Seja bem vindo, seja bem vinda, a paz de Jesus e o amor de Maria Imaculada!
Liturgia Diária
II semana do advento
Cor Litúrgica roxa
Primeira leitura
Is 40,25-31
– Leitura do livro do profeta Isaías: 25“Com quem haveis de me comparar, e a quem seria eu igual?” — fala o Santo. 26Levantai os olhos para o alto e vede: Quem criou tudo isto? — Aquele que expressa em números o exército das estrelas e a cada uma chama pelo nome: tal é a grandeza e força e poder de Deus que nenhuma delas falta à chamada. 27Então, por que dizes, Jacó, e por que falas, Israel: “Minha vida ocultou-se da vista do Senhor e meu julgamento escapa ao do meu Deus?” 28Acaso ignoras, ou não ouviste? O Senhor é o Deus eterno que criou os confins da terra; ele não falha nem se cansa, insondável é sua sabedoria; 29ele dá coragem ao desvalido e aumenta o vigor do mais fraco. 30Cansam-se as crianças e param, os jovens tropeçam e caem, 31mas os que esperam no Senhor renovam suas forças, criam asas como as águias, correm sem se cansar, caminham sem parar.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 103,1-2.3-4.8.10 (R: 1a)
– Bendize, ó minha alma, ao Senhor.
R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor.
– Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e todo o meu ser, seu santo nome! Bendize, ó minha alma, ao Senhor, não te esqueças de nenhum de seus favores!
R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor.
– Pois ele te perdoa toda culpa e cura toda a tua enfermidade; da sepultura ele salva a tua vida e te cerca de carinho e compaixão;
R: Bendize, ó minha alma, ao Senhor.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Eis que o Senhor há de vir, a fim de salvar o seu povo; felizes são todos aqueles que estão prontos para ir-lhe ao encontro.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus: Mt 11,28-30
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo Mateus
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
SANTO DO DIA
Nossa Senhora de Loreto, aberta ao mundo
Origens
É uma celebração que recorda um acontecimento sobrenatural: O transporte da Casa de Nazaré (onde Jesus viveu). Trata-se de uma Casa com apenas três paredes, aberta ao mundo e a todas as pessoas. Assim se apresenta a Santa Casa de Nazaré, sob um precioso revestimento de mármore renascentista. Segundo a tradição, foi transportada, “por ministério angélico”, em uma rua pública em Loreto. Esta casa terrena, onde a Virgem Maria recebeu o anúncio do Anjo Gabriel e viveu, com Jesus e José, é testemunho do evento mais importante da história: a Encarnação.
Pesquisas
As pesquisas históricas, arqueológicas e científicas parecem confirmar a sua autenticidade, sancionada, pela primeira vez, em 1310, com a Bula do Papa Clemente V. Estudos recentes demonstram que as pedras do edifício foram elaboradas segundo o uso dos Natabeus, conhecido na Galileia no tempo de Jesus. Especialistas confirmam que os incisos em grafites nestas pedras são claramente de origem judaico-cristã. Além disso, que a argamassa utilizada é desconhecida na construção de edifícios na região italiana das Marcas.
Relação aos cruzados
Além do mais, cinco cruzes em tecido, pertencente provavelmente aos Cruzados, e alguns restos de um ovo de avestruz, símbolo do mistério da Encarnação, foram encontrados entre os tijolos da construção da Santa Casa, cujo perímetro corresponde perfeitamente com a dimensão dos alicerces que permaneceram em Nazaré.
Nossa Senhora de Loreto: as três paredes abertas ao mundo
Três paredes
Mas por que só três paredes? Com toda a probabilidade, elas faziam parte da Casa da Virgem. A antecâmara em alvenaria, que dava acesso à parte posterior da gruta, escavada na rocha, ainda hoje venerada na Basílica da Anunciação em Nazaré. Muitos continuam a se questionar como tenha acontecido o transporte desta relíquia descoberta. A olho nu, não parece ser reconstruída, apesar do incêndio desastroso de 1921. Aquela catástrofe causou a destruição de parte da decoração pictórica do Santuário e do quadro de madeira original da Senhora Negra. Segundo a tradição, em 1291, após a expulsão dos Cruzados da Palestina, as paredes da Casa de Nazaré foram transportadas, pela primeira vez, à cidade de Ilíria, na atual Croácia. Em seguida, foram transportadas a Loreto, uma pequena cidade no centro da Itália.
