma cidade excelente de artes liberais, mas também em Bolonha e Veneza.
Como jovem estudante, era realmente brilhante, mas quando foi chamado para aprofundar o estudo de Teologia, em Colônia, encontrou muitas dificuldades, a ponto vacilar na fé. Sua salvação foi a grande devoção que nutria pela Virgem, que nunca o abandonou.
Chamada para a Ordem dos Pregadores
Na Itália, Alberto conheceu os Padres Dominicanos, a Ordem dos Pregadores, e percebeu que era aquela a sua estrada: recebeu o hábito religioso das mãos do Beato Jordano da Saxônia, sucessor imediato de São Domingos. Assim, foi enviado, primeiro, a Colônia e, depois, a Paris, onde, por alguns anos, ocupou a cátedra de Teologia e também conheceu seu aluno mais talentoso: Tomás de Aquino, que o levou consigo quando a Ordem o enviou, novamente, a Colônia, para dar início ao estudo teológico.
Amor pelo ensino e o encontro com Tomás
O ensino foi a maior paixão de Alberto, depois daquela pelo Senhor. Em Colônia, junto com Tomás, conseguiu fazer grandes coisas, tanto que recebeu o apelido de “Magno”, isto é, Grande. Ambos empreenderam o ambicioso projeto de comentar a obra de Dionísio, o Areopagita, e os escritos de Aristóteles sobre filosofia natural.
Desta forma, Alberto conseguiu descobrir o ponto de encontro entre os dois grandes estudiosos da antiguidade sobre a doutrina da alma: colocada por Deus na obscuridade do ser humano, ela se expressa no conhecimento e, precisamente nesta atividade complexa e maravilhosa, revela a sua natureza e a sua origem divina. Com esta síntese, entre a sabedoria dos Santos, o conhecimento humano e a ciência da natureza, Alberto deu um profundo impulso à orientação mística da Ordem, à qual pertencia, confiando a pesquisa filosófico-teológica ao fiel Tomás.
Em Roma, com o Papa
No Capítulo Geral dos Dominicanos, que se realizou em Valenciennes, em 1250, Alberto elaborou, com Tomás, normas para a direção dos estudos e a determinação do sistema de méritos no âmbito da Ordem. Por isso, quatro anos depois, deixou o ensino e foi “promovido” como Provincial na Alemanha.
Com este cargo, em 1256, foi a Roma para defender os direitos da Santa Sé e dos religiosos Mendicantes no Consistório de Anagni. O Pontífice ficou tão impressionado com ele, que o mandou ficar na cidade e a retomar o ensino, que tanto amava, atribuindo-lhe uma cátedra na Universidade Pontifícia.
Na cátedra, como Bispo, e seus últimos anos
Por sua surpresa, em 1260, o Papa nomeou Alberto novo Bispo de Regensburg. Ao voltar à sua pátria, o Santo empenhou-se, como assiduidade, para fortalecer a paz entre os povos.
Em 1274, o Papa Gregório X convidou-o, novamente, a participar do segundo Concílio de Lyon, mas, no caminho de volta, recebeu uma notícia, que jamais queria receber: o falecimento de Tomás, um duro golpe para Alberto, que o amava como um filho, sobre o qual teve apenas a força de comentar: “A luz da Igreja se apagou”.
Por isso, começou a pedir, com insistência, a Urbano IV, para isentá-lo do cargo pastoral e se retirar para Colônia. E o Papa lhe permitiu.
Continuando a escrever e a rezar, Alberto faleceu em 15 de novembro de 1280. Pio XI o canonizou em 1931 e o proclamou Doutor da Igreja. Dez anos depois, Pio XII o declarou Padroeiro dos cultores de Ciências naturais.
São Alberto Magno, bispo e doutor da Igreja, rogai por nós!