Narrativa de Teramano
Uma crônica de 1465, narrada por Teramano, diz: “… depois que o povo da Galileia e de Nazaré trocou a religião de Cristo por aquela de Maomé, os Anjos tiraram a mencionada igreja daquele lugar e a transportaram para a Eslavônia. Lá, porém, não foi honrada como convinha a Virgem Maria, por isso os Anjos a tiraram daquele lugar e a levaram, por via marítima, até o território de Recanati”.
A Hipótese
Muitos, hoje, tendem a aceitar a hipótese, avaliada pelo antigo Código Chartularium culisanense, segundo a qual os Anjos da tradição, à qual é atribuído o transporte, se referiam à nobre família bizantina de Épiro, chamada Angeli, que, no século XIII, salvou a venerável igrejinha, via marítima, da fúria dos Sarracenos. No entanto, o perfeito estado de montagem e conservação das pedras manteve viva uma interpretação do transporte, aberta ao sobrenatural.
A impressão de Bento XVI sobre a Casa da Virgem Maria
Visita de Bento XVI em 2012
Causa perplexidade a colocação da Casa de Maria em uma “rua pública”. “Neste aspecto, consiste a mensagem singular desta Casa: não é uma casa particular, mas aberta a todos, situada nos caminhos de todos. Com efeito, estamos a caminho de outra Casa: a Cidade Eterna”!
Minha oração
“ Senhor, que o mistério de Loreto nos ensine a entender que temos sempre um lugar na de acolhida na casa de Nazaré, no seio da família de Jesus. Assim como nos eduque a estar sempre aberto àqueles que precisam ser acolhidos, que nossa casa também se torne refúgio para as pessoas. Amém.”
Nossa Senhora de Loreto, rogai por nós!
Como ganhar indulgências plenárias ou parciais
Doutrina
Teologia
Aprenda a lucrar indulgências para si e para as almas do Purgatório
Dai-lhes, Senhor, o repouso eterno, e brilhe para eles a vossa luz.
O que são as indulgências?
O tema das indulgências para muitos católicos ainda hoje é desconhecido ou pouco entendido. Este é o motivo pelo qual poucos são os que aproveitam as abundantes graças que o Senhor Todo-Poderoso concede aos fiéis por sua Santa Igreja. Certamente, você ficará surpreso ao perceber que a graça das indulgências está mais disponível do que, em geral, se pensa e que se não aproveitamos este dom de Deus é por negligência própria.
Antes de falar das indulgências faz-se necessário relembrar alguns pontos da doutrina Católica para bem compreender sua finalidade e importância. O primeiro deles refere-se ao livre-arbítrio do homem em poder rejeitar a Deus, sua Revelação, seu amor e bondade, sua graça e todos os meios ordinários de santificação confiados à Santa Igreja. Este ato de rejeição, de revolta à vontade divina é o que chamamos de pecado.
Deste modo, o pecado constitui uma ofensa ao amor infinito de Deus e, como sabemos, para todo ato há consequências, no caso do pecado, além da culpa por tê-lo cometido há também a pena que ele acarreta. A culpa nos é perdoada pelo sacramento da Penitência (confissão), já a pena, precisamos satisfazer nesta vida com boas obras, jejuns, esmolas, mortificações, orações e indulgências para reparar o mal causado pelo pecado, visto que ofendemos a infinita dignidade de Deus, Nosso Senhor e Criador.
Não se trata apenas de um dever de justiça, mas principalmente de um ato de amor. Reparar o mal causado para com Aquele que tanto nos ama. Assim, por meio da Santa Igreja Católica, a guardiã e dispensadora das graças de Deus, podemos satisfazer com perfeição essas penas devidas pelo pecado e fortalecer nossa íntima união de amor com Jesus Cristo, nosso Salvador, pelas indulgências.
A Igreja define que “indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos”. [1]
A indulgência é parcial ou plenária, conforme liberta, em parte ou no todo, da pena temporal devida pelos pecados. Todos os fiéis podem alcançar indulgências para si mesmos ou aplicá-las em favor dos defuntos [2]. A intenção da Igreja ao conceder as indulgências é auxiliar a nossa incapacidade de expiar neste mundo toda a pena temporal e facilitar o acesso a essa graça, por elas se satisfaz a justiça divina mais depressa e mais facilmente se alcança o Céu [3]. Aquelas pessoas que se salvaram sem expiar totalmente essas penas durante a vida, passarão pelo Purgatório até que estejam completamente purificadas para que depois possam entrar na bem-aventurança eterna.
Com a explicação apresentada até aqui, compreendemos o quanto é importante alcançar indulgências durante a vida, seja para si ou para alguém já falecido. Como ensina São João, se estamos em comunhão com Cristo, caminhamos na luz e também estamos em comunhão uns com os outros, de tal modo que o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado (cf. 1 Jo 1, 7). Esta comunhão reflete a perfeita união entre a Igreja triunfante no Céu, a padecente no Purgatório e a peregrina (militante) na terra, que constitui uma só Igreja, um só corpo do qual Jesus Cristo é a cabeça, sendo o mesmo espírito que as anima e as une [4].
Sendo assim, nós que estamos peregrinando neste mundo, podemos e devemos ajudar aqueles irmãos que padecem no Purgatório, com nossas boas obras e orações, a satisfazerem suas penas, visto que eles nada podem fazer por si mesmos. E para aplicar as satisfações abundantes que Jesus Cristo alcançou por sua Paixão e Morte na cruz, a Igreja estabeleceu algumas condições específicas para dispensar este tesouro aos fiéis. É o que veremos a seguir.
Condições para lucrar indulgência
Para se lucrar indulgência plenária é preciso rejeitar todo o apego ao pecado, qualquer que seja, mesmo venial. Requer fazer uma obra enriquecida de indulgência e preencher as seguintes condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice, o Papa. As três condições podem ser preenchidas em dias diversos, antes ou após a realização da obra prescrita, mas convém que a comunhão e a oração nas intenções do Papa se façam no mesmo dia em que se faz a obra [5]. Também é importante lembrar que para receber a Sagrada Comunhão é preciso estar em estado de graça.
Com uma só confissão podem ganhar-se várias indulgências, mas com uma só comunhão e uma só oração alcança-se uma só indulgência plenária [6]. As orações nas intenções do Papa cumprem-se rezando um Pai-Nosso e uma Ave-Maria, mas é facultado a todos os fiéis rezar qualquer outra oração conforme sua piedade e devoção para com o Romano Pontífice [7].
Se faltar a devida disposição de rejeitar todo apego ao pecado, ou não se cumprem as condições necessárias, a indulgência será parcial [8]. Sem dúvida, este é o aspecto mais importante, cumprir as condições necessárias não é tão difícil, mas desapegar-se de toda a afeição ao pecado é uma luta para todos nós, graça que alcançamos com muitas orações e penitências. Também é importante dizer que a indulgência plenária só se pode ganhar uma vez ao dia, enquanto a parcial mais de uma vez [9] e qualquer fiel pode lucrar indulgência para si mesmo ou aplicá-la aos defuntos como sufrágio. [10]
Tende compaixão das pobres almas do Purgatório
As pobres almas do Purgatório precisam de nós. Por isso, de modo especial, a Igreja concede um período de oito dias, de 1 a 8 de novembro, para lucrarmos indulgências plenárias em sufrágio das almas dos fiéis falecidos. Cumpridas as condições já mencionadas, temos a oportunidade de obter uma indulgência plenária por dia, aplicável apenas às almas do Purgatório, visitando devotamente um cemitério e rezando, mesmo em espírito, pelos defuntos. [11]
Na comemoração dos fiéis defuntos, dia 2 de novembro, não é necessário visitar o cemitério, apesar de ser um costume piedoso, a Igreja ensina que para lucrar indulgência basta cumprir as condições de costume e visitar piedosamente uma igreja ou oratório para recebê-la, aplicada apenas aos defuntos [12]. Também podemos recitar a oração: “Dai-lhes, Senhor, o repouso eterno, e brilhe para eles a vossa luz. Descansem em paz! Amém”. Neste caso a indulgência é parcial, também aplicável apenas às almas do Purgatório.
Lembremo-nos que o Purgatório é um lugar de expiação, onde aqueles que morrem na amizade com Deus passam por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu. A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos [13]. Os cristãos podem ajudar a abreviar este período de purificação, não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles. [14]
Vamos, portanto, recapitular as condições para lucrar indulgências de 01 a 08 de novembro:
1. Uma confissão para os oito dias;
2. Visitar um cemitério e rezar pelas almas (opcional no dia 02 de novembro, bastando a visita a uma igreja);
3. Uma comunhão por dia;
4. Recitar as orações nas intenções do Papa (Pai-Nosso, Ave-Maria, Glória)
Práticas e orações que a Igreja concede indulgências
Das várias orações e práticas em que a Igreja Católica dispensa a graça das indulgências, citaremos algumas para que o fiel, conhecendo-as, possa viver mais profundamente a fé e usufruir deste dom que Deus concede por sua bondade. [15]
1. A Igreja concede indulgência plenária a todo fiel que o recitar o hino “Te Deum” em ação de graças em público no último dia do ano.
2. A indulgência também será plenária se o fiel recitar devotamente o hino “Veni Creator” no dia primeiro de janeiro e na solenidade de Pentecostes.
3. Concede-se indulgência plenária ao fiel que, na sexta-feira da Paixão e Morte do Senhor, toma parte piedosamente na adoração da Cruz da solene ação litúrgica.
4. Concede-se indulgência plenária aos fiéis que se aproximarem pela primeira vez da Sagrada Comunhão ou que assistem a outros que se aproximam.
5. Concede-se indulgência plenária ao sacerdote que, em dia marcado, celebra sua primeira missa, diante do povo, e aos fiéis que devotamente a ela assistem.
6. A récita do Santo Rosário na igreja ou oratório ou em família, na comunidade religiosa ou em piedosa associação, indulgência plenária, em outras circunstâncias parcial. Também é possível lucrar indulgência plenária recitando o Terço. Basta rezar as cinco dezenas juntas, com piedosa meditação acompanhada da oração vocal. Na recitação pública, devem-se anunciar os mistérios, conforme o costume aprovado do lugar, na recitação privada, basta que o fiel ajunte a meditação dos mistérios à oração vocal.
7. A visita ao Santíssimo Sacramento para adorá-lo a indulgência é parcial, se o fizer por ao menos meia hora, a indulgência será plenária.
8. Concede-se indulgência parcial ao fiel que ler a Sagrada Escritura, com a veneração devida à palavra divina, e a modo de leitura espiritual. A indulgência será plenária, se o fizer pelo espaço de pelo menos meia hora.
9. Ao fiel que renovar as promessas do batismo concede-se indulgência parcial; e ganhará indulgência plenária, se o fizer na celebração da Vigília Pascal ou no aniversário de seu batismo.
10. O fiel cristão que usa objetos de piedade (crucifixo ou cruz, rosário, escapulário, medalha) devidamente abençoados por qualquer sacerdote ou diácono, ganha indulgência parcial.
Deste rico tesouro que a Santa Igreja dispõe apresentamos apenas algumas práticas e orações piedosas acessíveis a todos os cristãos, as graças que elas conferem podem ser aplicadas em favor próprio ou dos defuntos. De fato, não sabemos ao certo onde estão as almas dos nossos familiares e amigos já falecidos, mas isso não impede de rezarmos por elas e oferecermos nossas indulgências e orações, auxiliar as almas do purgatório a satisfazer suas penas para poderem estar na presença de Deus no Céu é uma grande obra de misericórdia espiritual. Sejamos então generosos para com essas pobres almas, pois em breve podemos estar na mesma condição que elas.
Dai-lhes, Senhor, o repouso eterno, e brilhe para eles a vossa luz. Descansem em paz! Amém.
Referências:
[1] CIC, 1471.
[2] Ibid.
[3] Catecismo Maior de São Pio X, nº 800, 801.
[4] Catecismo Maior de São Pio X, nº 146, 147.
[5] Indulgentiarum Doctrina, 7, 8.
[6] Manual de Indulgências, 23, § 2.
[7] Indulgentiarum Doctrina, 10.
[8] Manual de Indulgências, 23, § 4.
[9] Ibid, 21.
[10] Ibid, 4.
[11] Ibid, Concessões, 13.
[12] Indulgentiarum Doctrina, 15.
[13] CIC, 1030, 1031.
[14] Ibid, 1032.
[15] Manual de Indulgências, Concessões.
Fonte: padrealexnogueira.com



